Marina
1 hora depois Bernardo pegaba na minha mão enquanto descíamos do prédio como um casal normal. Ele estava com a arma na cintura para usar caso eu fizesse algo contrário do que ele me mandasse.
Entrei no carro com ele e ele colocou a arma perto da marcha do carro e pegou meu celular
- Mandei o Lucas descer com ela. - Ele disse
Não falei nada, apenas assenti.
Mas quanto mais próximo o carro dele ficava da minha casa, mais agoniada eu ficava. Só conseguia pensar na Clarinha e que o Lucas não entregasse ela.
Eu deixaria o Bernardo fazer qualquer coisa comigo, mas com ela não. Eu deixaria ele atirar em mim, bem na cabeça quando eu recusasse pegar ela, mas eu não deixaria ele tocar na minha filha.
Chegamos na rua da minha casa e pude ver o meu pai, o Lucas e a Clarinha lá em baixo, em frente a portaria.
- Eu vou descer e pegar ela. Quem é esse cara que tá com ele? - Bernardo perguntou
- Meu pai - Falei
- Não se atreve a sair desse carro. Eu vou lá
Ele iria pegar a arma mas eu toquei no braço dele e ele me olhou
- Não pega na minha filha com isso, por favor, ela é só uma criança- Falei e ele soltou a arma no mesmo lugar
- Já volto amor - Ele disse e saiu
Eu tentava respirar fundo enquanto assistia tudo de longe mas eu não conseguia. Quanto mais perto ele chegava, mais agoniada eu ficaba.
Pude ver uma briga de longe, Lucas falava alto com ele e se negava a entregar a Clarinha. Mas não sei que porra deu nele que ele entregou.
Foi o suficiente para um start em mim.
Peguei a arma e saí do carro apontando pra ele
- SOLTA A MINHA FILHA - Gritei me aproximando dele
Bernardo deu uma risada debochada
- Amor, volta pro carro - Ele disse
- Solta a minha filha, agora! - Falei
- Marina, calma, não atira - Meu pai disse
Clarinha começou a chorar
- Tá louca?- Bernardo disse me olhando fixamente nos olhos
- Você não imagina quantos lados loucos eu tenho - sorri
- vamos voltar pro carro -Ele disse - Agora!
- ela vai voltar pra porra nenhuma, parceiro. E agora me dá a minha filha - Lucas disse puxando a Clarinha
Bernardo não queria soltar e isso estava machucando ela. Então eu respirei fundo e atirei na perna dele.
Ele caiu no chão de tanta dor e eu me aproximei dele
- Eu vou matar você seu desgraçado- Falei entre lágrimas
- Filha, já chega! - Meu pai pediu- Não se perde por conta desse babaca
Lucas se aproximou, sem a Clarinha que provavelmente estava com meu pai e chutou o Bernardo
Lucas não parou e foi pra cima dele e continuou metendo porrada nele.
- já chega Escobar - Meu pai gritou- Já chamei a polícia merda
Lucas não parava e os meninos desceram para a calçada do prédio. A rua estava cheia de pessoas.
- Cara tu vai matar ele -Raví gritava-Já chega cara
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INFINITOS LADOS - ESPECIAL QLLVT
Teen Fiction"Dia desses li uma frase que falava mais ou menos assim: "o amor é feito a sorte, é preciso arriscar se você quiser ter". Isso diz muito sobre a forma como eu encaro a minha vida. E sobre como você encara a sua também. Amor é um grito mudo que a gen...