Pós Verdades. - [ Imagine Zack ]

00100

A jovem mulher estava na rua de madrugada a caminho de casa. Toda aquela cidade era uma grande merda mas aquela parte no distrito se superava, afinal era la onde viviam os mais... indesejados pelo resto da população considerada de bem por um parâmetro bem duvidoso. Parte do distrito fedia a lixo e era cheio de construções mal feitas amontoadas e a outra parte era mato sujo, florestas onde as pessoas cotuvam ir para se drogar, foder e fazer mais coisas imorais as quais a moça preferia nem saber.

Era precário, e mesmo o lado bom da cidade não era muito diferente, todo o lugar era estranho e mal projetado. As ruas daquela parte era escura e mal iluminada, a maiorias das luzes dos postes ou estavam quebradas ou eram amareladas e fracas.
Nesse cenário ela, apenas mais uma trabalhadora comum, caminhava a passos largos, apreensiva com as mãos nos bolsos do casaco largo.

Andava como sempre, morta de fome. Depois de ter comido ainda no dia anterior e estar cansada após um dia de trabalho e estudo agitado, louca para chegar em casa comer alguma porcaria e se jogar no sofá.
A rotina desde sempre andava impiedosa e ainda por cima esse semestre ela havia optado por destrancar a faculdade. Os estudos somados a todos os seus problemas ainda iriam a matar a qualquer momento.

Hoje especialmente ela havia decidido procurar um recurso mais extremo para relaxar, já quase na volta para casa a moça acreditava não suportar ter de fazer esse longo caminho em estado de sobriedade. Estava dopada com drogas oferecidas por um colega, que segundo ele eram do tipo inibidora e que demoraria fazer efeito, só mais tarde quando ela chegasse em casa e deitasse descansaria como nunca. No entanto isso parecia ser uma grande mentira, agora tudo o que ela sentia era totalmente diferente disso. Com certeza era alguma droga perturbadora estranha que a faria ter alucinações a vomitar a noite toda.
Aérea e ainda assim paranoicamente alerta, com o coração disparado a jovem andava reparando na horrível e descuidada rua, no lixo novo e nos restos de matérial de construção, nas putas andando em pequenos grupos na parte de cima da avenida e nos varais pendurados nos becos; era desesperansoso mas era tudo o que ela tinha para hoje e para os próximos anos, a cidade era pequena e nojenta e mesmo assim quando comparda ao lugar de onde ela vinhera se tormava algum tipo de céu.
Pelo menos era maior e não havia quase ninguém que a conhecesse para julgar ou encher o saco a respeito de sua vida, decisões e de seus fracassos.

Andando quase se deixando dominar pelos devaneios e barulhos que começara a ouvir constantemente graças ao maldito efeito do tal relaxante, a mulher tropeçou e quase caiu. Ao olhar para trás com calma observou a perna de alguém, com certeza um mendigo, ela respirou fundo e andou rígida sem olhar para trás ou vacilar, estava quase em casa era só descer mais um pouco reto na avenida comercial e virar ao lado do bar, que em seguida bastava descer por dentro dos becos entre as casas sujas e depredadas, virando a esquerda e a direita algumas vezes, evitando ao maximos os grupos de usuários de droga da região que costumavam ficar acordadas essa hora da noite e eram violentos demais.