Afrodite

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Em uma cidadezinha bem pobre do país da Suécia, vivia uma bela jovem chamada Greta. Sua vida nunca fora um mar de rosas, e sim de decepções e desilusões com muita tristeza e sofrimento.

Desde muito pequena ela teve que trabalhar para poder trazer sustento para sua família de dentro de casa. Mas como sempre, era vista como uma insignificante, uma sem nada, mas conhecida popularmente como uma Zé ninguém. Sua mãe desde sua infância trabalhava em prostíbulos, casas noturnas e cabarés.

Greta cresceu vendo sua mãe se prostituir e seu pai cair bêbado pelas esquinas dos bares da pequena cidade a qual eles moravam. Como era filha única e não possuía familiares fora seus próprios pais.

Não tinha a quem recorrer quando mais ela precisava! Quase todos os dias via sua mãe apanhando de seu pai e não aguentando mais ver tanta violência e passar por tanto sofrimento. Resolveu que era enfim, a hora dela partir e sair de sua própria casa conturbada.

Assim ela fez, saindo de sua casa e indo viver pelas ruas desertas da pequenina cidade da Suécia.

Passou fome, frio e enfrentou muitas tempestades diárias! Assim como a mesma rejeição de sempre da sociedade. Essa que só da valor aos que tem "poder e são bem sucedidos na vida". Mas quem iria olhar para uma peregrina moradora de rua? Para a filha de uma prostituta e um bêbado velho e preguiçoso?

Teve que viver nas ruas como um peregrino e sem ter ao menos onde ir descansar ou o que comer perante a noite e o dia. Dormindo sem ter a certeza se quando acorda-se iria está viva ou morta. Por mais que já não tivesse mais medo da morte, e que no momento essa lhe seria de grande favor. Pois já não acreditava que sua vida pudesse melhorar!

Mas como um dia de sorte ou não, lhe apareceu um belo rapaz bem vestido e com umas três garotas ao seu lado. Dava-se para notar que aquelas garotas na verdade eram 'mulheres da vida'. Título tal dado para mulheres que se prostituim, ou que vendem seus corpos por dinheiro ou luxúria.

— Olá senhorita. — Sorri mordaz, mostrando por mais que tentasse camuflar, sua malícia por detrás das palavras.

Greta olha para aquele moço um pouco assustada, pois desde que começou a morar nas ruas ninguém lhe dava atenção ou importância alguma. Ainda mais um moço tão bem vestido como aquele que estava bem na sua frente.

— O-oi. — Sua voz saiu um pouco falha e fraca. Também, ela não comia a dias! Estava realmente fraca e faminta.

— Mesmo estando tão maltrapilha, é inegável o quão bela você é! — Sorri outra vez, olhando-a maliciosamente.

As três mulheres olham Greta de cima a baixo, lançando um olhar de nojo e repulsa! Uma delas até ousa dizer:

— Hã... Tem certeza chefinho? Essa garota está quase morrendo, olhe bem para ela. Está deplorável. — Torce o nariz como se tivesse sentindo algum cheiro podre por perto.

A jovem Greta olha para baixo sentindo-se acuada e muito envergonhada pelo que a outra jovem disse de sua pessoa. Estava claro que aquelas mulheres não a queriam junto delas, e que jamais iriam a tratar bem.

— Hum, isso porque ela está suja! Assim que estiver limpinha e bem arrumada. Vocês vão ver que eu não estou enganado em relação a essa pobre peregrina. — Falou displicente, olhando Greta com um brilho intenso nos olhos.

O mesmo moço a fez várias propostas, lhe garantindo a melhor vida e estadia. Lhe garantindo reconhecimento perante o mundo e a todos aqueles que um dia já zombaram dela e a desprezaram! Por mais que ela soubesse que iria ser uma mulher da vida. Iria ser reconhecida como uma prostituta de luxo.

Dizendo que ela não precisaria mais morar na rua e muito menos passar fome! A jovem ainda pensou e lembrou-se de seus pais e principalmente de sua mãe. Que também se prostituia para trazer alguma coisa para dentro de casa. Mas como não tinha mais nenhuma alternativa, por fim, aceitou.

Os douradinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora