O passado não morre

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Dobe: Sasukeeeeeh! Responde logo, teme!

Dobe: Não vai dar tempo se você enrolar.

Dobe: Aliás, por que você demora tanto a responder uma mensagem, 'ttebayo?

Sasuke encarava a sequência frenética de mensagens de Naruto, que parecia, como sempre, carente de sua atenção. Respirou fundo para tentar ser o mais paciente possível com o outro. Estava desgastado devido ao novo trabalho como produtor independente que iniciara recentemente: a banda tinha um vocalista de personalidade confrontativa e difícil, que gostava de ser o centro das atenções e contrariar seus conselhos. O produtor já não era muito paciente por natureza, porém não queria perder tão rápido o primeiro trabalho promissor desde que saíra da Legendary Records e estava fazendo um esforço sobre-humano para manter a profissionalidade; daria um jeito de colocar aquele rebelde sem causa em seu devido lugar e terminaria o trabalho.

O Uchiha ponderava que não seria má ideia encontrar o Uzumaki. Por motivos que desconhecia, ele sempre sentia-se mais sereno na presença do outro, sua mente se aquietava e não pensava em problemas. O moreno tinha o hábito de ser muito ligado ao passado - sempre remoendo uma infinidade de coisas -, mas estar com o loiro tinha esse efeito de trazê-lo para o presente e curtir sua companhia.

Sasuke Teme Uchiha: Eu não demoro, você que é impaciente demais.

Sasuke Teme Uchiha: Mas não estou a fim de cinema hoje, dobe.

Sasuke Teme Uchiha: Pode passar aqui mais tarde, se quiser.

O Uchiha sempre agia como quem não fazia questão da companhia do Uzumaki, no entanto o loiro já havia percebido que aquilo era apenas fachada e se divertia com a atitude fechada do outro. Ele começou a perceber isso quando entendeu que sempre que Sasuke mandava uma mensagem - como a anterior -, ele enviava uma proposta tentadora em seguida.

Sasuke Teme Uchiha: Vou pedir uma pizza.

"Esse teme..."— Naruto pensava, rindo como um idiota e andando pelo campus da faculdade com o celular na mão.

Com a atenção voltada para o aparelho, acabou esbarrando em uma pessoa e se desculpou imediatamente.

— Nossa, eu sei que você é distraído, mas você está impossível, Naruto! - Disse Sakura. O amigo andava mais disperso do que o normal já fazia um tempo, e a Haruno achava que aquilo não era normal.

Ela mudou a postura irritada por um olhar malicioso em menos de um segundo, assustando o loiro, que sentiu um frio no estômago com o olhar pesado da amiga.

— Me diz, Naruto, quem é que está mexendo com essa sua cabeça oca? – Disse, se inclinando e tentando ver a tela do celular do amigo, que, num impulso, puxou o aparelho, intencionando escondê-lo da amiga – Sabia! Você estava rindo feito um idiota apaixonado! Não acredito que não me contou nada!

— Sakura-chan, não faz isso! – O loiro esforçava-se para fugir das mãos da Haruno, que lhe fazia cócegas e tentava pegar o celular de toda forma. – Calma! – Falou, levantando os braços e deixando o aparelho fora do alcance da rosada. – Eu te conto... – Prometeu, em um tom baixo e levemente encabulado.

— Ótimo! Que tipo de amigo esconde esse tipo de coisa?! – Disse, dando um soco no ombro de Naruto, que se retesou no mesmo instante.

— Você tem que entender que é muito forte, Sakura-chan. – O loiro reclamou, com o rosto choroso e massageando o braço atingido.

— Vamos pra lanchonete; não pretendia assistir à próxima aula mesmo. – A Haruno falou, pegando o braço do amigo e se dirigindo com ele até o refeitório do prédio mais próximo.

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