Lobos

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Capítulo 1 - Lobos

Milhares de anos atrás, os seres que viveram nessa terra aparentavam ser completamente diferentes. Humanos e híbridos eram as duas raças predominantes. Com a primeira grande guerra, os híbridos tomaram o poder e com o passar dos anos as duas raças se fundiram em uma só. Delas surgiram três castas divididas em Alfa, beta e ômega. Eles passaram a ter aparência humana, porém suas auras ainda eram dos híbridos aos quais também lhes deram origem.  

Traços animalescos explícitos não era mais o que entregavam suas raças, passaram a ser diferenciados por características em seu porte físico na forma humana. Os lobos fortes, vigorosos, com ombros extensos e olhos inteiramente negros e as raposas com corpos pálidos e esguios, um nariz pontudo e petulante. Seus olhos amendoados ornam perfeitamente com seus cabelos da mesma tonalidade.    

Essas eram as raças dominantes. Raposas por dimensão da população e os lobos por sua força, juntamente com um discurso de sangue puro, que acabou por vencer a segunda luta pelo poder e os colocou no topo, atirando todas as outras para a miséria.  Era assim em todo o mundo. 

Existia outra raça que formavam a tríplice dos híbridos, entretanto isso foi há muito tempo. Os gatos eram criaturas pequenas e amáveis. Exibiam cabelos negros e caninos afiados que não desapareceram, assim como suas orelhas de felinos em uma anatomia humana.  

Durante o combate quase todos foram exterminados e os que restaram foram designados para a prostituição, até que se estabeleceu uma democracia e eles receberam direito ao livre-arbítrio. Infelizmente a raça deixou de existir inteiramente e o elitismo permaneceu impregnando na sociedade híbrida fazendo com que os lobos conservasse privilégios e as raposas continuassem à margem.  

Com todas as novas reformas, o comportamento bestial não era mais admissível, e seus instintos naturais foram considerados primitivos. Sendo assim, a ditadura camuflada de república desenvolveu uma droga para inibir os instintos mais naturais. Voltaram a se parecer com humanos comuns, exceto talvez por seus cheiros que persistem em fazer parte de seus corpos como se fosse algo para lembrá-los do que eram e os distinguir.  

"O senhor está quase chegando ao seu destino. Espero que esteja tendo uma boa viagem. Não se esqueça de pegar um guarda-chuva. Hoje à noite teremos início de um temporal."

 Uma voz feminina e amigável falava, ela parecia vir de toda parte do carro. Rogers apertou o botão silencioso assim que a moça terminou os avisos, a partir do portão da cidade ele sabia por onde ir.   

O caminho até o centro não era nem de longe uma excursão à passeio, longas horas e diversos sistemas de segurança dificultavam o acesso, especialmente para aqueles que vinham do interior do distrito.   

Embora vivesse na região marginalizada, Ele tinha livre acesso à capital, afinal, carregava em suas veias sangue de lobo.  

A avenida onde chegou era composta por edifícios de frente chapada que não revelavam coisa alguma de sua parte interna, das vidraças se podia ver somente fechos de brilhos vermelhos, todo tipo de coisa acontecia lá. Drogas para desbloquear sua libido, apostas, reuniões de negócios e raposas se prostituindo.  

Quando desceu do carro em frente à entrada do hotel, uma raposa vestida com um macacão preto de látex sorriu e solicitou seu pulso para que conferisse se estava na lista. Ele pôs o braço a frente da máquina nas mãos da mulher e uma luz esverdeada acendeu dizendo "Steve Rogers, convidado." 

Red Signs [ stony ] [ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora