Lune

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Benjamin Haruyama

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Benjamin Haruyama

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Julien Haruyama

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Mark Haruyama

Narrado por Lune

    O oceano é um lugar vasto, cheio de mistérios, cheio de vida, de águas frias e escuras a águas quentes e cristalinas, o mar é amado e temido, ele não obedece a ninguém e se você não souber por onde navegar, se não o respeitar se tornará seu lugar de descanso, no entanto se tiver respeito e deixar que te guie as ondas te levam a lugares onde jamais sonhou estar, lugares lindos onde quase ninguém esteve, esse é meu lar, onde nasci, onde cresci, onde vivo, de onde jamais sonhei ou desejei sair a não ser por ele. Aquele menino, que de longe todo dia eu via na praia nos rochedos, com algo que os humanos chamavam de lápis e papel nas mãos parecendo sempre concentrado em sua obra, o humano que devia sua vida a mim e do qual jamais eu soube o nome.
    Aconteceu a muitos anos, eu era um pequeno tritao curioso com os humanos aquela gente que parecia com meu povo mas não tinha barbatanas nem cauda, tinha aquelas duas longas e brancas... os humanos chamavam de pernas meu povo chamava de palito de coral já que não tínhamos nada parecido com aquilo onde vivíamos, eu me aproximei de uma embarcação humana numa tarde tempestuosa, e vi aquele menino que me deixou intrigado, queria saber o nome dele e de onde viera, mas a tempestade arrasou a pequena embarcação, sozinho o humano macho conseguiu nadar e encontrar apoio em alguns destroços flutuantes, mas a humana fêmea afundou nas águas escuras, eu mergulhei pra ajudar ela, mas ela me olhou como se soubesse seu destino inevitável, eu vi suas pernas feridas ela não podia nadar, então antes de sumir completamente ela apontou o pequeno  menino humano que também afundava e eu o peguei fiz algo proibido, o levei pra terra. Eu não deveria pisar na terra seca o território dos humanos, mas eu não podia deixar o pequeno humano morrer, o tirei da água e usei toda minha energia pra pressionar seu peito e fazer ele respirar, fiquei aliviado ao ver ele acordando, mas não podia deixar ele me ver, como iria explicar pra ele?, fora que depois meu pai me mataria se soubesse que salvei um humano de se afogar e ainda por cima o deixei me ver, pedi que ele não abrisse os olhos e quando ele me perguntou dos pais apenas disse que logo ele saberia, afinal eu não achei que contar naquela hora sobre a mãe dele a fêmea humana que se afogou seria uma boa ideia e eu não sabia onde o macho humano estava, ele perguntou quem eu era e eu disse que um dia ele saberia,  deixei o colar com o brasão da minha família em sua mão e voltei pra casa, obviamente que meu pai descobriu meu ato heroico e me castigou mandando eu limpar os corais por semanas o que é muito trabalhoso.
   Por muito tempo eu não havia pensado sobre o garoto que salvei até que quando tinha 14 anos uns três anos depois eu nadei até a costa e o vi nos rochedos olhando o mar, desde aquele dia eu sempre voltava e sempre o via, o vi crescer e se tornar um belo rapaz que mesmo depois de conhecer a fúria do oceano ainda o amava tanto quanto a arte na qual estava sempre concentrado, quanto mais o via mais queria saber quem ele era, qual seu nome, sua idade, se ele lembrava de mim, o que eu tinha quase certeza que lembrava sim já que ele usava meu colar todo dia, queria saber tudo sobre ele, houve dias em que o via triste e choroso, o vento trazia até mim as confissões que ele fazia ao mar, a saudade da mãe, o pai que parecia ter encontrado uma nova parceira e nos últimos anos o quanto ele sofria nas mãos dela, muitas vezes eu quis ir até ele o abraçar, dizer que não estava sozinho, mas tinha medo de meu pai, medo do que o rapaz pensaria, será que acharia que sou uma aberração?  Era um mistério que eu não queria resolver. Até que uma noite eu me descuidei e ele acabou me vendo.
  Era noite de lua cheia e eu estava próximo a costa fui até  lá e me sentei em uma rocha próxima ao rochedo, fiquei olhando a lua e comecei a cantar, nem percebi a presença de alguém próximo dali eu estava concentrado mais pensando sobre o rapaz e o que eu faria a respeito,  olhando a lua quando o som de um rocha pequena caindo me alertou e lá estava ele me observando com um olhar fascinado e curioso, ele queria se aproximar de mim, mas eu não estava confortável com a ideia e se alguém visse fosse o povo da terra ou do mar isso nos traria grande problemas, assim que me lembrei que ele estava me olhando pulei na água e fui embora estava decidido a não voltar mais e ficar na minha, mas qual foi minha grande surpresa quando não consegui ficar longe e voltei a costa na noite seguinte? Mas ele não apareceu, nem na noite seguinte o que me deixou frustrado. Como podia ser ? Agora que eu havia tomado coragem pra falar com ele, ele havia sumido. Na terceira noite eu tinha perdido a esperança, mas resolvi tentar uma última vez e lá estava ele concentrado em sua arte, sorri animado e fui até as rochas sai da água e me sequei, pela primeira vez ganhei pernas e por alguns minutos tive que treinar pra ficar de pé e andar como humano, logo que consegui um pouco de prática fui até ele e ele parecia estar procurando algo com aquela coisa de luz na mão dele e enquanto ele estava distraído tomei coragem e falei.

