Brow to Purple

1- O encontro

São 5 horas e tenho que acordar para fazer o chá. Levantei da minha cama e olhava para o meu quarto, ou seja, o porão.
Eu tinha apenas algumas roupas, mas usava a mesma para trabalhar pois já estava suja e não tenho tempo para lavar minhas roupas.
Uso um vestido longo azul claro com mangas que não chegam aos pulsos e um avental branco, que na verdade está com manchas marrons, e com minha longa franja presa atrás da cabeça, mesmo não adiantando muito pois meu cabelo já estava com muitos fios escapados.
Meu cabelo tem a cor castanho bem escuro, mas tem dias que fica com um tom arroxeado. Meus olhos são castanhos, mas às vezes se tornam roxos fluorescentes por motivos que nem eu sei.
Fui correndo à cozinha fazendo o café da manhã, minhas "irmãs" já chegaram à sala de jantar reclamando e brigando uma com a outra e minha madrasta veio logo depois. Quando ia me sentar à mesa, minha madrasta disse:
-Estamos esperando mais alguém?
-Não, eu só...
-Mas você tem tanta coisa para fazer, não tem tempo de comer o café da manhã conosco.
-Mas eu consigo ter um tem...
Minha madrasta derrubou um prato no chão.
-Ops- ela disse colocando a mão à boca- limpe essa bagunça
Peguei os cacos, levando ao lixo da cozinha e quando fui largar os cacos me cortei.
Olhei para o reflexo de uma jarra que se encontra em cima de uma mesa. Eu estava acabada, me sentia feia; horrível... Percebi que meus olhos se tornaram roxo fluorescente, porque aquilo acontecia?
Uma lágrima escorria ardente pelo meu rosto, apenas corri, corri de tudo e de todos. Montei em meu cavalo e senti o vento raspando a minha pele, parecia ser a sensação de voar; deve ser incrível se eu pudesse fazer isso!!
Até que vi um cervo correndo, que parou e me encarava. Escutei sons, percebi que o caçavam.
-Vá, fuja!! Viva!!- eu disse para o animal que parecia assustado e pareceu me entender.
Meu cavalo acabou se assustando e começou a correr e eu não conseguia pará-lo. Até que vi alguém fazendo um gesto e meu cavalo parou, era um garoto montado em um cavalo também.
Ele me encarou e deu um sorrisinho de lado, ele era muito gatooo ksksksks
-O que faz aqui sozinha?- ele quebrou o silêncio
-Não estou sozinha, estou com você- eu respondi
-Tem razão- ele riu- Qual o seu nome?
-Isso não importa agora- não queria falar
Eu sentia que o conhecia, mas não sei da onde
-Você devia deixar ele ir- eu disse a ele
-Ele quem?
-O cervo, ele estava assustado
-Você o conhece?
-Nos conhecemos agora pouco e senti que ele ainda tinha o que viver
-Ok, você me convenceu. Talvez irei comer algo vegetariano hoje- rimos.
-Você trabalha no castelo?
-É, mais ou menos isso
-Que legal!!
-É você, onde você mora?
-Como minha madrasta e minhas meias irmãs
-Elas lhe tratam bem?
-O melhor que conseguem
Ele pareceu ficar nervoso
-Eu sinto muito
-Não sinta. Bom, eu preciso ir-
Na verdade eu não precisava muito, mas tinha que fazer um pouco de mistério ksksks
-Seus olhos estão roxos- ele disse
-Ah, acontece às vezes
-Então é você mesmo- ele cochichou, mas não entendi muito bem, então deixei de lado
-Adeus- ele me disse
-Não, não diga adeus. Porque dizer adeus significa ir embora e ir embora significa esquecer.
-Então até logo?
-Até logo
Meus olhos estavam roxos, mas havia um sorriso no meu rosto, depois de muito tempo....