angels – the xx
Quando pisei em são paulo pela primeira vez, era tudo muito novo, tudo muito diferente. Logo que desci do avião, meu celular começou a tocar, e adivinha, era minha mãe, gritando pra eu me cuidar e procurar certinho a localização da faculdade pra não ser sequestrado, falei que não tinha nada demais e ja estava indo finalizar minha matrícula.
Lembro-me como se fosse ontem, e foi mesmo, que entrei no prédio da USP, indo em direção a minha felicidade. Finalizei minha matrícula e logo fui conhecer o campus, dei uma olhada na minha grade curricular do semestre, e me despedi, pois minhas aulas só começavam no próximo semestre.
Estávamos caminhando pela avenida Paulista, até que Hemily resolve que seria muito interessante ver as exposições do MASP, é, eu mal sabia que depois daquela tarde, minha vida mudaria.
Compramos nossos ingressos, e já entramos no museu, tudo era realmente muito lindo, as obras impecáveis e nossa, claro que cada canto que víamos era uma foto diferente.
– Depois de hoje, meu insta vai bombaaar – Hemily estava realmente muito animada com a nova "estética" do seu feed.
– Pelo amor de Deus, quem usa o termo "bombar", estamos em 2019.Eu estava tao cansado que nem discutir com ela me dava vontade, foi quando olhei para o lado e vi ele, o amor da minha vida, a metade da minha laranja, o caroço do meu abacate, a semente da minha melancia. Quer dizer que essa é essa a sensação de amor a primeira vista?
Ele tinha um rosto bem definido, a barba para fazer, o cabelo todo bagunçado, e aquele maxilar, nossa que maxilar... Tinha umas coxas grossas e uma bunda que meu Deus. Precisava descobrir o nome dele. Hemily percebeu que eu estava encarando demais o garoto e me deu um beliscão.
– Aii, sua cadela desgraçada – senti todos os pelos do meu corpo arrepiarem.
– Huuum, ta de olho no que sua galinha? – a senhora debochada vai ficar me atormentando pelo resto do dia.
– Olha ali, que piteuzinho, meu Deuuus – tento apontar para o garoto discretamente, mesmo que não tenha dando muito certo.
– AQUELE ALI?? – Hemily berra ao mesmo tempo mesmo tempo apontando para o menino. E é claro que todos olham, inclusive ele!Meu coração acelera em um nível inexplicável, sinto minha pele queimar, a bonita da Hemily resolve que seria muito bacana ir falar com o garoto. Quando me dou conta, vejo a bunda dela rebolando enquanto caminha na direção dele. Ele acena para mim, e é quando sinto meu celular vibrar.
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Coisas Da Minha Cabeça.
RomanceHenrique um menino de 18 anos, bi e universitário. Tentando descobrir seu lugar no mundo, logo após se mudar para São Paulo, capital, afim de começar uma vida nova. Começa seu curso de "Marketing digital" na renomada USP. Rafael, 19 anos, gay, e sem...