O vírus

Capítulo 20

Pov Heyoon

Não tinha mais visto Any, confesso que tinha achado ela uma pessoa incrível no meio de tanta gente tóxica, estava esperando a hora de ir tomar banho, e tomar a maldita injeção, essa desgraça dói pra caralho, meu braço parecia que tava morto e que eu tinha era tomado uma vacina do tétano. Um guarda nos levou para tomar banho, novamente a tarde, o medo daquelas mulheres bateu novamente, mas dessa vez o banho foi normal, ninguém tocou em mim, ou me olhou torto. Quando sai para trocar de roupa com Sabina e Diarra, Any apareceu.

- Vista essas roupas Heyoon. -- Ela me entregou roupas que a guarda usava e eu a olhei intrigada.

- Como assim? -- Falei a encarando.

- Vista, vocês tem que sair desse lugar agora, se eu não tirar vocês daqui, é capaz de Sina me matar. -- Quando ouvi o nome dela eu sorri.

- Você viu ela? Como ela tá?

- Está presa em um quarto, mas tá melhor que vocês, ela deixou comigo uma surpresa pra você. Quem é essa mulher? É amiga de vocês? -- Ela falou apontando pra Diarra.

- Sim, se vamos sair ela vai também.

- Okay, um amigo meu está com Noah e Bailey.

- E o Lamar? -- Falei e ela me olhou.

- Kyle tá na escuta? -- Ela falou em um rádio.

- Sim, estou entrando onde está os garotos.

- Tem um garoto, Lamar, traga ele também.

- Okay, isso vai ser difícil Any. -- Ele falou e Any respirou fundo.

- Vamos conseguir. -- Ela falou e desligou. Ela nos entregou as roupas e Sabina e Diarra ficou desconfiadas, já que não tinham ouvido a conversa.

- Vamos fugir? -- Sabina falou encarando as roupas.

- Sim, vistam logo. -- Falei e ela não se moveram.

- Bailey, Noah e Lamar? --Sabina perguntou.

- Eles também vão, vamos rápido. -- Vestimos as roupas, e Any pegou novamente o rádio.

- Shivanii?

- Tudo certo Any, o carro esta esperando vocês no estacionamento, sejam rápidos, e não sejam vistos, se forem vistos, aja naturalmente.

- Okay, vamos lá. -- Any guardou o rádio, e me entregou uma arma.

- Sabe atirar? -- Ela perguntou com uma careta e eu sorri.

- Com certeza. -- Falei verificando quantas balas tinha.

- Atire apenas se for necessário, você vai ficar responsável por Sabina, e eu com Diarra se algo der errado. Agora vamos, mas antes me dê aqui seu braço. -- Ela falou levantando a manga da camiseta social, colocou uma luva, e cortou meu braço com uma faca.

- Aí Any. -- Falei e ela fez pressão tirando um pontinho de ferro de dentro do meu braço.

- Que porra é essa? -- Falei e peguei um band-aid que ela me entregou.

- É um chip, colocaram quando foram aplicar a injeção.

- Como eu não senti? -- Perguntei fazendo careta.

- Tomou quantas injeções mais cedo?

- Duas.

- Resposta certa. -- Ela foi até Sabina e Diarra, e tirou o delas também. Pegou os três chips, e colocou no lixo. Tirou a luva e colocou no bolso.

- Vamos logo, ajam com naturalidade. -- Ela falou e nós colocamos boné para não ser reconhecidas. Saímos pelos corredores, passando por vários guardas, a ideia de não ser vistos de Shivanii não deu certo.

- Tudo bem agente de segurança Any? Você por aqui novamente? -- Um cara falou e eu travei, segurei minha arma, e Any fez sinal para que eu não me movesse.

- Senhor Deinert me enviou para buscar 4 prisioneiros.

- E não vai levando porque?

- Doutora Camile não liberou, falou que eles não estavam prontos.

- Sabe que não podemos revidar em decisões do senhor Deinert.

- Vou informá-lo o que a doutora falou, depois eu retorno novamente.

- Okay, tenha um bom dia. -- Ele Falou e seguiu, caminho, respirei fundo e aliviada quando ele saiu.

- Se você atirar em alguém aqui, vai aparecer guarda saindo até do chão, então não seja idiota. -- Any falou me repreendendo. E eu apenas balancei a cabeça, ela abriu uma porta, e eu vi uma escada sem fim.

- Nos não vamos descer isso tudo, vamos? -- Sabina falou olhando a escada.

- Nos vamos. -- Any falou e começou a descer as escadas, no meio eu já estava morta.

- Any eu não aguento mais. -- Falei procurando fôlego.

- Aguenta sim, vamos logo. -- Ela falou e continuou a descer, quando chegamos no fim, eu estava realmente cansada.

- Imagine se fosse pra subir. -- Ela falou e riu. Vimos um movimento, e se escondemos atrás da escada.

- Vai liberar chuva novamente? Senhor Deinert tá passando dos limites, isso está danificando o solo. -- O homem falava e eu abri minha boca em surpresa, como assim? A base militar quem libera a chuva tóxica? Any percebeu que eu estava angustiada e segurou forte minha mão, para que eu não fizesse nenhuma besteira. Quando os homens saíram de vista, corremos por um galpão vazio.

- Subam no caminhão. -- Any falou e nós subimos, ouvimos um barulho de passos se aproximando, peguei a arma, mas fiquei aliviada quando vi que era Noah, Bailey e Lamar. Eles subiram no caminhão, e Any nos cobriu com uma lona.

- Eu fico por aqui, vocês vão para um lugar seguro, eu vejo vocês em breve. -- Any falou e desceu.

- Any obrigada. -- Falei e ela sorriu batendo na traseira do caminhão, o cara quem trouxe os meninos era quem estava na direção.

- Você tá bem? -- Noah falou baixo.

- Sim, fica quieto. -- Falei e ele se calou. Percebi o caminhão parando, e meu coração gelou, segurei forte a mão de Noah. Ouvi barulhos de conversa, mas logo voltamos a andar novamente, passamos uns 30 minutos dentro desse caminhão batendo, até que parou novamente, e Kyle levantou a lona.

- Venham, estão seguros. -- Ele falou e nós descemos, estávamos de frente a um galpão velho.

- Vocês vão ter que ficar aqui por enquanto, é afastado da base militar, e eles não vão procurar vocês nesse lugar, tem comida, água, e onde vocês dormir, Any vem aqui quando poder. Ela mandou entregar esse celular, mas vocês não podem usar ele para nada, apenas espere ela entrar em contato. -- Ele falou me entregando o celular.

- Obrigada. -- Falei e ele sorriu, subiu no caminhão e foi embora, entramos no galpão, e eu logo percebi que não estávamos sozinhos, saiu duas pessoas de trás de um caminhão velho, eu apontei a minha arma, mas assim que reconheci, meus olhos se encheram de lágrimas e eu saí correndo para abraçar meus irmãos, eu não acredito que eles estão vivos.