Capítulo 8

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Respira, inspira, respira, inspira. Perdi as contas de quantas vezes repeti esses exercícios. Ignorar a dor resolvia, mas não a afastava completamente. Eu me levantei e fui até o banheiro, liguei o chuveiro na água gelada e entrei de roupas mesmo, prendendo a respiração. Depois de longos minutos na água, eu já estava normal novamente. Vesti um conjunto de moletom e calcei meus tênis, coloquei em uma mochila algumas mudas de roupas, escrevi uma carta para minha tia, explicando o motivo do meu "não"-logicamente, eu inventei uma desculpa muito convincente - e avisando que iria ficar fora durante o meu cio. Coloquei a carta na minha escrivaninha e saí pela janela, fui até a garagem e entrei no meu carro, indo para aquele lugar.

✦ ✦ ✦

Entrei no velho galpão abandonado, descobri esse lugar quando fui mordida, desde então, é pra cá que venho quando o cio se aproxima. Fui até meu carro estacionado do lado de fora do galpão, peguei as correntes e algemas que eu usaria para me prender, joguei tudo dentro do galpão e tranquei o carro. Andei até a coluna de aço, coloquei as correntes ali e comecei a tirar meu casaco. Fiquei apenas com a calça e uma regata preta. 

Me sentei no chão, logo vendo a lua começar a brilhar. Enrolei as correntes em meus braços e pernas, juntei tudo em volta da coluna de aço e prendi com um cadeado enorme. Respirei fundo, prendi as algemas em meus pulsos. Eu estava amarrada, me machucava? Sim, muito. Antes me machucar do que machucar pessoas inocentes. 

Aquelas dores voltaram, só que em maior intensidade. Tudo em meu corpo doía, as correntes pressionando meu estômago só contribuía para essa situação. Minhas mãos tremiam e minha visão estava embaçando. Eu sabia o que estava acontecendo, ela estava vindo. 

A partir desse momento, a vampira de S/n que estará narrando

S/n se contorcia, tentando me soltar das correntes. Em vão, estava irada, sua visão está em infra-vermelho, seus sentidos estão mais aguçados do que o normal,e a garota sente uma fome insaciável, e uma sede da coisa que sente mais nojo - sangue -, as correntes a incomodavam demais, ela tenta quebra-las, a loba idiota deve ter enfeitiçado as mesmas. 

E tentou por dias, nunca conseguiu soltar as correntes. A vampira estava fraca demais, precisando de sangue humano ou animal, não importa. Várias e várias vezes , a mesma tentava quebrar as correntes, até que ela desistiu. 

Enquanto isso, em Seul, sua madrinha e seus amigos estavam loucos atrás da garota. Seu cheiro havia sumido, nesses 15 dias, a alcateia de Dong Wook procuravam a garota em tudo que é lugar, Myung Ju sabia que S/n estava bem, mas mesmo assim não deixava de procura-la. 

Todo ano era assim, em pelo menos 1 de seus cios, S/n sumia por 30 dias e voltava depois diferente, sempre com uma expressão triste e decepcionada, e toda vez que sua madrinha a perguntava o que era, ela desconversava e se isolava no seu quarto. 

- Aonde você está S/n? - Myung Ju escutava os amigos de S/n lamentando. 

- Ela está bem, não se preocupem. - A madrinha os tranquilizou.

- Como você sabe? - Yug Yeom perguntou com um tom suspeito.

- Isso já aconteceu antes. - a mais velha respondeu com tranquilidade.

- Como assim? - Jeon perguntou.

- Uma vez no ano, quando ela entra em cio, ela some por 30 dias. - Todos ficarem em silêncio, observando a mais velha. - Ela volta completamente triste, então se preparem.

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S/n transpirava, seus olhos antes violetas, agora estavam completamente vermelhos. Ela ainda tentava se soltar, usava toda sua força. Ela decidiu tentar morder as correntes. Ela mordia puxava e se debatia, as correntes finalmente se quebraram, a garota deu pulo e saiu correndo a uma velocidade absurda. 

A vampira foi até a floresta, matou inúmeros cervos e coelhos, para matar sua cede de sangue. Mas somente aquilo não a satisfazia, ela começou então a correr até a cidade. Escutava sua loba implorando para não matar nenhum inocente, a vampira ignorava, pensando em que lugar ir primeiro.

Ela parou em frente de sua casa, sentindo o cheiro de muitos humanos e lobos. Pulou o portão sem nenhuma dificuldade, segui até a entrada como uma pessoa normal. Até que ela viu um homem, um jardineiro. A vampira olhava para o homem com desejo, sua loba gritava dentro de si, implorando para não matar aquele homem

Ele tem família S/n! Não faça isso!

 - Tarde demais lobinha. - ela abocanhou o pescoço do homem, sugando totalmente o sangue do pobre coitado. O sangue puro a fazia sentir borboletas no estômago. O homem caiu morto no chão, S/n limpou sua boca e continuou a andar como se nada tivesse acontecido.

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Myung Ju e a alcateia de Dong Wook sentiram um cheiro diferente, um cheiro amadeirado mas ao mesmo tempo suave, com um toque de sangue. Todos saíram pra fora, e viram uma garota limpando sua boca, logo atrás um homem caído no chão   

- M-Mas oque?! - Myung Ju disse assustada.

- É uma vampira? - Taehyung perguntou ao DongWook. 

- Não. - DongWook fixou seu olhos na garota, em seguida olhando para Myung Ju. - É a S/n.


Hidden Faces - JKOnde histórias criam vida. Descubra agora