Prólogo

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Adrien Rose

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Adrien Rose

        Você já parou pra observar o oceano?
        Já viu como as ondas viajam e quebram na arrebentação? Como as ondas se chocam com as rochas na praia? Como as marés vem e vão conforme o dia passa? Já notou como o sol parece tão pequeno ao ser engolido pelo horizonte no oceano naqueles poucos minutos do por do sol antes do crepúsculo? Ou quem sabe já viu como é bela a lua cheia ao iluminar as águas marinhas enquanto o espelho que se forma nelas reflete toda sua beleza natural? Bem eu já.
          A cada vez que eu me sentava na formação rochosa daquela praia e passava minhas férias de verão sentado nelas eu observava como o oceano pode ser belo e diferente a cada dia, eu sentia a brisa mover meus cabelos e olhava as águas formarem as ondas e tocarem o céu no horizonte, ouve duas vezes em que tive o privilégio de observar baleias brincando perto da arrebentação e em outras três vezes eu pude ver golfinhos se divertindo próximos a praia, certa vez até nadei com eles, eu amo o oceano, sonho em ser biólogo marinho, talvez eu devesse temer o oceano por algo que aconteceu a muito tempo.
           Quando eu era bem pequeno e tinha meus 6 anos de idade, meus pais tinham um barco eles adoravam velejar e meu pai amava a pescaria, minha mãe sempre ia conosco nas nossas aventuras ela adorava ver as baleias e os golfinhos, mas sua paixão eram as tartarugas marinhas sempre que víamos uma em perigo ajudávamos, minha mãe sempre disse que se respeitamos o oceano ele respeitará e ajudará a gente e eu sempre acreditei, mas numa tarde eu tive minhas dúvidas estava perto do meu sétimo aniversário e meu pai nos levou pro mar, não havia previsão de chuva o tempo deveria ser calmo e ensolarado, estávamos ansiosos pra passar o dia em alto mar, mas quando a tarde chegou o tempo virou antes de percebermos uma tempestade já castigava o oceano e nosso pequeno barco, meu pai tentou nos levar pra terra firme, mas o mar revolto e bravo tinha outros planos, as ondas começaram a se chocar com o casco do barco com tanta força que não conseguíamos nem se quer ficar de pé, éramos jogados de um lado a outro sem piedade até que próximos a costa uma onda enorme virou o barco e nos jogou pra fora, naquela hora eu um pequeno menino de seis anos que mau tinha aprendido a nadar tentei com todas as forças me manter na superfície, mas a ondas me empurravam pra baixo e eu perdi as forças, eu vi a superfície ficando muito acima de mim e quando estava prestes a desmaiar eu senti braços me rodeando.
          Eu acordei e não sabia quanto tempo havia se passado, estava meio confuso, estava na praia sentia a areia quente e escaldante abaixo de mim, o sol no meu rosto, ainda estava de olhos fechados quando ouvi uma voz perto de mim cantando uma musica que eu não entendia e senti uma mão macia na minha e outra no meu rosto, resolvi que deveria abri os olhos, mas a mão que estava no meu rosto tampou meus olhos.

"por favor não abra os olhos ainda..." - disse uma voz infantil, mas já mudando, de um menino.
"Quem é você? Porque não posso abrir os olhos? Cadê a mamãe e o papai?" - atropelei quem quer que fosse a pessoa que estava comigo de perguntas por estar confuso com a situação.
"Logo você vai saber. Fico feliz que esteja bem. Eu preciso ir agora."
"Espera... quem é você?"
"Quem sabe um dia você possa descobrir."

          Eu senti algo em minha mão e ele a fechou, logo em seguida ouvi um barulho na areia e na água e quando finalmente abri os olhos estava sozinho. Eu pensei que tinha imaginado tudo, mas vi aquele colar com aquela concha na minha mão um colar de pérolas com uma concha rosada, havia dois cavalos marinhos com uma pérola entre eles gravado na concha, fiquei intrigado com aquilo, mas mais curioso ainda quando vi os rastros na areia indo em direção ao mar e desaparecendo onde as ondas estava chegando eu me perguntava o que tinha acabado de acontecer, mas não podia entender, horas mais tarde meu pai acordou próximo de mim e minha mãe havia sumido, mais tarde entendemos que o barco de meu pai havia sido virado pelas ondas e naufragado e nós havíamos sobrevivido , mas infelizmente minha mãe não, o corpo dela foi achado nas rochas dias depois, mas mesmo depois disso tudo eu nunca tive medo do mar.

         Se eu sofri com a morte da minha mãe? sim sofri com a partida dela, a menos que perca alguém você jamais entenderá, quão profunda e marcante essa dor é, no entanto mesmo tendo sofrido tanto, eu pude aprender com a minha vida, o tempo ajudou a amenizar a dor, a dor que me castigava se transtormou em saudade, foi difícil me lembrar da minha mãe no início, eu era só um menino e não entendia muito bem, mas agora mais velho e crescido, eu agradeço por ter conhecido ela, queria ter tido mais tempo com ela, mas mesmo sem ter tido eu fui feliz no breve momento em que ela fez parte da minha vida, gosto de me lembrar dela e manter as boas lembranças dela comigo, pois assim de certa forma é como se ela estivesse viva dentro de mim, e assim descobrir que sou forte, conheci minha força interior e descobri ser capaz de superar muitas coisas.

      É pela minha mãe que nunca tive medo do mar, o mar é a lembrança mais vivida que tenho dela, mas alem das lembranças sobre ela a lembrança que nunca esqueci foi daquela voz, a voz do meu salvador, até hoje uso o colar que me foi deixado pelo menino misterioso, nunca deixei de me perguntar quem ele era, pra onde ele foi, porque não me deixou ver seu rosto e porque ele me salvou, sim depois que me lembrei de tudo do naufrágio eu pude entender que ele salvou minha vida e até hoje eu não sabia porque, agora 11 anos depois eu ainda me lembrava dele, voltava a praia na esperança de encontrar ele e as vezes quando aproveitava a brisa do verão nas rochas do canto da praia eu podia jurar que ouvia sua voz nos sussurros dos ventos.

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