capitulo 4

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On Jungkook

Assim que os vejo enfim ir embora, respiro fundo e alto, nem mesmo havia percebido que tinha prendido de tal forma meu ar.

Estava... magoado...

Mordo levemente meu lábio inferior, em agonia, ao que fecho os olhos com força, malditas pupilas, maldito coração!

Eu nunca, nunca mais havia conversado com alguém que não me olhace com imenso desprezo a não ser a senhora Rita, nunca me trataram como igual ou ao menos se importaram em perguntar...

Meu nome.

Caminhava dentre os corredores vazios, ao que meu olhar era baixo, estava dormente de certa forma, lidando com palavras simples, mas que, para alguém como eu, que é afastado e privado de qualquer sentimento, um simples elogio feito ao meu sorriso, me deixou imerse, fazendo meu coração bater de forma curiosa e surpresa, causando tal dilatamento em minhas pupilas.

Murmuro degustoso, ao que levo minha mão para a maçaneta da porta de meu quarto, estava desanimado, já havia perdido o interesse de estar no Jardim.

- Oh! Jungkook! Finalmente te encontrei rapaz! - elevo meu olhar de onde tal voz vinha, vendo senhora Rita se aproximar, a qual andava rápido, franzo as sobrancelhas, afastando lentamente minha mão da maçaneta da porta.

- oque foi senhora Rita? - murmuro, vendo a mesma parar próximo a mim, arrumando seu lencinho sobre a cabeça.

- o grandão quer você na sala dele - a mesma diz, solto um fraco riso, "grandão", era o apelido que ela deu para o senhor Jay.

Dono desse laboratório, e responsável por cada ferimento em meu corpo. Próximo a ele, eu não passava de um corpo pequeno e magro.

- am... A senhora sabe o porque? - pergunto, a me aproximar da mesma, passando minhas mãos aos meus fios brancos.

- chegou um novo cientista, pequeno, imagino que seja para você se apresentar... - ela diz, com um pequeno sorriso triste, o qual resultou em uma face acanhada minha, junto a uma aflição instalada no meu peito.

Suspiro, sabia, eu sabia quem era o novo cientista, tinha certeza ser aquele rapaz o qual o nome eu já não me lembrava.

- não se preocupe, uh? - dona Rita murmura, segurando ambas as minhas mãos, a deixar um manso carinho - o tempo está passando, branquinho, isso também vai passar, sejamos pacientes, sim? - ela dizia, com a voz calma.

Senhora Rita... acreditava que em algum momento eu saíria dali, acreditava que o céu era muito além de nuvens e o estenso azul, acreditava em coisas que a mim...

Eram vagas.

Me limito em sorrir pequeno, sem mostrar os dentes, soltando fracamente as mãos da mesma, e enfim, seguindo novamente os corredores, os quais me levariam para tal indesejada sala, sentindo o olhar da mais velho sobre mim, ao que me afastava.

Quanto mais eu me aproximava... mais pessoas apareciam, mais olhares eram voltados a mim, mais falas e murmuros eu ouvia.

Sentia alguns esbarrarem bruscamente em mim, me encolho, ao que ando mais rápido, mordendo levemente o lábio inferior a repreender minha fraqueza, que já queria se resultar em miseráveis lágrimas.

Parando frente a grande porta, respiro fundo, logo, dando duas leves batidas.

- entre! - a voz ao outro lado me trouxe arrepios, aquele homem era quase como um dos meus piores pesadelos.

Abro devagar a porta, de forma acanhada e lenta, percorro logo os olhos ao local, vendo Jay levar seu olhar a mim, e de forma lenta, o rapaz que estava sentando frente a sua mesa, também se virar a me olhar.

Laboratory JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora