Fazia dias que o nosso fantasma vagava pelas dimensões, de forma tão aleatória quanto as possibilidades permitem. Sua irmã estava bem, ele também passou pra ver Aria e avisar que tudo estava bem. Fazem exatos dois meses desde a morte de Margareth; Mike estava feliz, pois finalmente a mãe tinha paz. Em seus pensamentos residiam vestígios de lembranças que compartilhara com ela, trazendo felicidade à ele.
Fora de seus pensamentos caminhava por uma floresta densa, em meio à algo roxo que se parecia com neve e forrava o chão. Sua típica blusa de mendigo cobria todo seu corpo, e o resto por sua larga calça, seus cabelos estavam negros e em sua mão direita carregava seu cajado o qual era apoiado no chão.
Ele parecia um andarilho por ali.De certa forma lógica cada dimensão possuía suas particularidades, cada uma era um próprio universo com sua própria infinidade porém todas existiam ao mesmo momento. Ninguém conhecia o que muitos chamam de viagem no tempo, e ninguém desconsidera que possa existir. O grande Boom disso tudo, é que o número de dimensões é tão infinito quanto um único universo.
Ao passo de 10 minutos Mikelangelo se encontrava em uma pequena vila, esta era habitada por alguns humanos e outros seres. Alguns advinham de outros planetas e estavam ali à passeio, apesar das grandes diferenças havia paz naquele local. Era dia por ali, uma estrela longínqua iluminava aquele planeta, envolto por 2 luas.
- De onde você é estrangeiro? - uma criatura azulada e alta, com uns 2 metros estava olhando para ele.
- Sou de uma terra distante, por segurança não posso dizer onde...- Mike o encarou por um instante, ele parece um vendedor, do que poderiamos chamar de comida - o que tem aí?
- É o que vocês humanos chamam de bolo, entretanto de uma fruta típica do meu planeta.
- Quanto quer? - Mike estava com fome, seria divertido provar algo diferente.
- 2 folhas de bargan.
- E como consigo isso?
- Você pode trocar seu dinheiro ali naquela casinha, mas caso seja algo muito estravagante... vê aquela grande árvore? - Mike não havia notado mas lá estava ela no fim da cidade, e se perguntava como isso era possível... não notar algo tão enorme - lá existem algumas coisas que valem diversas recompensas.
- Obrigado, será que pode guardar uns 3 pedaços pra mim, logo volto com seu pagamento...
E ele saiu andando antes do vendedor dizer algo, mais precisamente correndo. Ao chegar no local, observou os cartazes, conhecia aquela língua então não era uma preocupação.
Apesar das dimensões serem diferentes, todas possuíam alguma semelhança com as outras.
Em pouco tempo, ele saiu na procura de seu alvo levando junto dele o cartaz. Começou a correr e quando não enxergou mais o vilarejo se transformou totalmente, as roupas eram as mesmas, já seu cabelo e os olhos... junto dele o cajado se tornou uma adaga que ele jogou e abriu um rasgo no espaço.
Passando pelo portal que se fechou atrás dele, estava em queda livre. Pegou uma lupa que possuía e observou ao redor procurando o local. Não o encontrou logo, mas achou uma montanha alta onde havia uma casinha, se teletransportou pra lá da mesma forma que fez para ir às alturas.
*toc toc*
Uma garota abriu a porta.
- Quem é ?
- Desculpe, eu não sou daqui, estou procurando um lugar, pode me dizer onde fica Os Rochedos de Drago?
- Tem certeza? Esse lugar é complicado de se chegar, siga por ali até encontrar uma caverna em meio uma encruzilhada pela montanha, há uma trilha com uma velha placa indicando o lugar.
- Obrigado Moça. - E Mike ia virando-se em direção ao lugar indicado não dando tempo da moça dizer mais nada.
Ia correndo e saltando em meio a paisagem. Era um vasto campo com várias e diversas plantas das quais ele nunca havia visto. Havia um caminho e aparentemente muitas pessoas passavam por ali. Ele seguiu a trilha e em pouco tempo se encontrava na montanha, ainda pela mesma trilha.
Encontrou a placa descrita pela moça e continuou o caminho chegando à encruzilhada.
A caverna parecia possuir cristais por contas das variedades de cores de luz que saiam dele. Mike andentrou-a e continuou seu percurso, e torcia para que não tivesse labirintos, ele odiava isso.Ele andava em meio aquilo, foram um, e dois, três passos e mais os que se seguiram. Momentos subia, outros, descia, não sabia nem mais quanto tempo estava ali...
" Perfeito, labirinto. Saco, saco e saco."
Pegou o cartaz que guardara e observou a foto. Seu alvo era algo parecido com uma flor, provavelmente era exótico assim como o lugar onde ela se encontrava.
Em certo ponto do caminho:
"Olha só um buraco" se aproximou, e era bem maior do que parecia," será que é ali?"
E saltou, afinal, porque não saltar?
No mesmo tempo que caia, sentia o vento gelado em seu rosto. Deitou-se no ar e abriu os braços e pernas, como um paraquedista para diminuir a velocidade com que descia. Porém não funcionava, as leis da física que ele conhecia não se aplicavam naquele lugar. Caiu por um tempo que pareceu muito longo para ele.
