Quando o seu olhar
Encontra Jesus
Você vê
Seu coração puro e as feridas para nos salvar
O Seu amor e o Seu perdão
Diante de Jesus
Tudo novo se faz
Parecido com Ele desejamos ser
Olhando para a Cruz
Lembramos sobre o perdoar
Olhe para quem te feriu
E continue a lembrar sobre o perdoar
Olhe para quem te feriu
E escolha perdoar.
Jessie Collins
Desde que eu possa me lembrar sempre tive pavor de aranhas. Sempre que vejo uma eu fico paralisada, e olha-la, me dá agonia. É fácil para mim pôr na cabeça que consigo me livrar de uma sozinha caso ela apareça em minha frente, mas quando isso de fato acontece eu constato mais uma vez aquilo que todos proferem por aí: a prática é mais desafiadora do que a teoria.
Não, não há nenhuma aranha no meu apartamento neste momento, quero dizer, não que eu saiba.
Há alguns minutos atrás, enquanto lavava a louça, pude escutar a campainha tocando, estranhei, não estava esperando alguém, ainda mais sendo 7h da noite de uma sexta-feira. Enxuguei minhas mãos na calça de moletom surrada que estou usando, em seguida dei uma ajeitada em meus cabelos e me encaminhei até a porta, curiosa para saber de quem se tratava, talvez fossem minhas amigas, aparecendo de surpresa para termos uma noite das garotas.
Foi então que, ao abrir a porta e me deparar com a pessoa que estava parada a ela, comecei a pensar nesse fato da aranha, substituindo a palavra livrar por perdoar, posso dizer que as situações são parecidas.
Em minha mente, quando Abby e Peter insistem em aparecer, é fácil para mim pensar que hoje, com a ferida menos dolorosa, eu os perdoei. Sempre penso já ter perdoado eles, ou ao menos penso estar quase no fim do processo de liberar perdão. Contudo, agora olhando para Abby a minha frente, tudo que consigo pensar é que ainda não a perdoei, não com todo o meu coração. Olhar para ela é quase como ver a palavra traição em seu rosto.
Parada à minha frente com o olhar baixo Abby parece escolher as palavras que quer me dizer, permaneço em silêncio, tanto por não saber o que falar, como porque meus olhos insistem em olhar para sua enorme barriga de gestante, me impossibilitando de pensar em algo para dizer. Confesso que meu primeiro instinto foi querer fechar a porta em sua cara, mas buscando ser uma nova pessoa em Cristo, sei que preciso estar à disposição dela, perdoá-la e quem sabe até mesmo servi-la se necessário, e pensar nisso me faz reprimir contorcer minha cara em uma careta, isso não será nada fácil.
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Onde encontrei seu coração
Short StoryCONTO 3 | Família Collins Jessie Collins e Matthew Taylor nunca se viram na vida, não até se esbarrarem pelas ruas da cidade. Eles seriam apenas desconhecidos, se ela tivesse colocado seu colar com pingente de coração em seu pescoço ao sair da sua l...