1. ᴜɴɪɴᴛᴇɴᴛɪᴏɴᴀʟʟʏ

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"...Mesmo que não devêssemos, queridinho, nós vamos..."

Bad idea - Ariana grande

Seol parecia mais fria e sem graça, vista de dentro do carro

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Seol parecia mais fria e sem graça, vista de dentro do carro. E mesmo naquele clima chuvoso, eu não me deixava relaxar com a ideia de morar longe. Observei mais uma vez as casas pela janela.

Mudanças e emancipação eram como um desligamento da tranquilidade. Tentei não pensar nessas coisas enquanto estava no ensino médio, sempre achei que iria real morar com meu pai até me casar. Não que eu nunca tivesse imaginado viver sozinha. Mas ainda assim, a ideia de ter que sair de casa, fazer faculdade, ter uma vida adulta, me assusta.

Quando estamos na escola, somos instruídos a pensar em sair da casa dos nossos pais aos dezoito anos, fazer faculdade — claro, uma que pague bem —, ter uma pessoa que futuramente você possa se casar. A vida estereotipada, que alguns sonham ter. Exceto eu.

— Como se sente, Jay? — o Senhor Wonnae perguntou, pela milésima vez no dia. — Ainda não acredito que vai ter sua casa. — Falando assim até parece que eu amei a ideia.

Senhor Kim Wonnae — bioquímico e super inteligente —, esse é o meu superpai.

— Estou bem... Eu acho — respondi, me arrumando no assento do carro. — Acho que ainda não me acostumei com a ideia de que não vou morar mais em Busan. — Respirei fundo, fitando os cabelos grisalhos do mais velho. — Sei lá, pai... Aqui parece tão cheio e vazio ao mesmo tempo.

Mas era óbvio que era. A capital da Coreia do Sul, como não seria cheia? Luzes, carros e prédios para todos os lados, dava até dor de cabeça.

— Como se Busan não fosse — o grisalho gargalhou. — Essa sensação vai passar assim que você chegar em casa, Jay. Não fique com esses pensamentos. Você está só começando a vida.

"Que legal! Estou amando morar em Seul por quarenta e cinco minutos!" — Aposto que era isso que ele queria ter ouvido. Mas tadinho, né? Sonhou isso por tanto tempo. Sonhou mais do que eu.

Revirei os olhos.

— Não sei se vou me acostumar.

— Você não tem muita escolha, minha querida. Você escolheu a KIU, não foi?

Não posso culpá-lo por minha escolha, eu poderia ter ido para qualquer outra faculdade — talvez uma mais perto? —, mas eu senti no fundo do meu coração que, por algum motivo, eu deveria estudar naquela faculdade.

O carro deu uma volta lenta, me fazendo encarar novamente a chuva pesada e totalmente encantadora. Às vezes penso como tudo isso era quando a minha mãe estudava por aqui, como ela se sentia...

— Sua mãe amava aquele apartamento. E eu sabia que você viria para Seul um dia, então não vendi.

Franzi o cenho.

Bad Idea • PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora