Primeira historia que nao acabou

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Como a moça da livraria me via:

Uma menina de uns 12 anos entra toda terça e quinta aqui na loja. Ela senta toda cheia da roupa de ballet, cabelo preso, e uns dias até polaina. Mas ninguém usa polaina em 2012. E elas são lsitradinhas de roxa e rosa. Ela fica lá lendo, e as vezes da pra escutar ela chorando. Tinha dia que ela nem via que a moça da loja trancava a porta, de tao concentrada que estava lendo. Mas sempre que via que a porta havia sido fechada, a moça fazia questão de demonstrar que não se incomodava de deixar ela ficar mais, lá. Ah, e ela sempre ia na padaria e comprava bolachinhas de nata. As colocava dentro da bolsinha verde com as roupas de ballet, e ficava comendo "escondido".

Como eu via a situação:

Eu lá toda lindinha e arrumadinha indo ler meu livro, me preparando pra mais uma aventura de 3 horas sentada. As vezes eu ia no moço da pipoca, ela tinha bacon E manteiga. Era uma delicia, dava sempre pra juntas umas moedinhas e comprar. Isso quando eu não comprava as bolachinhas de nata da padaria, elas derretiam na boca. Mas enfim, então eu ia passar meu tempo na livraria. Todo aquele cheiro de livro, e cheirinho de café que todo mundo já conhece e sabe o quão magico você se afunda naquele horizonte. E ficava lá. Meu sonho era que a moça da livraria me ouvisse, ou visese conversar comigo, mas ela nunca vinha. As vezes eu até fingia que não escutava a chave, só pra poder ler mais um pouquinho, e ainda tentar falar com ela

Como eu vejo a situação hoje

Eu lembro que ela era bem gótica e "daora", mas não sei se eu só queria impressionar ela por conta dela ser mais velha. Acho que os dois. Mas sei lá, eu era realmente uma comedora de livros, lia uns 2 por mês. Eu morava naquele lugar, sorte que eu não tava fazendo nada de errado. Mais ou menos né, até que eu cresci e livros não me eram mais tão interessantes. Pensa, uma menina agora de 14/15 anos. Pensa no maio esteriotipo possível. MENINOS.

Meu primeiro beijo

Bom, eu sempre fui uma menina muito tímida e reservada. Acho que tudo que se refere ao meu corpo, por algum motivo me intimida. E além disso, ainda tinha fato que eu já tinha 14 anos, era modelo, bem gata, bem popular E AINDA NÃO TINHA BEIJADO. Isso pra mim era um ABSURDO. Porem, ainda era tímida de mais pra tomar uma atitude, eu queria que fosse especial, com um cara gato, legal, em um ambiente bem marcante. Então foi o seguinte que aconteceu: eu tinha duas melhores amigas gêmeas,- elas não eram idênticas, eram diferentes. Na realidade, eram OPOSTAS. Tudo que uma fazia a outra não queria fazer. Uma era rebelde, baixinha, cabelo liso e curto, doidinha, notas baixas e "só problema". A outra já era toda princesa, cabelos cacheados e definidos até a cintura, notas boas, educada e "a filha boa". E eu, toda princesa pomposa era melhor amiga DAS DUAS OBVIAMENTE. Quando eu tava no humor de aprontar e entrar na deep web, eu chamava a Ana Flavia. Invadimos até a 4º camada, o que é completamente surpreendente para duas pré-adolescentes. Não achamos nada muito assombroso, mas encontramos pornografia infantil. Então a situação pesou e decidimos parar. Ai o computador deu vírus e nunca mais voltou a ser o mesmo. Porém, em dias que eu queria ficas na paz, conversar, ter um dia de princesa, eu ia com a Ana Clara. Que no final das contas, não era tao princesinha assim. AMAVA ir comigo e a Flavia pegar bebida dos pais (sim com 14 anos) e ficar as três loucassas lá no fundo da casa. Dançando, pulando, me sentindo a garota mais rebelde do mundo. Paramos de fazer isso um tempo depois quando a Flavia comeu uma marmita TODINHA sozinha, e a gente foi beber. Misturamos gim, wiskey, vodka, pinga e tudo que você imagina e bebemos. Eu e Clara fomos pra sala conversar, quando decidimos ir tentar achar a irmã dela, chegamos no quarto e lá estava: Flávia jogada no chão, com a boca cortada e resto de marmita toda vomitada no chão. Tinha por TUDO. Ela não acordada. A gente a colocou no banheiro. Agua gelada escorria pela cabeça, e ela não acordava. O desespero era enorme, mas eu ainda não tinha maturidade pra associar o que estava acontecendo. Eu nem sabia o que era um coma alcóolico. Não sabia que alguém podia morrer disso. Então estava com medo, mas ria da situação. Eu gravei um vídeo disso. A menina não acordava, estava inconciente, e eu dando banho em uma amiga como se nada tivesse acontecido. Depois ela começou a gemer. Era meio que um grito, não sei explicar, mas era desesperador. Mas ai a gente pode rir, e relaxar. Sabe quanto pesa um corpo totalmente relaxado? Tipo, TOTALMENTE. Pesa muito mais do que eu imaginava que pesaria. Achava que era tipo carregar uma amiga nas dormindo. Mas não é. É umas 3x mais pesado que isso. Enfim, batemos tanto a cabeça da Flavia no chão, que é insano ela não ter se machucado. Chegamos até a derrubar o corpo no meio do caminho, e ainda piora. Eu e a clara tínhamos que ir pra aula de ballet, então só deixamos a Flavia lá, com uma bolha de sangue enorme na boca, depois de bater na quina do criado mudo e ir direto pro chão. Sozinha. Até a mãe dela chegar e ver a situação. Obviamente a Flavia contou a verdade, só não envolveu eu ou a irmã dela.

Enfim eu tava no primeiro beijo. 

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⏰ Last updated: Aug 27, 2019 ⏰

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Historia de uma vida intensamente vividaWhere stories live. Discover now