Capítulo 4

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— Ainda não consigo acreditar que assa ideia maluca veio da Emma — quase podia ver Zelena dando pulinhos de animação do outro lado da linha.

— Tanto faz. Eu só quero que os próximos doze meses passem voando. Não quero que todo este engodo dure um minuto a mais do que o necessário.

— Fala sério, Regina. Ser casada não é assim tão ruim. Eu fui casada com o Robin durante dez anos, tive uma filha linda e fui muito feliz antes de ficar viúva.

— A diferença é que você se casou por vontade própria. Eu tive um casamento arranjado no qual nem mesmo tive a opção de participar da cerimônia quanto mais de escolher a noiva. Sem contar que eu não acreditei completamente nessa súbita mudança de postura da sua cunhada.

— Não seja tão implicante, Regina. Vai ver ela mudou de comportamento porque percebeu que era importante cumprir a última vontade de Roni.

— Eu não sei, não. Mas toda essa história do testamento ainda não faz muito sentido para mim.

— Regina, eu já expliquei que a Roni só confiava em você para cuidar da família dela depois que ela partisse.

— Pode ser. Mas ainda não me parece motivo suficiente para forjar a certidão de casamento quando ela poderia simplesmente ter deixado uma carta e eu daria um jeito de realizar o desejo dela sem obrigar ninguém a se casar contra a vontade. O modo como Roni fez tudo isso é muito estranho. — Percebendo o silêncio no outro lado da linha, afastou o telefone do ouvido para conferir se a ligação não havia sido interrompida. Quando voltou a aproximá-lo, perguntou: — Você não sabe nada sobre isso, não é, Zelena?

Ouviu a respiração da irmã agitar-se.

— Não, claro que não. Tudo o que sei foi o que te contei. A explicação de tudo isso deve estar na carta que Kathryn mencionou depois da leitura do testamento.

Regina pensou nisso por alguns segundos.

— Pode ser que você tenha razão — murmurou.

— Você vai contar sobre isso para Emma?

— Ainda não sei. E você? Vai contar sobre a doença de Roni?

— Vou. Mas não agora. Acho que não é algo que se deva dizer por telefone. Por falar nisso, como foi a primeira noite dela em Storybrooke?

— Digamos que ela se saiu bem, apesar de ter se mantido em silêncio durante toda a viagem. Ela se trancou no quarto assim terminou de jantar.

— Isso é bom. Pelo menos ela está se esforçando para cumprir o acordo de vocês.

— É, acho que sim.

— Maninha, eu vou dormir agora. Está tarde eu tenho um bar e uma academia para administrar. Vou precisar fazer uma cópia de mim mesma para dar conta de tudo sozinha por aqui.

— Desculpa, Zel. Mas, essa é uma situação temporária. Nós vamos dar um jeito de resolver as coisas aí em Nova York.

— E até lá, preocupe-se apenas com Emma. Pode deixar que eu me viro. Assim que puder, eu vou visitar vocês.

Regina finalizou a conversa, despediu-se de Zelena e deixou o celular sobre a mesinha de cabeceira. Quando já estava acomodada e pronta para dormir, não conseguiu deixar de perguntar-se como seriam as coisas com Emma durante o tempo em que ela moraria na sua casa. Estava acostumada a ser sozinha. Seria estranho ter mais alguém andando livremente pela sua casa.

Na manhã seguinte, Regina levantou-se assim que ouviu o despertador tocar

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Na manhã seguinte, Regina levantou-se assim que ouviu o despertador tocar. Tinha passado mais tempo fora do que havia planejado e era capaz de apostar qualquer quantia que a sua mesa, na prefeitura, estaria coberta por pilhas e mais pilhas de papéis, todos contendo assuntos urgentes a serem resolvidos. No entanto, precisava lidar com algo ainda mais urgente antes mesmo do café da manhã: o primeiro dia de Emma Swan em Storybrooke.

Durante o banho, tentou recitar mentalmente todos os mantras que era capaz de lembrar na tentativa de se preparar psicologicamente para o que quer que tivesse que enfrentar assim que saísse daquele quarto. Sempre de olho no relógio, arrumou-se calmamente. Quando já estava vestida e maquiada, pegou o seu celular, o casaco e a bolsa, respirou fundo e saiu.

Como era de se esperar depois da viagem cansativa do dia anterior, Emma ainda não havia levantado. Regina desceu as escadas e jogou suas coisas sobre o sofá, dirigindo-se até a cozinha para preparar um café extra forte. Enquanto a cafeteira trabalhava, aproveitou para verificar seus e-mails. Se sua mesa estivesse tão lotada quanto sua caixa de entrada, era possível que não conseguisse mais sair do escritório até o fim do seu mandato. O quê, numa cidade pequena como aquela, era capaz de gerar tanta burocracia em tão poucas semanas?

Quando o café ficou pronto, enfiou o celular no bolso do terninho preto e foi até o armário pegar a sua caneca favorita, pensando no que faria para o primeiro café da manhã da sua nova hóspede. Abriu a geladeira e a outra parte do armário. Vazios. O que era meio óbvio já que havia passado três semanas fora.

— Talvez seja melhor levá-la para tomar café da manhã no Granny's — disse a si mesma, deixando a sua caneca de café fumegante e intocado dentro da pia e voltando ao segundo andar.

Parada diante da porta fechada do quarto de hóspedes, tentou lembrar novamente do mantra e, então, deu algumas batidas de leve. Esperou o tempo que julgou ser necessário para alguém acordar e atender à porta e bateu novamente.

— Emma?

Depois de alguns segundos de silêncio, ouviu a voz dela do outro lado da porta:

— Sim? — disse ela, sem se dar o trabalho de abrir.

— Eu não tive tempo de fazer compras para o café da manhã. O que você acha de irmos ao restaurante da Vovó? Assim, eu posso começar a lhe mostrar a cidade. — propôs.

Houve mais um período de silêncio, então, ouviu-a dizer:

— Sabe, Sra. Prefeita, eu não sou acostumada a viajar e ainda estou com o estômago bastante revirado. Você se importaria se fizéssemos isso amanhã?

— Oh! — Que estranho. Elas haviam sentado lado a lado no avião e Regina não lembrava de tê-la visto passando mal durante o voo. — Você está bem? Precisa de algo?

— Não! — respondeu Emma, com urgência excessiva. — Eu gostaria apenas de descansar um pouco mais, se estiver tudo bem para você.

Levantando uma sobrancelha, Regina não conseguiu evitar de pensar que talvez Emma não estava mais tão afim de facilitar as coisas para ambas. De todo modo, compreendia a hesitação dela em se abrir para a sua nova realidade, diante das circunstâncias em que se encontravam.

— Certo — disse apenas, sem saber como agir. Mas, sabendo que precisava sair de qualquer forma, acrescentou: — Eu precisarei ir até a prefeitura, mas virei buscar você para almoçarmos, se estiver se sentindo melhor.

— Ótimo! Obrigada, Sra. Prefeita.

Emma Swan havia acabado de dispensá-la na sua própria casa? Sentindo a irritação crescer, achou melhor sair dali o quanto antes. Ela era médica, podia se virar sozinha.

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