𝖥𝖨𝖵𝖤

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o que acontece na igreja,
fica na igreja

marcella

— Gente, foi mal. — Cecília deu um sorriso sem graça. — Eu acho isso muita falta de respeito, e de noção.

Comecei puxar a garota que conhecera a poucos minutos, e ela tentava com grande dedicação tirar minhas mãos de seu braço.

— De verdade. Eu não quero.

Olhei pra ela com um olhar de cão sem dono, mas ela não vacilou. Dei de ombros e entrei na igreja acompanhada pelo meu melhor amigo e a minha nova amiga.
Lá dentro, a música ecoava de um modo irritante. Todos pulavam, dançavam e bebiam.
Ao meu lado, um garoto tomava um barril de cerveja de cabeça para baixo, e mais a frente, algumas pessoas tomavam banho de bebida.
Eu não era muito fã de festas desse tipo, mas sou fã de festas. Então, puxei Eliane para o centro da construção e comecei a dançar com a loira.

Me senti cansada de dançar e fui até uma das mesas onde as bebidas estavam disponíveis. Peguei uma latinha sem olhar qual o conteúdo e bebi um gole. Na minha frente, Lana, uma garota lá da escola, que era bailarina, estava junto de Campbell.
Aquele garoto é encrenca
Continuei observando os dois, já que estava entendiada e não tinha nada melhor para fazer. Em um momento, ele disse algo que a bailarina não gostou e ela tentou sair dali, mas o garoto segurou o braço dela. Senti meu sangue ferver, e não era por causa do álcool. Apertei a latinha com força em minhas mãos e me preparei para intervir, mas fui notada pelos dois e ele deixou a menina ir.

Corri até a Lana e parei na frente dela pronta pra expor toda a minha preocupação, porém, ela foi mais rápida. A menina começou a se explicar, dizendo que não tinha nada com o Campbell e que ele era todo meu.
Deus me livre

— O que? Não! — franzi a testa e dei uma risada de nervosismo. — Eu só queria saber se está tudo bem com você. Ele parecia estar te perturbando.

— Não era nada. Obrigada.

Ela respondeu e saiu andando. Tá falando sério? Dei uma última olhada na direção de Campbell Eliot e fui pegar mais bebida.

Eu não conseguia me lembrar quantos copos, latinhas e garrafas eu tinha bebido, e sinceramente? Eu não estava nem aí.
Eu estava dançando junto com um garoto de cabelos ondulados e ele jogou uma lata inteira de cerveja em mim, eu ri e fiz o mesmo com ele.
— Aí, não! Deixa eu te limpar. — O garoto disse e passou a mão sobre a minha camisa, na direção dos peitos.

Eu não conseguia parar de rir.

— Você tá de brincadeira comigo, né? — Uma garota de cabelos castanhos e olhos azuis se aproximou de nós e gritou com o garoto na minha frente.

— Você tá de brincadeira com ela? — perguntei, falando um pouco embolado.

O moreno nos olhou confuso e saiu correndo quando a garota saiu dali, em direção ao lado de fora da igreja.
Dei de ombros e continuei dançando enquanto murmurava coisas sentido.
Depois disso, eu não sei. Minha mente simplesmente se apagou, e o que aconteceu na igreja, ficou na igreja.

Acordei depois, em uma casa desconhecida por mim e com uma dor de cabeça muito forte. Gemi de dor quando me levantei, ficando sentada no sofá.

— Marcella? — Eliane apareceu com um copo e um comprimido em suas mãos. — Aqui. Toma isso.

E assim eu fiz.

— Mano, o que aconteceu? — Cecilia apareceu na sala, ainda escovando os dentes.

Bebi muito, pra variar.

— Qual a última coisa da qual você se lembra? — A garota loira perguntou preocupada.

— De uma garota linda. — Respondi.

𝐍𝐄𝐖 𝐇𝐀𝐌 ━━ .𝐒𝐐𝐔𝐀𝐃 𝐅𝐈𝐂Onde histórias criam vida. Descubra agora