Capítulo - 1

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     Sim, era um dia lindo quando aquilo aconteceu. Eu... eu não quero acreditar que aquilo aconteceu comigo... Eu, claro, fui a burra de acreditar em todas aquelas mentiras, todas... Bem debaixo do meu nariz e eu simplesmente não vi.
      As palavras... tão impiedosas, tão cheias de ódio... Aquilo acabou comigo. Eu fui embora daquela casa e com certeza nunca mais iria voltar. Nunca. Claro que antes de ir embora, roubei um cartão de crédito de minha mãe infinito, eu acho. Peguei três, nunca se sabe o que pode acontecer. Minha mãe com certeza parou de pagar minha escola. Se fosse para dizer aquilo, podia ter dito depois que eu terminasse o ano sênior, não era?
     Fico hospedada em um hotel, não velho, mas também, não em um de cinco estrelas, ele era... normal. Hoje era terça-feira, não fui ontem para a escola. Não queria ver a cara de Éricka, minha irmã mais nova, aquela... Não, não, eu não queria pensar isso, não queria. Eu realmente queria que isto fosse apenas um pesadelo horrível, e que logo que eu acordasse iria ser aquela pessoa sorridente de sempre, iria rir desse pesadelo, que logo seria esquecido, mas, não, aquilo era real! Era o que estava acontecendo, eu estava sofrendo e nunca iria acordar.
       
          Eu queria voltar correndo para o hotel em que eu estava assim que vi Éricka conversando com Helena e Aeron, como se estivesse tudo normal. Pra mim era como se toda a escola soubesse o que aconteceu. Eu estava com vergonha das pessoas, elas não estavam me olhando torto, mas eu sentia como se tivessem. Eu sinto tanto a falta deles, porque não podem simplesmente pedir desculpas e voltar? Me sinto tão sozinha... Tinha tanta vontade de falar isso pra eles, mas essa vontade passou quando Éricka olhou para mim com desprezo, Helena também olhou desse jeito, mas Aeron... Me olhou com desprezo com um fundo de remorso, saí correndo na direção contrária antes que eles vissem minhas lágrimas, corro para o banheiro. Entro em uma cabine e choro como nunca chorei na minha vida, não vou para a sala, ainda mais sabendo que Aeron e Helena estariam lá. Aeron era meu namorado. Era. Eu o amava tanto, ainda o amo. Mas não iria reprovar por falta, ainda mais que o motivo seja Aeron e Helena. Depois de respirar fundo e parar de chorar, espero passar um  tempo até que meu rosto volte na cor normal e vou para a sala.

       Entro na sala e o professor ainda não chegou, vou para minha cadeira e vejo Helena indo na direção de Aeron, do meu lado, que conversava com seus amigos do seu time, e sentar ao seu lado e se aproximar dele para beijar ele, ele não se move. Mas antes que ela consiga se aproximar mais dele o professor entra irado na sala batendo a porta.

       – Bom dia! – ele grita mal-humorado

       – Bom dia... – a sala murmura em uníssono

       – Helena Johnson, lhe dei a permissão para mudar de lugar? – o professor pergunta quase rosnando

       – N-Não, professor – ela gagueja –, eu ia pedir agora para o senhor...

       – Pois bem, volte para o seu lugar, que eu não permito.

       – Tudo bem. – ela diz voltando para o seu lugar. Observo tudo calada. E logo depois o professor começa a dar a aula.
                         →→→→→→
      6 meses depois...
     
      Após a escola, hotel. Hotel, escola, essa tem sido minha rotina durante esses meses, totalmente sem graça. Meus olhos já não tinham cor, meu cabelo estava desidratado e eu estava mais magra.

      Vou para a escola e entro na sala e não tinha ninguém. Ótimo! Sento na última cadeira da primeira fileira e espero o professor chegar. A porta é aberta e olho rápido para ver quem é. Aeron. Ah, não, por favor, não! Ele se senta ao meu lado, pego meu celular e coloco os fones, começo a ouvir Two Feet – Go F*ck Yourself.

     – Billie... Billie – ouço Aeron chamar, mas ignoro.
   
     – O que você quer? – pergunto depois de um tempo.

     – Por favor... – ele se levantada da sua cadeira bruscamente e se ajoelha ao meu lado, o que me faz tomar um susto – Por favor... Me perdoe!

      – Pare, pare, Aeron, nunca irei te perdoar! Nunca! Saia! – grito enquanto luto contra minhas lágrimas

   – Você nunca foi nada para mim, e nunca será! Agora saia da minha casa, agora! – ele dissera aquilo mesmo? Choro desesperada com peso enorme no coração, não, aquilo era apenas um pesadelo. Um pesadelo terrível.
      
     – Um pesadelo terrível... – continuo – Você, não só você, mas Éricka e todos, fizeram minha vida um pesadelo terrível.

      – E você acha que eu... que eu não choro todas as noites, sentindo um remorso enorme com aquelas mentiras que eu disse? – ele pergunta com o rosto molhado e seus lindos olhos azuis vermelhos.

     – Então, por quê? – pergunto com o rosto molhado também e o olho, com o orgulho ferido – Por que disse aquelas coisas?
                             
                                             

     Pessoas, eu queria saber se vocês querem mais, porque eu não vou continuar se não estiverem gostando, então se vocês querem saber mais, comentem, por favor!

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