Mas um dia que se passa, novidade?

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Sempre que meu despertador toca as 5:00 a.m. eu penso: que merda!

Ou posso simplesmente não pensar nada. Vivo assim a tanto tempo que já faço tudo no modo automático.

Meu nome é Sabrina, tenho 17 anos e estou no ultimo ano da escola.

Ah a escola. Eu costumava odiar esse lugar. Ali era onde eu passava por situações realmente humilhantes, e eu nem podia falar nada. Depois que mudei de escola meu pesadelo passou, mas não completamente.

Minha vida não é tão ruim. Eu tenho meus amigos e confio neles. Por mais que eu os ame, não acho que possam me entender de verdade. Sou muito grata a cada um deles, pelas risadas, pelos momentos divertidos e pelos aprendizados, mas isso não muda o fato de que eu não estou bem de verdade. Inconscientemente eu minto para eles e para mim mesma quando digo que estou bem. 

Então, por enquanto estou só vivendo.


Hoje sai de casa para pegar o ônibus, igual todos os dias e vi que tinha alguns alunos com o uniforme da escola, eu nunca tinha os visto, devem ser novatos; não é da minha conta. Apenas entro no ônibus e me sento próxima a porta.

Abri minha mochila e comecei a ler um livro que peguei emprestado na escola.

Ler me ajuda a fugir dos meus problemas emocionais, problemas esses que eu ainda não consigo admitir que tenho, segundo as pessoas com quem eu fui conversar é besteira de adolescente. Então eu prefiro pensar que daqui a mais ou menos 1 ano eu não terei mais esse problema, eu sei que estou errada, mas essa informação faz-me sentir melhor.

Cheguei

Entro por aqueles portões que me aprisionam todos os dias, mas que ainda assim é melhor do que estar no campo minado que é a minha casa. Sigo direto para a sala e aguardo a professora, hoje tenho aula de geografia. Enquanto aguardo olho ao meu redor vejo pessoas interagindo, conversando, casais se beijando e amigos rindo. Posso ouvir aquela multidão de vozes entrarem pelos meus ouvidos causando-me repulsa. Como eles podem ser tão absurdamente felizes toda hora? A verdade é que ninguém é feliz 100 por cento do tempo, parece que eu é que sou triste 90 por cento dele. 

A professora chega e após algumas horas a aula acaba.

Sigo direto para o refeitório para encontrar meus amigos. Mesmo de longe posso ver eles rindo e falando alto. Luana, a alegre do grupo; Julia, a intelectual; Will, o famosinho das redes sociais; Carlos, o filósofo e eu, a normal.

-Oi -eu falo como sempre

-Ahhhh, você viu os alunos novos? São um sonho! -fala Julia muito animada

-Eles são minha meta de consumo! -Luana quase grita 

-Eu não vi nada de mais -Will se expressa de maneira debochada, deboche deveria ser seu sobrenome- Aposto que não devem tem um terço dos meus seguidores.

-Quem é que liga pra seguidores, eles devem ser muito inteligentes -Julia comenta 

-Essa conversa é bastante desnecessária levando em consideração que vocês surtam toda vez que chega um aluno novo- Carlos fala 

-Ora não fale besteira. Você deve estar morrendo de ciúmes porque a Suzy está caidinha pelo moreno, que por sinal sentou na mesa dela -Fala Luana, Suzy é a garota por quem Carlos é apaixonado há 2 anos, mas ele nunca teve coragem de falar.

Essa ''discussão'' continua e eu apenas observo enquanto eles falam

-... você não acha Sabrina?- Pergunta Luana

-Ãn? O que?- digo confusa

-Estamos falando dos novatos. Você sempre no mundo da lua.

(...)

Se eu soubesse que amaria vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora