ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 3

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Dara Barcelos 🥀

 

       Eu estava arrasada!

De certo que meu pai nunca foi tão carinhoso assim, mas preferir a mulher há mim, me deixou totalmente surpresa e arrasada. Eu estava blefando, mas a reação caiu sobre mim.

Era agora que eu tinha que arrumar um emprego mais rápido possível. Única pessoa que eu tinha agora que podia me ajudar, era a Giovanna.

Eu liguei pra ela, e ela atendeu. E quando eu falei o que tinha acontecido, ela falou que eu podia ficar na casa dela. E eu agradeci!

*

No dia seguinte, eu estava andando pelo morro, tentando achar qualquer lugar que precisasse de alguém para trabalhar. E por muita sorte, eu encontrei uma lanchonete. Onde o garoto que trabalhava tinha ido embora, e pediu a conta.

Eu não tinha preconceito nenhum, mas eu queria trabalhar fora do morro. Não sei porque isso, mas eu estava sendo imensamente grata ao casal de senhores que me arranjaram o emprego. Eu iria receber 250 por semana, e isso estava ótimo. Ao que tudo indica, a lanchonete era bem badalada, até mesmo pelos traficantes do morro. Eu começaria amanhã, terça feira, e confessar? Eu estava super animada!

— Olha prima, eu vou sair. Fica a vontade. — Giovanna fala chamando minha atenção.

— Huu! Toda arrumada, vai pra onde? — Brinco.

— Vou encontrar um boy, ele não mora aqui no morro. — Fala animada.

— Tá, boa sorte. — Mando beijo e vejo ela fazer o mesmo, saindo em seguida.

Volto minha atenção pelo livro, mas logo saiu quando ouço alguém bater na porta.

— Quem é? — Pergunto curiosa.

Giovanna saiu, e ninguém sabe que estou aqui.

Grego. — A voz sai abafada, me pegando totalmente de surpresa.

Grego é o dono do morro, eu o vi apenas duas vezes, quando aconteceu o acontecido lá em casa.

Saiu do transe e abro a porta, vendo ele com a mão no bolso, balançando o corpo, pra frente e pra trás.

— Boa noite. — Sussurro, ainda tomada pela surpresa.

— Boa noite. — Fala e sai entrando.

Ué?  Eu não convidei pra entrar.

— Precisa de algo? — Pergunto e o vejo me olhar debochado.

— Não! Só vim te comunicar que sua mãe já foi solta. — Olho-o triste. — Eu já dei o aviso pra ela não chegar perto de tu, mas é bom cê ficar de olhos abertos. — Fala me analisando.

— Tudo bem. Obrigado! — Agradeço.

— Pode pá, que se precisar... — Deixa a frase morrer.

— Obrigado, novamente.—  Agradeço, me sentindo triste.

Ela voltou para o meu pai, como se nada tivesse acontecido. Meu pai não me procurou, para me dar a notícia, ele nem está ligando pra mim.

— Você deseja mais alguma coisa?— Pergunto curiosa.

— Era só te dar o papo. — Fala e sai rapidamente, esbarrando no meu ombro.

Fecho a porta e vou para o quarto, pegando o celular e colando Supernatural na televisão. Como eu queria um Castiel pra mim.

*

Domingo

Monique a noite me mandou mensagem, pedindo para vir aqui e darmos um rolê. Eu não era muito de sair, e bem conhecia muitos lugares, mas ela precisa. As coisas na casa dela não estava nada bem, e já fazia um tempo, que não a via.

Eu me arrumei toda, tirei uma foto e coloquei no Instagram.

Eu me arrumei toda, tirei uma foto e coloquei no Instagram

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@darabarcelos ✨

Eu não achava meu corpo ó lá grandes coisas, eu era magra, quase não tinha nunca e seios, mas do mesmo jeito eu me amo. Não posso e nem vou mudar por conta dos outros, disso é certo.

Monique? Onde você está? — Atendo a ligação.

Estou aqui na entrada do morro, não querem me deixar entrar! — Fala irritada.

Como assim?

— Estão falando que não posso entrar. Você não pode vir aqui? — Pergunta.

Ah tá, tudo bem. Já chego aí! — Falo e desligo.

Quando chego na entrada do morro, os meninos me olham e Monique vem até a mim, me abraçando.

— Você conhece essa moça? — Maiquinho, um dos únicos garoto com quem falo, Pergunta.

— Sim, ela é minha amiga. Veio me visitar. — Falo e vejo Monique olhar debochada.

— Pode pá. Libera a Lacraia. — Maiquinho fala, e vejo Monique arregalar os olhos, e tentar avançar sobre ele .

— Lacraia? Quem você pensa que é? — Grita revoltada, fazendo ele rir.

— Mas cê tá brava? — Maiquinho perguntou debochado.

— Bizze, vamos logo. — Chamo.

Ela olha raivosa, mas me olha e sorri.

— Que raiva desse babaca. — Monique resmunga.

— Vamos tomar um açaí e esquecer isso. Você não pode sair arrumando brigar não Bizze. — Falo e ela sorri.

— Eu adoro quando você me chama de Bizze. — Fala me abraçando de lado. — Fofa!


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