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Os dois suspiraram desconfortáveis. Há tempos não discutiam, há tempos não se viam as lembranças de Bonnie ainda eram uma pequena confusão em sua mente.

"Nós tínhamos o direito de saber." Klaus sentenciou com rancor, incluindo a filha na sua reivindicação.

"Você teve duas filhas, e não se responsabilizaria por nenhuma das duas. Acha que não sei que foi o Elijah quem te convenceu a aceitar Hope?" Bonnie acusou vendo Klaus andar perigosamente para perto dela.

"Não se atreva, Bonnie." Ele disse com olhos em fenda. Bonnie tomou nota do quão ameaçador Klaus parecia, viril, autoritário, seu lobo flertando com a raiva fazia o corpo dela arrepiar e sua alma tremer. Rever os maneirismos de Niklaus, e reconhecer suas reações, tudo mexia com seus sentimentos e lembranças.

"Não estou dizendo que você não a ama, só estou dizendo que você carrega tanta culpa, um legado sufocante, que não pôde se manter ao lado dela, quando ela mais precisou de você. Desculpe-me se eu não quis nada disso para a nossa filha." A bruxa falou com lágrimas nos olhos.

O maior motivo para ela não contar era este, Klaus carregava o mundo nas costas, inimigos feitos por séculos, em todos os cantos do mundo, e de repente ele tinha uma fraqueza... Hope e Kori. Ela não podia mentir para si mesma, teve medo que ele não aceitasse a gravidez, teve medo que Klaus não acreditasse nela, uma vampiro fértil? Só quando soube sobre Hope, é que sua esperança mudou, mas quando testemunhou os eventos que a gravidez milagrosa de Hayley começou a ocasionar, ela achou que manter seu bebê em segredo seria o mais seguro. Afinal de contas, ela era uma Bennett, e sua filha com Klaus teria um peso que causaria desequilíbrio no mundo sobrenatural.

As palavras de Bonnie ecoaram em sua mente "nossa filha".

Ele a analisou. Tão bela quanto era há 15 anos. Klaus levantou a mão para tocar a pele macia do seu rosto novamente, ela não recusou o toque e ele desejou beijar os lábios irresistíveis e abraçar o corpo voluptuoso do qual tanto sentiu falta. Nenhuma mágoa que ele pudesse sentir de Bonnie era capaz de ser maior do que a saudade. A falta que ela lhe fez era imensurável, ele encontrou em Bonnie um oásis, de paz, de estabilidade, coisas que até então ele sequer sabia que precisava, mas após ter o mundo ao lado de sua bruxa, ele a perdeu, reencontra-la era uma dádiva e ele não perderia a chance de reconquistar o lugar que sempre foi seu no coração de Bonnie.

"Mãe!" Kori disse correndo escada abaixo, ela estava pálida e assustada, Elijah e Hope vinham atrás dela.

Klaus e Bonnie destrancaram seus olhares e ele deu um passo se afastando.

"Mãe! Minha magia... se foi." A Bennett mais nova falou assustada olhando para as mãos. Era uma sensação estranha, ela se sentia absolutamente normal, mas não conseguiu realizar um simples feitiço.

"Deixe-me adivinhar, você tentou ouvir nossa conversa?" Bonnie perguntou cruzando os braços.

"Sim, mas depois tentei outro feitiço e minha magia não funciona." Klaus disfarçou um riso com a confissão da filha. Bonnie suspirou e estendeu as mãos para a menina.

Kori deu as mãos para a mãe e fechou os olhos, ela era muito poderosa desde pequena, e as vezes perdia o controle, ficando incrivelmente sobrecarregada. Bonnie era a única que conseguia silenciar todo aquele ruído mágico e trazê-la de volta ao normal.

As duas respiraram em harmonia, enquanto Klaus as admirava. Bonnie foi sacudida pela constatação de que Kori não tinha magia alguma circulando por seu corpo.

Ela abriu os olhos, a preocupação estampada em seu rosto. "Hope venha cá." Ela disse estendendo as mãos para a outra bruxa, que a obedeceu e repetiu o gesto da irmã.

O Diário de Kori - KlonnieOnde histórias criam vida. Descubra agora