Não consigo dormir o sono me parece um corredor veloz e incansavel, posso velo mas alcancalo parece impossivel as vezes chego perto so para perceber que o tempo acabou sem outra chance senhor volte amanha,somente com remedios sou capaz de dormir sem corridas contra o campeão,os remedios acabaram e ja faz uma hora que desistir de correr simplismente sentei e fiquei olhando o corredor incasavel dar voltas e mais voltas no estadio.
O relógio sobre a estante mostra exatas, três horas, um bom horario pra admitir que nao e possivel mais obter beneficios do sono ,a insônia se mostra cada vez mais atrevida o arrastando madrugada a fora como uma folha velha e sem qualquer peso, ou qualquer mecanismo de defesa contra vento, ele se levanta o chao gelado nao tem poder sobre ele, seus pes treinados encontram suas pantufas;(claudia ohana e xuxa),claudia ohana claro por ser a mais peluda e quentinha e xuxa por ja esta mais careca e flacida mas ainda cumpre o seu papel, elas tem forma de coelhos ,ele encara as pantufas e nota o quao ridiculas sao e decide que e hora de comprar pantufas novas onde os coelhos ainda tem relevancia na midia,ninguem quer coelhos que nao sao famosos,caminha ate a janela claudia ja encontrou seu ritmo e mantem o pe esquerdo quentinho mas xuxa ainda esta meio acanhada mas vai se encontrar logo, a lua esta cheia tem algo estranho nela hoje mas nao da para saber o que ê ,iluminando as ruas com uma sensualidade vulgar tornando ate mesmo uma sombra objeto de desejo ,as ruas o esta atraindo chamando-o como se fosse puta com cupom de desconto aqueles de dez por cento ,não e muito mas chama a atencao, a percorrer suas calcadas nuas e cinicas com todas as marcas que o tempo infligiu a sua superficie, as cicatrizes dos atos libidinosos dos homens em cada canto mofado ou esquina ou beco,em toda parte,ele veste seu roupao azul desgastado que a muito ja não e capaz de aquecelo, para ele todas as coisas não sao apenas coisas e por isso suporta o frio em respeito aos bons tempos de seu roupão quase azul,um nó simples é o suficiente para mantelo onde deve,com todo cuidado e claro para não rasgar, pega o unico maço de cigarros que encontra esta completamente amassado olha dentro e constata resta apenas tres, acende um e se deixa embreagar com a fumaca,lanca um olhar sedutor para a lua e diz_se voce fosse mais jovem,quem sabe,ate gosto das cheinhas._, e da uma piscada marota,nao percebeu o tempo que se passou, estava dominado pelo prazer do seu vicio sabor hortelã , o cigarro queima seus dedos em um aviso de que e hora de acender outro. ele lanca o restolho pela janela com um gesto de peteleco, sem mais nada a oferecer ao fogo ele cai na calcada consumido ate o talo.
O homem segura o maço decidido a fumar mais um, olha a advertencia na capa do maço que diz"fumar causa impotencia e uma caralhada de outras coisas igualmente ruins",passa por sua mente todas as fotos nas capas e o que havia sido a causa e diz pra si mesmo_vale a pena arriscar, afinal de contas e sabor hortelã droga!!_ e sai para caminhar, absorver a sensualidade daquela noite promiscua,caminha lentamente pelas calcadas humidas,depois de apenas cinco minutos caminhando uma inquietude o domina ;um senso de urgencia toma todo seu corpo,encosta em um porte de metal estilo antigo, a luz não esta tao forte ele reflete sobre a sensação,a luz do poste comeca a piscar a cada momento em que ele pensa ter chegado a conclusao do que o assombra,ele nota um padrao nas piscadas e conclue que o poste o esta sacaneando intencionamente ,chuta o poste e da uma ordem ,"faz o seu servico seu monte de lata,de estrume de cometa,seu iluminador de cu de gigante,è so ficar ai parado e deixar a energia passar,mas que droga.!!",o poste parece ter entendido o sujeito e permanece com a luz acesa por dez segundos ai comeca a piscar,o sujeito se afasta em uma passada e a luz volta a se mostrar vigorosa novamente,ele se lanca para perto e a luz se vai,ele suporta a provocao do poste com dignidade,se joga para tras dando uma cambalhota e mostra os dois dedos do meio ao poste de luz agora aceso,ele se encosta no poste que e claro se apagou ao seu toque, inconcientemente procura por outro cigarro e o encontra com sucesso, resta apenas dois,acende um com deleitoso prazer, apaga o fosforo em um movimento rapido de mãos e o lanca na calcada,o palito desaparece na escuridao,ha cada tragada ele pensa em sua posicao atual e se imagina fazendo coisas estranhas como observar uma vitima conversando sob a luz de um poste que sabe exercer sua funcao,ou ate mesmo um um detetive de adulterios olhando uma esposa adultera realizando suas fantasias em um beco com um qualquer sortudo,ele imagina tudo isso sob a escuridao do poste preguiçoso, no fundo ele rir imaginando que o poste o trairia revelando sua posicao,aquele poste não ia com a cara dele isso era um fato,o odio aos fumantes esta em toda parte hoje em dia, seu cigarro esta quase no final.