-É... você! - Digo sorrindo.

Ele me ilumina com aquela coisa de luz se virando em minha direção, ele me vê e me olha com uma expressão quase chocada parecendo me analisar de cima a baixo parecia estar guardando em sua mente cada pedacinho de mim, enquanto eu também o analisava, ele era mais alto que eu, eu precisava virar minha cabeça pra cima pra olha pra ele, ele tinha cabelos da cor do sol e olhos azuis como o céu, ele tinha braços ligeiramente definidos, ele ainda lembrava aquele menino que salvei, ama definitivamente estava mais bonito.

- Você esta mais velho agora, mas eu ainda vejo aquele menino em você. - sorrio levemente.

Ele ainda parecia estar num transe me olhando sem desviar o olhar um segundo sequer, quando toco seu peito tirando o colar de dentro daquela estranha veste humana.

- você ainda o tem... não achei que fosse guarda-lo, mas fico feliz de saber que não esqueceu de mim. - digo sorrindo - Não vai dizer nada?

Por mais alguns minutos ele continuo parecendo estar em transe, mas quando eu o perguntei aquilo ele finalmente reagiu.

- Você esta aqui de verdade? - disse me olhando.

Não pude evitar de sorrir e pra lhe provar que eu era real peguei sua mão então coloca em meu peito, logo acima de meu coração que batia até um pouco rápido.

- Isso é prova o suficiente? - Digo sorrindo.
- Eu... eu acho que é... - diz ele sorrindo e se afasta um pouco de mim.
- Eu não pude perguntar da ultima vez, qual é o seu nome?
-Eu... eu me chamo Adrien.
-Adrien... meu nome Lune, é um prazer conhece-lo.

  Então esse era o nome dele. Adrien. Um nome bonito assim como ele. Eu nem se quer podia acreditar que havia demorado tanto pra me permitir conhecer ele. Falar com ele. Agora que estávamos frente a frente aquilo parecia ser tão banal aquele medo aquele receio, desde o dia em o que o salvei né sentia como se estivesse ligado a ele sentia algo que não compreendia, esperava que agora que estávamos finalmente nos falando eu pudesse entender mais desse sentimento.

- Então Adrien... O que é isso que faz aqui todos os dias? - digo curioso apontando os tais papéis e ele me olha parecendo chocado.
- eu desenho. Sou artista,.mas como sabe que venho aqui todo dia. - ele pergunta curioso.
- bom eu venho as vezes a costa e fico te observando. Tá bem quase todo dia.
- ah... você é um sereio stalker agora? - ele diz me olhando.
- Sta... O que? Eu não entendi. O que é Stake? - Digo confuso e ele ri.
- hahahaha Stake não Stalker quer dizer que é alguém que fica seguindo você onde quer que você vá.
- ah. - coro - não eu não sou esse tipo de... Bom... pessoa. Eu apenas gosta de te observar enquanto faz sua arte.
- Ah... então por que a partir de agora você não fica do meu lado me vendo desenhar ao invés de fica me olhando escondido?
- bom eu... - de repente escuto um barulho alto e tapo os ouvidos - aaaaah o que  é isso?
- ah desculpa desculpa. É música. - ele desliga aquilo olhando uma espécie de caixa de metal.
- o que é isso? - digo curioso.
- Um celular. Você não sabe muito sobre o mundo humano não é?
-Não. Na verdade eu nem deveria estar aqui falando com você.
- Olha já tá tarde eu preciso ir pra casa mas amanhã me encontra aqui ao por do sol tá bem prometo não te deixar na mão.
- Ah está bem. Você vai me ensinar sobre o seu mundo?
- Só se você me ensinar sobre o seu.
- combinado. Até amanhã Adrien.
- Até amanhã Lune.

  Logo Adrien junta suas coisas, ele sorri pra  mim  e corre pra casa seja lá onde ela fique, e eu  permaneço algum tempo mais por ali observando o mar e a lua sorrindo alegre por finalmente conhecer o menino que salvei. Quando a lua começa a se por tarde da noite pulo no mar e nado de volta pra casa pra receber uma tremenda bronca do meu pai. As vezes é terrível ser príncipe viu.

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