Reencontro

212 6 1
                                    

Capítulo 4. Reencontro

Na manhã seguinte Elizabeth acordou, se trocou e desceu as escadas à procura de Alice.  

- Bom dia, está aí?... - E interrompeu a frase ao ver que Alice estava na cozinha conversando com um homem de aparência assustadora. Tinha tatuagens por todo o comprimento de seus dois braços fortes, cabelos longos e lisos, seu corpo era musculoso e bronzeado. Apesar de aparentar ter por volta de 40 anos, olhava para Alice como se os dois fossem adolescentes apaixonados. 

Elizabeth então se escondeu atrás da porta e tentou escutar sobre o que falavam. 

- Quanto tempo até a entrega chegar? - Dizia o homem para Alice. 

- Ainda temos aí uns oito meses pela frente, tenha calma, se fizermos como ele mandou, depois de tudo poderemos voltar a ficar juntos.  

- E como ela está? 

- Dormindo lá em cima, está bem, mas ainda meio assustada.

- Ela não desconfia não é? 

 Assim que terminou a frase, Alice colocou a mão sobre sua boca e fez sinal para que ele se calasse. Pegou uma panela e foi andando lentamente em direção a porta da cozinha pronta para golpear quem ali estivesse. Mas não havia ninguém. Antes que pudesse ser pega, Elizabeth subiu as escadas e entrou novamente no quarto, "essa foi por pouco" pensou. 

Após algum tempo, ela pode ouvir a porta da sala abrindo e fechando, e quando olhou pela janela viu aquele mesmo homem entrando em um carro e indo embora, foi então que finalmente tomou coragem pra descer novamente.  

- O que está olhando? - perguntou Alice da porta do quarto, dando um susto em Elizabeth. 

- Nada, só gosto de ver o céu depois que acordo. - Disse e desceu as escadas novamente em direção a cozinha. 

- O café está na mesa, você ficará sozinha até que eu volte da farmácia, afinal, alguém dessa casa tem de trabalhar. 

E pegando sua bolsa Alice saiu da casa deixando Elizabeth sozinha. 

Os meses seguintes não foram muito diferentes, Alice saía para trabalhar de manhã e Elizabeth ficava em casa sozinha, a única coisa que diferenciava aqueles dias eram as visitas de Lorena, que todo mês vinha ver como a amiga estava e elas duas ficavam horas e horas conversando sobre tudo. Até que um dia, quem bateu na porta não foi Lorena e sim Dankan. 

- Dankan!? O que está fazendo aqui? - Disse Elizabeth gaguejando, mas parou quando viu a expressão de mágoa e revolta que trazia aquele rosto que antes tinha uma expressão tão doce e carinhosa. 

- O que significa isso Elizabeth? 

- Eu... 

- Então é isso? Você me traiu?  

Elizabeth não conseguia dizer nada. Poderia tentar contar a ele toda a história com Sebastian, mas sabia que era como Lorena havia dito: Não eram todas as pessoas que iriam aceitar, e se não foi sua mãe, com certeza Dankan não engoliria tudo aquilo. 

- Todos esses meses sem dar um sinal de vida, Rosa tinha me dito que você havia se mudado, eu sabia que era mentira, mas nunca imaginei que fosse isso, você está grávida Elizabeth, grávida?! 

A expressão que Dankan trazia já não era mais de mágoa e sim desprezo, olhava para ela como se houvesse cometido o pior dos crimes, um olhar frio e impiedoso. 

- Dankan, não posso lhe explicar como fiquei assim... 

- Não pode me explicar? Não pode me explicar?! Eu sei muito bem como ficou assim Elizabeth! - Disse ele em tom auto. 

Elizabeth - O princípioOnde histórias criam vida. Descubra agora