Ele escuta alguem lhe pedir um cigarro, ele nao percebeu o homem chegar estava envolto na fantasia da esposa adultera e se a chantagearia para fazer parte do ato ou se diria ao esposo que a mulher era uma santa, que so servia bacalhau a estranhos necessitados,ele da uma sorriso com a maldade do trocadilho. Se lembra que resta apenas um e pensa em menti, dizer que não tem ou que nao fuma enquanto pensa nisso pega o cigarro com os dois dedos e o afasta da boca chegando a conclusao de que o homem que pediu um cigarro jamais acreditaria na mentira de que ele nao fuma,ele poderia ignorar o pedinte ate ele ir embora,mas ja viu a coisa ficar feia antes fumantes ficam irritados em caso extremos ate tomam o que voce esta fumando ou cacam quimbas para fazer um novo.Ele cede aos bons modos e admite pra si mesmo que e quase um crime negar algo tao sublime como a satisfacao de um bom fumo de hortelã a qualquer homem ,ele entrega o ultimo
ao ser que o pediu como se fosse um ato de sacrificio,e espera sinceramente ser recompensado pelo universo. O homem pergunta se ele tem fogo,ele faz que sim com a cabeca sem nem mesmo olhor o pedinte, pega a caixa de fosforo e abre em gestos rapidos e precisos como em um ritul, risca um dando vida a outra luz naquela local escuro,uma luz fraca que so dorou o suficiente para dar vida a uma mistura estranha de hortela e cancer,a questao e que se a luz fosse mais forte ele teria visto a quem dava um cigarro.
_Você usa fosforos para acender um cigarro,admiro isso,em um homem,a um ditado que diz ,um homem que usa fosforos nao pode ser mau,a nao ser que eke seja um incendiario ....
-Nao è, para mim tem haver com a sensacao,o prazer do inicio e a certeza do fim, tudo em um ato,o propósito, o sentido completo de uma existencia, ele se acende como magica, cumpre sua funcao no universo e isso o consome por completo,isso me fascina ,agora os esqueiros....-ele esculta um barulho metalico quando algo toca o chao, a luz do poste se acende,ele olha para quem o havia pedido seu ultimo cigarro, sobe o olhar por aquela forma estranha ate vê um girassol enorme o encarando e se apoiando em um machado horrivel que claramente tem tétano ,os olhos vazios e um cigarro fulmegante na boca que exala um cheiro bom .
Nao percebeu que ja estava correndo até virar a esquina ,amaldicoando a sua sorte encosta em uma parede completamente sem fôlego depois de ter corrido bem rapido por vinte metros, enquanto recuperava o folego,o pensamento de que o tabagismo pode ter contribuido em grande parte para este estado de fadiga, ele decide que se sobreviver ira com certeza trocar a marca do seu cigarro,talvez ate aqueles cigarros gays com filtros, tudo pela saude,ele olha para a esquina de onde veio, e ver o monstro tambem tossindo e com dificuldades para respirar e mesmo assim o monstro retira um cigarro do proprio bolso e o acende com um esqueiro de plastico barato.