Ao passo de mais alguns segundos avistou o chão, e se preparou para a queda. As pernas dobradas os braços junto ao corpo e assim chegou ao chão. Sem estrondo algum no impacto...
"Estranho, isso parece uma gosma", saiu o mais rápido que pode daquele local.
Estava dentro de uma imensa, enorme caverna, provavelmente era abaixo da montanha, isso explicava o tempo que levou para cair.
Tirou sua lupa e procurou rochedos. Na descrição do cartaz dizia que a flor estava em cima de um deles. Não obtendo exito começou a caminhar e explorar a caverna.
Havia uma grande diversidade de criaturas, flores, plantas e rochas estranhas, as cores eram variadas mas tinham seus padrões. Parecia até que alguém com TOC tinha organizado tudo aquilo; as cores variavam conforme seus tons e desta mesma forma apareciam conforme o fantasma andava.
"Seria divertido vir aqui mais vezes, o fato do caminho ser difícil explica tanto o fato de haver tantas coisas, e essa flor do cartaz é mais um desenho do que uma foto. Acho que ninguém chegou aqui, ou talvez alguém de bom coração chegou e saiu sem tocar em nada"...
Ao dar por si estava andando em meio à ossadas e uma área sem vida, eram ossos de humanos e outras criaturas. Grande parte deles quebrados, Mike começou a pensar e se preparar, em seus braços as correntes se envolveram mas desta vez sem lâmina junto à elas.
" Das duas, uma. Ou tem algum gás mortal e eu to morrendo sem perceber( se é possível) ou então tem alguém que vive aqui, afinal, se fosse um predador não teria vida por aqui".
Mike caminhava e girava olhando para todos os lados, até sentir uma presença que vinha se cima e rapidamente saltou o mais longe que pode, nesse meio tempo entre o chão e o seu salto(7 segundos) as correntes deslizaram sobre seus braços deixando parte livre para seja lá o que ocorresse.
O ser que surgiu aterrisou levantando uma leve poeira, e sem perder tempo correu em direção aquele que considerou seu inimigo. Seus olhos emanavam uma sede de sangue. Ao notar isso... " esses olhos querendo me matar, me lembram alguém "... 1 segundo, foi o tempo que esse pensamento teve e se dispersou.
O fantasma girava as correntes se defendendo golpe pós golpe, sem tempo de piscar. Até que certo momento fechou os olhos e lutou de uma forma que não lutava à tempos, com a sua alma.
Ele sentia nitidamente seu inimigo, embora agora uma coisa se destacava, lâminas roxas nas mãos dele. Deviam ser invisíveis aos olhos ou então algo à mais estava acontecendo e ele não percebera.
Golpe pós golpe, defesa pós defesa. Nem um nem outro cessava, e muito menos diziam palavra alguma.
Em certo momento um deles dobrou de velocidade, e jogou o outro longe com um golpe. Nem 2 segundos se passaram e a presa se tornou caçador devolvendo golpe.
Mikelangelo foi último a dar um golpe. E no tempo que teve fez sumir as correntes, girando e transformando tudo em uma única arma, uma única lâmina do tamanho de seu braço.
Se preparou para o próximo ataque, mas nada enxergou, nada aconteceu.Não entendia mais nada, mas seguiu seu caminho, queria achar logo aquela flor já que não sabia que horas eram e se o vendedor ainda estava naquele planeta.
Começou a correr, com a lâmina em sua mão direita, resgardada de forma alinhada ao seu braço.
"O que foi isso de agora, aquele olhos, tudo bem que já enfrentei diversas pessoas assim, mas sinto algo familiar... seria impossível ser a mesma pessoa..."
Ao passo de vários minutos correndo ele finalmente achou os rochedos, eram um total de 12, 20 vezes maiores que ele. Eles formavam algo que dava pra ser enxergado quando se estivesse no teto da caverna. Junto à paisagem formavam um olho, o olho de uma antiga lenda terrena de Drago um explorador que nasceu e morreu naquele planeta.
Aliás o planeta tinha o nome de Tinki, ficava exatamente no meio de uma galáxia que possuía em seus limites três estrelas que iluminavam toda ela. Uma estrela em Anã branca, outra em vulta laranja e outra vermelha quase em seu fim. Por esse motivo a maioria dos planetas ali não tinham vida, por serem sempre dia.
Tinki possuía duas luas e diversos anéis de asteróides e sua posição na galáxia permitia que ela se escondesse na sombra e penumbra dos outros planetas, possuindo períodos de dia e noite, com duração diferentes. Muitas criaturas visitavam aquele planeta por ser exótico, em algum momento começou a ser povoado. Haviam humanos ali, pois na Terra daquela dimensão os seres humanos descobriram como viajar pelo espaço cideral e assim isso se sucedeu.
Mas não foi planejado, nada mais foi que um acidente na primeira vez, erro de rota. Agora, o planeta era povoado, e também era centro de troca e venda de muitos planetas, havia paz entretanto ninguém nunca soube explicar o porquê.

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O fantasma
FantasyFantasmas são só almas que ainda não se foram, alguns porém são considerados assim por não serem notados pela sociedade. Nesse mundo sombrio, de tudo existem e por conta de uma maldição, temos um novo fantasma .. Talvez, tudo sempre fosse muito mais...