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Klaus saiu. Bonnie se deitou e chorou.

Se aquilo era definitivo eles ainda não tinham certeza, mas a dor que compartilhavam era tão real que parecia física.

Klaus respirou fundo deixando o ar limpo do canal preencher seus pulmões, ele buscava alguma calma mas seus olhos queimavam com lágrimas que ele se recusava a derramar.

Chorar tornava real.

Chorar era admitir que Bonnie tinha razão. O amor deles os arruinou.

Talvez a única coisa boa que fizeram juntos tenha sido Kori, eles se anulavam para sobrepor o que achavam ser as motivações certas.

Bonnie teve convicção que para manter seu relacionamento com Klaus e com seus amigos a salvo ela precisava da magia da expressão, e isso quase lhe custou a sanidade e a vida.

Tanto quanto Klaus precisou apaga-lo da mente dela para conseguir se afastar. E por mais que ele negasse, sua morte em sacrifício para Hope foi um verdadeiro alívio.

Deixar de sentir a dor de estar longe de Bonnie, deixar de pensar nela a cada minuto dos seus dias eternos. Foi um bálsamo silenciar a dor daquele amor.

O híbrido tirou as roupas com agilidade e se transformou em lobo. O gigante de mil anos silenciava seus medos.

Ele correu pelo pântano abrindo espaço em meio às árvores, caçou e se alimentou, mas ainda assim Bonnie estava nele.

Nem mesmo o uivo em forma de desabafo foi capaz de aquietar seu coração, viver o amor de Bonnie machucava, mas imaginar a vida sem ela mais uma vez era como morrer em meio a chamas incandescentes.

Klaus voltou a sua forma humana sabendo que aquele pequeno alivio duraria pouco e não seria suficiente para enfrentar Bonnie novamente. Tudo o que ele queria e precisava era se unir a ela mais uma vez, ele faria qualquer jura, qualquer promessa para que Bonnie lhe desse mais uma chance.

Amar dói, mas não amar nos torna ocos.

Bonnie precisou de um feitiço para encobrir seus olhos inchados e olheiras causadas por choro e falta de sono. Já havia amanhecido e Klaus não tinha voltado, de qualquer forma era melhor assim, eles tinham a festa de Hope para se preocupar e a felicidade das meninas era a prioridade. Poderiam deixar seu drama de décadas para outro momento.

A bruxa se animou ao pensar que tinha algo para se distrair daquela tristeza que lhe acometia.

Ela pegou seu celular e mandou uma mensagem para Kaleb combinando de vê-lo.

"Vou tomar café com Kaleb, quero falar com ele sobre alguns pontos do caso, você vai ficar bem?" Ela perguntou a Kori.

"Na verdade, seria um problema se eu fosse com você?" A jovem pediu e Bonnie sentiu que ela queria falar sobre algo particular. As duas se arrumaram e saíram em seguida.

"Está tudo bem entre você e a Hope?" Bonnie perguntou estranhando que a filha não quisesse tomar café com a irmã e os amigos no dia do aniversário dela.

"Sobre isso..." Kori torceu os dedos demonstrando nervosismo. "... Eu não sei bem, mas Hope me pareceu meio estranha ontem. Ela me tratou de maneira um pouco hostil, criticou a cor do meu vestido, ela é Lizzie fizeram comentários estranhos, ela pediu que eu prendesse o cabelo, e deu a entender que era para eu não "chamar atenção" na sua festa." Kori falou constrangida.

Ela não queria se queixar da irmã mais velha, ela amava Hope, mas se perguntava o que ela tinha feito de errado.

Bonnie dirigia atenta, mas pensou sobre Dylan e ponderou que talvez Hope tenha se dado conta de que o garoto gostava mais de Kori do que dela.

O Diário de Kori - KlonnieOnde histórias criam vida. Descubra agora