O homem pensa irritado e um pouco de medo-o safado tinha cigarro o tempo todo um maco cheio,ta na cara que ele e mau,filho da puta insensível me fez dividir o ultimo.-comeca a correr ,as pantufas nao o estao ajudando em nada,pra bem da verdade o estao lancando rapidamente para a morte certa, fazendo-o escorregar ate nas partes secas,ele nao as remove gracas ao seu pensamento de que coisas nao sao apenas coisas,ele reflete sobre seus calcados de quando suas pantufas eram bonitas cheias de vida e causacam inveja a quem nao tinha quinze reais para ter iguais,elas mantiveram seus pes longe do chao frio por muito tempo, sempre estavam exatamente onde ele as deixavam obdiencia extrema ,se lembra de quando as vestiu com couro preto e fez sexo com as duas elas ate deixaram fazer anal pantufas ousadas,nao era certo abandonalas pelo fato de que ja estavam velhas e nao davam mais suporte ao calcanhar e estavam encharcadas de humidade de calcada inconcientemente ele ja sentia a micose se instalando entre os dedos,quando ele viu o girassol na esquina vindo sem pressa,ele simplismente decidiu que era hora de ter aquela conversa com suas pantufas quando escorregou e bateu a cabeca enquanto ia sendo levado para a incociencia se lembrou estranhamente que havia engolido seu cigarro no susto.que sao partes importandes deles,e que nao quer pegar uma micose naquele chao humido,alcanca a proxima esquina mas sem aderência as pantufas o faz escorregar e ir de encontro ao chao ele simplismente apaga com o impacto. noite começa a ficar densa como se fosse um ser maligno ficando furioso sem razão aparente agora ela está emanando uma energia estranha difícil discernir o que é, impulsos horripilantes começam correr sobre meu corpo, minha mente começa a sussurrar que estou sendo observado de uma forma obscena,por instinto faço um gesto para fechar o roupão,uma suspeita inquietante me domina, olho para os lados não vejo nada,não há ninguém sob as luzes fracas que vem dos postes,sem medo e com calma serena me convenço que é melhor andar rápido e correr se for possível,olho para trás inconscientemente, lá está ela ou ele,uma flor monstruosa de um metro e oitenta fumando um cigarro longo, me encarando de um jeito que não parece ser coisa boa, uma flor, um maldito girassol, assustador pra caralho todo meu corpo se encontra paralisado,uma visão do inferno está diante de mim, viva,a coisa possui um machado de aparência disforme, o machado parece confessar crimes hediondos e ao que parece não demostra arrependimentos, com certeza ele foi a última visão de muitos azarados., e um machado com certeza,meu corpo carregado de adrenalina dispara sem direção calculada, percebo que estou correndo rápido, muito rápido do que me lembro já ter corrido alguma vez na vida,um desejo egoísta mas de facil aceitação toma conta de mim por um mísero momento,o desmatamento não parece ruim agora, e me imagino tocando fogo em tudo que seja planta ou natural por precaução,o preço da corrida de alguns metros e cobrado mas rápido do que imagino a adrenalina se foi, fico sem fôlego ser forçado a correr rápido assim,sem preparo não é algo que deva ser feito,o desespero toma formas estranhas e leva a mente a ter pensamentos impróprios e um desses passa pela minha mente como um raio, onde a criatura arranjou um cigarro a essa hora da madrugada concluo que ela comprou mais cedo, e percebo a loucura do meu raciocínio, onde ela arranjaria dinheiro para comprar é claro que é produto de furto,acho que caminhar foi uma péssima ideia,como não pretendia exercer velocidade,sai de casa com pantufas de coelho,agora comprovadamente inuteis para atividades que exigem performance,pra piorar não possui aderência ou qualquer mecanismo de travamento.O caminho parece ser feito de lodo de tão escorregadio,o cenário perfeito para ser desmembrado cruelmente por uma planta ambígua sexualmente, viciada em produtos cancerígenos,não importa o quão rápido me movo ela parece sempre estar colada em mim,passo perto de uma loja de alimentos naturais deslizando com as pantufas enfim sendo uteis ,a calçada nesse local está levemente iluminada as luzes são fracas os moradores do local tendo que arcar com a iluminação implantou lâmpadas baratas que se acendem em horários aleatórios,pura brincadeira do destino acende las naquele exato momento, não perco tempo olhando ofertas tentadoras na vitrine,meu único pensamento e escapar ou morrer de uma forma que não seja pelo machado de um girassol.
A criatura horrível olha dentro da loja,emana um som alto indistinguível, o som me desperta uma lembrança antiga,em um esforço para inclusão de pessoas a escola decidiu que teria uma leitura de poesia,pessoal ou não e nessa leitura havia um mudo que leu algo de Edgar Allan Põe,lembro de ter me entregado ao riso naquela situação,mas agora estou a beira de um colapso e o mesmo som, e não é nada engraçado .Na prateleira da loja havia uma propaganda sobre inclusão de trabalhadores,não deu para ler mas acho que era isso,"óleo de girassol extraído por meios naturais, por trabalhadores legalizados",e dada a reação do monstro acredito ter acertado, a coisa apressa o passo,a criatura possui um relógio naquele pulso fino, deduzo, que, algum azarado dado a caminhadas noturnas teve a mesma sorte que eu,não aguento dar mais um passo sequer, prefiro morrer,vejo a criatura aproximar-se ,percebo que está nua e encontro forças para dar um riso, sinto um cheiro forte de salgadinho de milho ,acho que se chamam fandangos, apago.
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Contos aleatorios
Short StoryCaminhar de madrugada pode não ser sábio como dizem,descubra lendo o conto.