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mudança de planos

daianne


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- Você se importaria se dividíssemos o quarto durante o passeio? - Perguntei cheia de receio.

- Não.

Ela disse e sorriu.
Eu não sabia o porquê de ter pedido aquilo. Na verdade, eu sabia. Eu já havia visto a Maria algumas vezes na escola, e ela sempre me pareceu confiante e despreocupada. Eu sou totalmente o contrário, e acho que passar esse período do passeio com alguém como ela pode me ajudar.

O ônibus parou. Encarei a janela a fim de enxergar alguma coisa em meio aquela escuridão, o que foi em vão. Mas eu tinha certeza que não estávamos em uma montanha.
O ônibus se infestou de cochichos e alguns curiosos ousaram se levantar e ir até a frente.

- O que aconteceu? - Perguntei a uma menina loira, que voltava ao seu lugar, depois de ter ido até a parte da frente do ônibus e tropeçado umas três vezes no caminho.

- Parece que tem algo no meio da estrada. Sinceramente, eu sou meio míope. Não enxerguei muito bem.

Dei uma risada e a agradeci.

- Perfeito! Era o que tava faltando. - Maria Eduarda disse sarcástica. - Será que a gente vai conseguir chegar naquela merda?

E como resposta, o motorista gritou:

- Pessoal, houve um deslizamento e a estrada está interditada. Não tem como saber quanto tempo demorariam para chegar até aqui e ajeita-la. Por isso vamos voltar.

Foram ouvidos reclamações por todo o ônibus, principalmente por parte da garota ao meu lado, que murmurou palavrões que eu nem sabia que existiam.
Por conta do ar de melancolia no veículo, tudo estava calmo e eu aproveitei para dormir.

O ônibus foi parado novamente, mas dessa vez, estávamos em casa. Era possível ver a praça totalmente vazia, com apenas alguns postes de luz a iluminando.
Rapidamente, começaram a se levantar a fim de sair daquele veículo e eu e minha ex-futura companheira de quarto fizemos o mesmo.
Quando já estávamos todos fora do ônibus amarelo, o mesmo partiu, nos deixando ali, sozinhos. Todos se entreolharam.
Onde estão meus pais?
Com certeza, essa foi uma das muitas perguntas que se passaram dentro da cabeça da grande maioria ali.
Será que eles não foram avisados?
- Meus pais não me atendem! - Alguém reclamou alto, sendo seguido por varias outras reclamações iguais.
Tentei ligar para os meus também, porém a ligação acabou indo para a caixa postal.
- Eles devem estar dormindo. - Um garoto atrás de mim sussurrou e sua amiga concordou.
- Eu vou pra casa.
Campbell disse e saiu andando, sendo imitado por todos ali.

𝐍𝐄𝐖 𝐇𝐀𝐌 ━━ .𝐒𝐐𝐔𝐀𝐃 𝐅𝐈𝐂Onde histórias criam vida. Descubra agora