A Car, A Torch, A Death.

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Tyler saía do penhasco e ia em direção á seu carro. O ar naquele momento estava um pouco rarefeito. Quando Tyler entra no carro e dá a partida, ele mal consegue sentir um sorriso no fundo de si mesmo. Ele nunca fora esse tipo de pessoa que está sempre sorrindo. Sempre está com uma cara triste, ás vezes com raiva, ou até mesmo sério.

Quando o mesmo olhou mais á frente, ele começou a invejar os carros que estavam viajando para o Sul. Tyler ás vezes não era um bom motorista, ele julgava a si mesmo por ser lerdo e inútil. Ele suspirou fundo e tentou se acalmar. Tyler era sensível, principalmente quando perdeu seus pais num acidente de avião enquanto estavam viajando para a Europa.

Enquanto seu olhar estava fixado na estrada, ele teve um pensamento terrível. E se eu abrir a porta e pular fora? Não, não. Péssima idéia Tyler.

Mas aí, o jovem escutou 'TuTums' repetidamente, vindo do porta malas. Ele encostou o carro e foi lá conferir. Quando abriu o porta malas, ele ficou em estado de choque. Era um coração, ainda vivo. Pálido e pulsante.

Tyler começou a entrar em desespero, dizendo a si mesmo que era um assassino, sendo que ele tinha o coração puro, não faria mal á uma mosca. Tudo bem Tyler, se acalme, é só um coração como o seu. Alguém o pôs aí para você ir embora com ele.

Após surtar, Tyler se acalmou e voltou a dirigir calmamente. Pensamentos aleatórios começaram a surgir na sua mente. Então, Tyler se pegou entendendo o porquê de Deus ter morrido. Ele morreu para nos salvar, filha da mãe.

••••×••••

Quando Tyler estacionou seu carro em frente á casa de Josh, ele encontrou uma silhueta escura. Estava um pouco escuro, então ele segurava uma tocha na mão. A silhueta estava sentada em frente á porta, mas logo se levantou, e tentou abrir a porta.

Tyler saiu do carro e correu até a parte de trás da casa, onde ficara o quarto de Josh.

-Josh! Por favor, abra a merda da janela! - Exclamou o menino enquanto atirava pedras em sua janela.

Por fim, o jovem de cabelos vermelhos abriu a janela confuso.

-Ty? O que foi? - Josh o ajudou a subir.

Ofegante, Tyler se sentou na cama de Josh.

-Quer um copo d'água?

-NEM PENSE EM DESCER LÁ EM BAIXO! - Tyler cuspiu.

-T-Tyler...Se acalme. O que aconteceu?

O moreno engasgou e começou a tossir.

-T-Tem um... Demônio lá em baixo. Na entrada de sua sala.

-O que? - Josh riu - Tyler, você esqueceu de tomar seu remédio de novo?

Tyler era esquizofrênico e tinha ansiedade. Mas os remédios que ele tomava não adiantava nada. Muito menos ir ao psicólogo.

-J-Josh, por f-favor, confie em mim! - Seus olhos começaram a se encher de lágrimas.

-Vou lá ver então.

-Josh não!

Mas já era tarde de mais. Josh já tinha ido conferir, enquanto carregava sua espingarda que seu pai lhe tinha dado no seu aniversário de 16 anos. Escutaram-se vários tiros no andar de baixo. Tyler estava encolhido na cama, tapando os ouvidos e olhos.

Então, Josh voltou minutos depois.

-Não encontrei nada Ty. Foi só sua imaginação mesmo.

-M-mas...

-Volte para casa Tyler. E trate de tomar seus remédios.

A porra dos remédios que me prometeram melhorar em um piscar de olhos. Tyler suspirou pesado e foi embora. Mas quando entrou no carro, viu a silhueta do demônio entrando no quarto de Josh. E então, provavelmente, passou a noite toda lá.

Quando Tyler virou a chave, ele sentiu um enorme arrepio em seus ossos. Era o demônio novamente. Tyler via e ouvia outra respiração, mas não era a dele. Estavam jogando com ele. Mas ele não foi feito para jogar aquele jogo.

Sem pensar duas vezes, ele pisou fundo. Mas não adiantou nada, o demônio estava ali no meio da rua, com a tocha na mão. Então lhe contou o que havia planejado. Arrancar o coração de Josh enquanto estava vivo, era seu objetivo.

-Eu levarei o túmulo. Por favor, só mande os para mim. - Tyler não queria dizer aquilo, mas o demônio o forçou a dizer.

Novamente, Tyler pensou no motivo de Deus ter morrido. Ele morreu para nos salvar. Para sempre fazer o bem. Mas o demônio não o deixara.

••••×••••

Tyler pegou Josh em sua casa e o levou para o penhasco que sempre gostava de ir. Como sempre, o ar estava rarefeito. Os dois jovens, estavam esperando a manhã começar, quando Josh lhe deu uma jarra com algo pulsante dentro.

-Segure por favor. - Josh se virou para pegar algo.

Quando Tyler olhou dentro, era um outro coração. Diferente do outro que tinha em seu carro. Era mais vermelho, vivo e vibrante.

-J-Josh... - Ele olhou para o peitoral de seu único amigo. - V-você... - Lágrimas surgiram em seu olhos castanhos.

-Fique Ty. É para você ir embora com ele. - O menino de cabelos vermelhos sorriu gentilmente.

-Josh... Não, por favor. - Tyler entrelaçou sua mão na mão do amigo.

-Eu estou bem Ty. Nunca estive melhor. - Ele abriu seu sorriso.

Tyler olhou fundo em seus olhos mocha e beijou o amigo. O gosto de sua saliva se misturou com as lágrimas salgadas que derrubavam por suas bochechas. Tyler então, sentiu os lábios de Josh ficarem frios e pálidos.

-Não...Josh... - Tyler abraçou o peito ensanguentado do amigo e chorou se lamentando pela morte do amigo.

Pela terceira vez, Tyler realmente entendeu o porquê de Deus ter morrido.

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