Fazer companhia

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TaeHyung apenas aterrissou na cama e acordou somente no outro dia, quando tinha de tomar seu primeiro remédio e o café da manhã.

Até mais tarde, ele permaneceu quieto e triste, pensando nas mesmas coisas terríveis de sempre e em como tudo permanecia horrível. Mas seus pensamentos cruéis foram interrompidos pela porta do local sendo aberta por YongSun. O garoto estranhou a repentina chegada da enfermeira já que estava uma hora adiantada ali.

— Olá, Tae! — deu um de seus melhores sorrisos, como sempre. — Vim aqui te chamar para me ajudar com algo. — sorriu mais.

Claro que Kim estranhou completamente aquilo, como assim ajudar?

— O que? — perguntou sem entender.

— Bom, hoje eu conversei com outros superiores e eles adoraram minha ideia. — se aproximou.

— Que ideia? — tornou a questionar.

— Hoje, eu sugeri que pudesse lhe chamar para me ajudar a cuidar de JungKook, já que fui encarregada de checar seus curativos e dar almoço ao mesmo, eles acharam ótimo levar um paciente para me ajudar e poder fazer companhia para ele que precisa, assim como você. Acharam uma boa ideia como atividade interativa e diferenciada. — sorriu animada.

— YongSun! Como assim? Por que fez isso? Eu não quero ir a lugar algum agora. — resmungou irritado.

— Se acalme, é apenas uma atividade diferenciada e melhor que ficar apenas aqui, Tae. Vamos lá! Não será ruim! — sorriu ainda mais já segurando o braço de TaeHyung que permanecia irritado.

— Eu não quero! — tentou puxar seu braço de volta.

— Vamos lá, você sabe muito bem o que eu tenho para te falar sobre não querer algo. — olhou com uma expressão já muito conhecida por Kim que revirou os olhos.

— Não. — persistiu.

— Sim! — voltou a tentar erguê-lo. — Vai te fazer bem.

— Não vai. Como consegue continuar animada com essa ideia? — questiona irritado.

— Por que sei que dará tudo certo. Agora se levante e vamos para a área hospitalar, você nem vai precisar andar muito, Tae. — e assim, fez o mesmo se levantar, completamente contrariado, como sempre.

— Eu realmente odeio essas coisas e odeio esse lugar. — TaeHyung se pronunciou após sair a força de seu quarto.

— Só não diga que me odeia, olha, sabe que eu sou sempre legal com você. — YongSun diz fazendo uma expressão triste porém engraçada.

— Uma pessoa legal obrigada a outra a fazer coisas que ela claramente não quer?

— Sim se for para o bem dela. — respondeu rápido, Kim suspirou fundo.

— Então você realmente ganha como pessoa mais legal.

— Espero que isso não seja ironia sua, Kim TaeHyung! — riu baixo. — Pronto, nós quase nem andamos. — falou parando em frente ao local certo.

Mas assim que YongSun abriu a porta, seu sorriso se foi embora ao ver Jeon fora da maca e das máquinas, sem seus curativos enquanto olhava pela janela do local.

— Jeon! — entrou desesperada, indo rapidamente até o paciente. — O que é isto? Por que não está na maca? E seus curativos!?

O garoto apenas lhe olhou sério como sempre.

— Não quero nenhuma forma de recuperação, é idiotice ter que ficar todo enfaixado atoa.

— Não! Não é idiotice, vai apenas te ajudar. — conferiu os braços bem machucados do garoto. — Isto precisa melhorar logo, olhe como está machucado. — suspirou triste. — Venha, precisamos arrumar isso.

YongSun guiou JungKook até a maca, TaeHyung permanecia parado em frente a porta.

— Tae! Entre! — pediu. — Entre e feche a porta, por favor. — e assim começou a pegar novos esparadrapos e spray para enfaixar JungKook.

Kim apenas fechou a porta e se aproximou um pouco, JungKook lhe encarou.

— O que ele está fazendo aqui? — perguntou para YongSun que já passava o spray para dor por seus braços.

— Foi uma ideia que sugeri mais cedo e todos aceitaram, trazer TaeHyung para me ajudar um pouco e até mesmo fazer companhia para você.

— Não preciso de companhia. — respondeu seco.

— Claro que precisa! Você anda muito sozinho, assim como ele. — suspirou começando a enfaixar o primeiro braço.

— Eu não quero ficar com essas coisas no meu braço. — olha para YongSun.

— Querer não é poder, JungKook. Isto é para seu bem.

Jeon não resmunga mais e apenas fica quieto enquanto a enfermeira acabava de colocar o esparadrapo em seus braços. Após acabar de “organizar” tudo, YongSun confere as horas e sorri.

— Está na hora do almoço! — olha para os dois. — Eu irei buscar um prato para vocês dois comerem, já, já estarei de volta. — se levantou da maca. — Conversem entre si enquanto estou fora, vocês estão realmente muito quietos e as vezes é bom conversar com outras pessoas sem serem nós, funcionários. — deu um último sorriso antes de sair.

E mesmo assim, tudo permaneceu em silêncio no quarto, mas não um que incomodava os dois, já que gostavam de simplesmente ficarem todo o tempo calados.

Porém, mais perguntas vieram na cabeça de TaeHyung.

— Por que saiu da maca e foi até a porta esta madrugada? — perguntou de repente.

— Não conseguia dormir e queria voltar para meu quarto, mas ele estava trancado. — respondeu sem encarar Kim. — Por que ficou perguntando se eu me sentia sozinho? — foi a vez de Jeon fazer uma pergunta.

— Foi uma crise, eu só começo a me sentir sozinho as vezes, apesar de gostar, incomoda de uma forma estranha.

— Então, você se sente sozinho. — concluiu e o outro apenas assentiu minimamente. — Prefiro realmente ficar sozinho do que repleto de pessoas que me julgam.

— Mas aqui, ninguém vai te julgar. — falou sem entender as palavras do garoto.

— De certa forma, acho que ainda assim julgam, principalmente a equipe que pensa que nos ajuda. Este lugar é o próprio inferno.

— Não acho tanto, mas gostaria de não estar aqui e muito menos lá fora.

— Quem não quer?

Kim apenas abaixou a cabeça e começou a pensar um pouco. Após mais alguns segundos YongSun retornou com o almoço dos dois.

— Venham aqui, vocês precisam comer! — falou colocando tudo sobre a pequena mesa que havia ali. — Só está faltando algo para beberem, então enquanto comem, eu irei buscar suco.

Nenhum dos dois tinha sequer ânimo para comer, mas era claro que a enfermeira persistiu até ver os dois sentados ali, comendo para então sair novamente e buscar as bebidas.

O almoço todo fora silencioso enquanto YongSun organizava mais algumas coisas ali.

TaeHyung, de alguma forma enquanto estava ali, não se sentia sozinho como todos os outros dias e já não gostaria de sair para voltar ao seu quarto, porém ele também não entendia como aquilo estava acontecendo diante do garoto que conhecera a pouco tempo.

DURMA COMIGO ESTA NOITE  ❜  taekook [2019]Onde histórias criam vida. Descubra agora