Aldebaran

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Numa cidadezinha distante do Belém do Pará, moravam os recém casados João e Maria, tinham o sonho de construírem uma família grande, acompanhar o desenvolvimentos dos filhos e ter vários netinhos correndo pela casa. Enquanto os filhos não vinham, João trabalhava na pequena lavoura que tinha de arroz e mandioca, ele passava boa parte do tempo lá, cuidando daquilo que garantia o sustento da sua família. Enquanto isso, a esposa Maria ficava em casa, cuidando de tudo com muito carinho e amor. 

Levantava bem cedo, aprontava o café para o marido, era uma esposa dedicada. Fazia o almoço e logo arrumava uma marmita para o marido com suco geladinho e água congelada, que durava o dia todo, assim,   seu esposo não beberia água quente. Depois de arrumar umas duas sacolas, saia em direção a lavoura, caminhava um pouco de baixo de um sol quente até chegar onde o marido estava, que a recebe  com um beijinho, se sentando logo pra comer, pois sempre sai só com o café da manhã. Maria não demora muito, pois a caminhada era um pouco desgastante, ela espera o marido terminar de comer, pega suas sacolas, mas antes de sair, João, pega a garrafinha que veio com suco, lava e põe um pouco da água gelada para ela tomar no caminho de volta, ele também se preocupava com a esposa, lhe dá um selinho, a vê indo embora, e como os dois se amavam. 

Alguns meses se passaram, num belo dia Maria não chega no horário de sempre, João, imediatamente estranha, pois essa era a rotina dela nos últimos meses, sente seu coração apertar e sai desesperado em direção a sua casa. Andou um bom caminho quando encontrou sua mulher caída no chão desmaiada, ele correu muito até chegar lá e segura-la nos braços, imediatamente pega a garrafa com água gelada, abre, molha as mãos e passa delicadamente no seu rosto e pulsos. 

-Maria meu amor, acorda!! - Desesperado

Ela aos poucos vai acordando, ele lhe dá um pouco para beber, ela bebe, vai se levantando, quando ele a pega no colo e vão conversando até chegar em casa. No meio do caminho ela explica que teve uma tontura, que estava enjoada, ele fica muito preocupado e diz que irão ao médico. Assim que chegam ele a coloca no sofá deitada enquanto pega as chaves da sua caminhonete velhinha, os documentos e partem para a cidade. Depois de uma hora e pouquinho de viagem chegam ao médico, esperam mais uma hora para serem atendidos, assim que ela e chamada eles entram na sala, pois ele estava muito preocupado. O médico passa todos os exames, por morarem distantes, o resultado foi apressado e depois de uma hora o médico chama novamente já com o resultado do exame.

- Parabéns, você está grávida!  -Ele diz sorridente.

João fica paralisado com a notícia, pois sempre esperou o dia em que seu sonho seria realizado, Maria o abraça, ambos choram, voltando pra casa animados e felizes. Durante os nove meses  a rotina deles mudaram, Maria já não caminhava para levar o almoço de João que passou a  almoçar em casa e tirar um tempo com a esposa. Maria se sentia muito pesada, pois o bebê era muito grande e exigia dela o máximo de repouso principalmente nos últimos meses. João arrumou uma empregada para ajudá-la durante esse período já que tinha que trabalhar. Num belo dia João estava na sua lavoura, colhendo  mandioca quando ouve os gritos da moça que ajudava sua esppsa, dizendo que a bolsa havia estourado, João corre imediatamente pra casa, a vê sentindo fortes contrações, a pega no colo, colocando-a  na caminhonete e partem para o hospital. 

Assim que chegam, ela é prontamente atendida, mas sofreu um pouco, pois estavam insistindo no parto normal, mas o bebê era muito grande e não tinha passagem, depois que quase 6 horas de trabalho de parto, optam por uma cesariana, e o bebê nasce, um belo menino. João estava feliz, que esqueceu o nome escolhido registrou o filho o chamando de  Aldebaran. Maria passou 25 dias no hospital se recuperando e Debas teve alta alguns dias antes. O tempo passou, e o bebê foi crescendo, desde pequeno ele era muito forte, tinha uma forma fenomenal, a mãe sofria para colocar a roupinha, pois ele debatia muito os braços e as pernas. Sua festinha de um ano foi simples mas foi linda, a família estava muito feliz e já planejavam outros filhos. Na bela noite, Debas dormia num cestinho como de costume no quarto dos pais, porém choveu muito naquela noite e por obra do destino, sua casa desabou, soterrando a família, o bebê chorava incansavelmente, ninguém ouvia e nem ajudava, apenas no outro dia as equipes de resgate chegaram a cidade que foi devastada. 

Depois de algumas buscas encontram os corpos dos pais e o bebê que estavam chorando muito, os paramédicos, atendendo ao menino e o levaram para o hospital. Dias depois ele foi encaminhado para um orfanato da Capital e lá desenvolveu o seu poder, despertou o cosmo com 2 anos de idade. Sempre dando trabalho, numa dessas visitas os olheiros acharam grande potencial nele e com 2 anos e meio   já estava treinando, na cidade do Rio de Janeiro e com 3 anos chegou ao santúario.

Os douradinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora