PDV. Gil
ReservaLR_SouzaQualquer dia desse vou receber a notícia de que Cléo foi morta e eu não vou ficar surpreso.
A morena se coloca em cada situação só não morreu porque tem um anjo da guarda forte.
Se fosse eu já tinha morrido.
- Deu sorte moleque - obedeci as ordens de Cruel e trouxe o menino na padaria.
- Não sou um moleque - marrento.
- Qual é o seu nome?- por onde a gente passa a maioria das pessoas do morro olha torto.
- Já passou fome tio?- respiro fundo.
- Já passei sim - todo mundo tem uma história triste e comigo não é diferente.
Não cresci aqui no morro sou de São Paulo em uma comunidade próxima a Paraisópolis, mais novo de 8 irmãos minha família vivia de ajuda dos vizinhos.
Entra no crime é fácil em qualquer lugar que você olhe, tem alguém pronto pra te dar um emprego no tráfico.
Passei fome, dormir na rua e enterrei meus irmãos cada um deles até que sobrou só 3 irmãs.
- Ele iria me matar tio?- não tem o que explicar sobre Cruel.
- Eu não sei menino - ele levanta a cabeça e sorrir pra mim.
Mesmo sujo e magro consigo ver seus olhos castanho escuro e um sorriso bonito apesar de maltratado com uma pele externamente branca.
O moleque é bonito.
- Qual é o seu nome?- ele olha pra baixo.
- Míriam mais todo me chama de Max - O moleque é uma menina?- Sou uma menina - isso vai dar problema.
- Míriam é um nome bonito - sorriu pra ela.
Entramos na padaria e fiquei olhando ela devorar tudo que dona Rita oferecia, deixei ela lá dentro e fui passar o rádio pra Cruel.
Sei que ele pode até mudar de idéia mais ele precisa da verdade.
- Fala Gil - pela sua voz ele já estava sem paciência.
- Sabe o moleque?- respiro fundo - Né moleque não chefe. - a linha fica muda.
- Como assim porra o moleque né moleque? Explica essa porra Gil - tá vendo sempre sobra pra mim.
- O moleque se chama Mirian - escuto sua respiração.
- Trás aqui, quero desenrola essa fita - ele desliga na minha cara.
Quando volto pra padaria o moleque tinha sumido.
- Dona Rita cada o menino que estava aqui?- ela olha pra padaria e depois pra mim.
- Menino tava aqui nesse estante - merda.
Decidi passar a mensagem pra Cruel.
O menino fugiu.
Não demorou muito e vejo os vapores descendo armados, disk droga tava passando na porta da padaria.
- Fala aí Disk droga, o que tá rolando?- guardo o celular e vou acompanhado ele.
- Sei lá viado o chefe passou o rádio e disse que a filha dele sumiu - Cruel não tem filho muito menos uma menina.
- Que fita estranha - nunca fui muito de rezar mais dessa vez tô apelando pra que Cléo não seja a premiada.
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Uma Noite
Teen FictionNão sou uma mocinha ingênua e indefesa que precisa ser salva ou bancada. Sei me defender e me cuidar sozinha. Não sou do tipo que se apaixona fácil e muito menos uma que precisar ser salva. Essa história é sobre morro e um chefe do tráfico mas ao co...