A FISIOLOGIA DAS PAIXÕES

QUE SENTIMENTO É ESSE?

Para começar uma narrativa de construção da nossa história, deve-se iniciar pelos primeiros lapsos de evolução da humanidade. Desde quando o homem começou a se comunicar entre si e a criar laços.

"A partir de 100 mil anos atrás, uma adaptação se deu mais em função de modelos culturais, já que nossa biologia permaneceu inalterada", diz Antônio Guglielmo no livro A Pré-História: Uma Abordagem Ecológica. Na época, o homem realizou os primeiros esforços na caverna de Qafzeh, Israel, revelando-se autoconsciência. Além disso, insira os corpos dos mesmos na próxima semana após a morte. Vivian em grupos que compartilham trajes e laços familiares, reunidos em tribos. "Cada grupo seria formado por 20 ou 30 pessoas." Não viviam muito. A maioria não passou dos 25 anos, mas alguns chegaram aos 60. "

Desde a era primitiva das cavernas, o homem foi reproduzindo-se e dando continuidade à sua espécime no compassar do tempo. É importante lembrar que o maior objetivo dos seres vivos é perpetuar a sua espécie. A grande maioria dos seres vivos tem como forma de reprodução a cópula, que é o ato da união de dois indivíduos juntarem seus gametas e gerarem uma nova espécie, falando de forma clara e popular, estamos falando do sexo. Nesse momento, caros leitores, vocês devem estar se perguntando, onde quero chegar falando do homem primitivo, do instinto biológico de perpetuarmos nossa espécie e do ato da cópula entre dois indivíduos (Sexo)?

Bom, digamos que é exatamente ai que está o objeto da nossa reflexão. Foi nessa tríplice aliança que surgiu os primeiro sintomas do que hoje chamamos de PAIXÃO. É claro que  outros acontecimentos da evolução humana surgiram dai também, mas é evidente que foi a partir desses processos que se conheceu os primeiros efeitos das paixões. Foi a partir desses sintomas que o corpo deu respostas de forma desconexa em nossas ações cotidianas. Obviamente que estou falando de forma atemporal, são anos e séculos que atravessam essa análise da minha narrativa. Mas o eixo central é o ato das relações íntimas, foi nesse momento que os seres humanos foram descobrindo as próprias reações do corpo, foi ai que o homem se deparou com  seu comportamento. O que vinha depois do ato da cópula, não era mais só um instinto biológico, pois um certo sentimento de querer mais do mesmo passou a dominar este indivíduo. Daí então, surgem as primeiras aparições em nossas bases biológicas, nosso principal personagem, a paixão. 

Os seres humanos passaram a relacionar-se de forma mais civilizada, e quando digo civilizada, não estou levando em conta as formas abruptas que a civilização atual tem nos apresentado, e sim, que o homem passou a entender o que é certo e errado nos padrões de convívio de uma sociedade. Quando começamos a dar os primeiros passos em direção a uma era civilizada, começou-se a existir propostas e projetos de relações humanas. A interação entre os indivíduos foram surgindo aos poucos no decorrer dos tempos de novas mobilizações sociais, e por conta disso, passamos a entender um pouco mais os nossos sentimentos, os nossos desejos e tudo aquilo que nos movimenta. Não posso deixar de explanar a grande contribuição da ciências, sem ela, jamais poderíamos ter alcançado o conhecimento travestido de incertezas que muito digladiamos para chegar a uma verdade libertadora.

A biologia do corpo humano é sensacional, é o maior laboratório químico em perfeito funcionamento. Desconheço uma "tecnologia" tão bem desenvolvida que funcione em perfeito estado. É claro, não entrarei em detalhes sobre quem é o "projetista dessa obra", apenas falarei da contemplação que tenho por essa beleza e pelos seus mistérios. Nosso corpo nos emite sinais, e por isso que quando estamos doentes, nos deparamos com algumas reações como febres, enjoos, dores de cabeça e tantas outras formas de nos demonstrar que algo está errado conosco. Quando as relações humanas foram estreitando laços, foram surgindo os AFETOS, e os afetos entre dois indivíduos que tem a programação encalacrada nas entranhas genética de dar continuidade a especie, foram dando formas as paixões que vem surgir dessas interações humanas. É nesse ponto que o ser humano deixa de usar as relações intimas da cópula apenas para reproduzir-se, mas também para usufruir dos efeitos fisiológicos e das maravilhosas sensações que nos movimenta. Quando falo em "movimento", é tudo aquilo que nos leva a tomar decisões motivado por algo ou alguém, é o desejo de querer que já não cabe dentro de mim e que por isso, faço qualquer coisa. A paixão cega e faz com que nossas ações sejam imbecilizadas por muitas vezes, ou, também pode levar a ações e manifestações nobres. Estar sobre efeito da paixão, é estar sobre algo que ainda não podemos descrever perfeitamente bem, embora saibamos das suas constituições e dos efeitos  gerados em nossa maquina perfeita chamada CORPO HUMANO. 

Somos na maioria das vezes movidos pelas nossas paixões. São elas que nos impulsionam e nos levam a chegar a lugares inalcançáveis, são elas que nos fazem cometer loucuras sem ter noção de tempo ou espaço. Caminhando e percorrendo em busca de entender esses sentimentos que tanto mexe com a humanidade, é que convido a todos os leitores de Fisiologia das Paixões a se desfazerem das amarras do sentimentalismo e tentar ver com um pouco mais de razão cientifica e biológica tudo aquilo que a paixão nos faz cometer.

Entraremos nas cenas dos próximos capítulos em busca de entender como funciona o cérebro apaixonado, até porque geralmente quando se fala em paixão e amores, temos como seu simbolo um formato de coração. E, na verdade precisamos entender que o coração só bombeia o sangue em seu corpo. E sim, é o cérebro apaixonado que rege a cadeia de acontecimentos que lhe causa um grande desastre hormonal.  

Convido a todos os leitores que sigam acompanhando os próximos capítulos de forma abusiva. Que todos sejam levados pela paixão de compreender a fisiologia das paixões,  mesmo que não saibamos ainda que sentimento é esse, e se podemos ou não dominá-lo. Tentaremos entender, o porque somos reféns desse sentimento latente dentro de cada um de nós que nos faz pulsar de forma gritante por tudo aquilo que temos desejo e apreço.