Capítulo 2

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    Jessie Collins

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Jessie Collins

Pisco lentamente pela terceira vez, acreditando que a visão à minha frente seja apenas meus olhos me pregando uma peça, mas ao abri-los a cena a minha frente continua a aparecer, tão verdadeira e... intensa.

Não sei o que pensar, ou como agir. Meu estômago embrulha, e meus pés parecem estarem colados ao chão. Quando o primeiro soluço escapou de meus lábios o casal à minha frente se separou e me olharam assustados. A essa altura meu rosto está banhado pelas lágrimas, e eu me sinto boba, e idiota, e burra.

— Jessie, eu posso explicar... — Peter fala caminhando em minha direção.

Ergo uma das mãos impedindo-o de se aproximar mais ainda de mim. As sacolas que seguro na outra mão parece pesar mais do que minutos antes, quando eu esperava, toda feliz, diga-se de passagem, pelo elevador no térreo.

Depois do encontro que tive com minhas amigas, há duas semanas atrás, eu fiquei pensando no meu relacionamento, nas palavras de Rebecca, quando estava sozinha em meu apartamento eu pensava em como talvez elas pudessem estar certas. Todavia, no meio da semana, depois de um jantar maçante, quando olhei para Peter sorrindo feliz por ter conseguido fechar com sucesso um negócio importante, eu me peguei mais uma vez tendo a esperança de que as coisas mudariam algum dia. Nessa noite ele disse que me amava e que estava feliz por me ter ao seu lado, Peter depois de meses de namoro deixou de ser o cara romântico que era quando nos conhecemos, e toda vez que eu ouvia as palavras eu te amo sair de sua boca, direcionadas a mim, sentia-me a mulher mais feliz do mundo por ter encontrado o amor da minha vida, mesmo que ele não correspondesse aos sonhos que eu sempre tivera com meu futuro marido desde a minha adolescência, afinal nem tudo pode ser perfeito.

Durante as ligações que fiz a Peter nos dias que sucederam o jantar pude notar sua voz desanimada e cansada, e tudo que pensei foi que poderia fazer algo para animá-lo, não tinha muito ideia do que fazer, por isso encomendei nossa comida em seu restaurante favorito, pensei que pudéssemos passar o sábado todo juntos. Eu tinha planejado tudo em minha cabeça, depois de almoçarmos eu o convenceria a irmos até o parque da cidade para aproveitar o dia lindo que está fazendo hoje, nós iríamos andar de mãos dadas até lá como já não fazemos a meses. Quem sabe, depois quando voltássemos poderíamos assistir a um filme juntos, mesmo que ele escolhesse um que eu odeio. E no domingo iríamos até a casa dos meus pais comemorar o aniversário do meu irmão.

A minha intenção era só fazer uma surpresa ao meu namorado, e o meu desejo era que pudesse desfrutar o máximo possível da sua companhia, visto que isso quase nunca é possível.

Mas ao que tudo indica a única pega de surpresa na história toda fui eu. Ali estava ele na porta do seu apartamento aos beijos com outra.

— Jessie... nós... não é o que você está pensando. — Abby tenta explicar, ainda parada há alguns passos atrás de Peter.

Não era o que eu estava pensando? Eu queria gritar pra ela que eu não precisava pensar, só ver a cena do meu namorado aos beijos com quem eu achava ser minha amiga era o suficiente para eu entender o que estava acontecendo. Eu era uma boba, mas não ao ponto de não compreender o óbvio. Eles me traíram. Eu queria poder dizer tantas coisas, eu queria poder lembrar de todos os conselhos que eu vociferava para as garotas dos filmes quando o mesmo acontecia com elas. Eu queria parecer forte e madura para sair dali sem parecer uma garotinha tola. No entanto eu realmente sou uma tola, e tudo que faço é largar as sacolas no chão e entrar correndo feito louca no elevador. As lágrimas turvam a minha visão, mas não me impedem de correr desesperada até o carro, faço tudo no automático, e só quando já estou em movimento pelas ruas me dou conta de que preciso me acalmar. Mas como, dói tanto. Eu devo estar em um pesadelo, é isso. Tento me convencer que logo vou acordar e vai estar tudo bem, contudo as buzinas que soam atrás de mim indicando que o sinal já abriu me fazem acordar, e só então aceito que meu pesadelo é real.

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