Os Inesperados

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  Noite de festa na mansão do Senhor e Sra. Baldwin Griff. 

    Uma equipe de garçons vestindo ternos elegantes serviam em bandejas de prata, licores caros e champanhe para as dezenas de convidados que lotavam o salão de festas. Era o décimo sexto aniversário de Emma Louis Baldwin Griff. A única filha do casal. Os Baldwin's, principalmente o Sr. John, não deixariam uma ocasião festiva como aquela passar em branco. Não por ser um pai doce e sensível que gostasse de demonstrar o quanto amava sua filha, mas uma festa daquele porte abriria uma grande janela de possibilidades financeiras. Como um homem de negócios, ele sabia que, as condições corretas somadas a seu grande poder de persuasão poderiam trazer para sua vasta rede de bancos espalhados pelo país, grandes aliados políticos e parceiros tão ricos quanto ele. Vários deputados e senadores influentes bebiam no salão de festas, antigos amigos que ele fizera durante sua carreira bem-sucedida e de meios duvidosos. 

Toda sua atenção e cuidado estavam voltados ao ilustre convidado inesperado, o bilionário árabe Samir Zalin, que fora trazido por um influente senador também amigo de John.

― Ela está descendo ― anunciou Sra. Megan Baldwin, com um certo orgulho no tom de voz. 

Enquanto todos aplaudiam, Emma desceu as escadas com um largo sorriso no rosto. Sua beleza era realmente indiscutível, seus cabelos lisos e ruivos balançavam suavemente de um lado para o outro a cada degrau que pisava, tinha olhos verdes e acentuados que destacavam ainda mais sua pele branca e suave, carregava no pescoço um colar com uma solitária e bem lapidada pedra de rubi retangular que refletia o brilho do grande lustre do salão. 

 ― Venha, Emma, quero lhe apresentar a uma pessoa ― disse John, recebendo-a aos pés da escada. A garota já sabia o que aquilo significava, não era a primeira vez que seu pai tentara empurrá-la a algum magnata milionário. Desejou não ter que acompanhá-lo. 

 ― Ora, John ― disse uma voz feminina e familiar ― deixe a garota respirar.

 ― Tia, Evie ― disse Emma, abraçando-a ― não esperava que viesse, sempre viaja tanto. 

Poucas pessoas naquele salão eram capazes de dizer não a John e Evie era uma delas. John saiu de cena disfarçadamente, odiava fazer esforço para manter as aparências com a cunhada. 

 ― Nós nunca perdemos um aniversário seu ― disse outra voz familiar, porém, masculina e jovem. 

 ― Adam ― Emma também o abraçou, desta vez com mais força 

― estou tão feliz em vê-los. 

 Adam era um rapaz alto, com o corpo bem definido, de pele clara e cabelos negros e lisos que caiam até o pescoço, olhos azuis como o céu, vestia um terno preto visivelmente barato, porém muito limpo e bem passado. 

 ― Quase não chegamos há tempo ― disse ele, observando os convidados desgostando doces de uma mesa farta mesa de aperitivos. 

 ― Mas o importante é que chegaram. Onde estão morando agora? ― Emma perguntou, sabendo que seria em vão. 

    Evie jamais dizia a localização exata de onde estavam vivendo. Às vezes, sentia que a tia pudesse estar fugindo de alguém. Adam abriu a boca para responder, mas foi interrompido por sua tia. 

 ― Estamos no Cairo ― disse ela, sorrindo ― estou terminando um livro sobre as relações sociais dos povos africanos com as minorias. 

 ― Parece ser um trabalho importante ― disse Emma. 

 ― É algo que precisa ser discutido ― concluiu Evie ― Os humanos e sua forma de lidar com a vida e escolhas de outras pessoas, é algo que me fascina. 

Adam Griff e os Invocadores de AlmasWhere stories live. Discover now