Trᥲᥒs-dιᥲ́rιo ♂️♀️ (𝙹𝙹𝙺+𝙿𝙹𝙼)

[02]Sim,uma garota -PJM

Bom, vamos falar sobre mim, prazer, me chamo Park Jimin, tenho 17 anos, e sou uma garota Trans.

Uau, isso deve chocar algumas pessoas, mas, felizmente isso é o que eu sou, e nada, e nem ninguém pode mudar isso.

Uma boa parte (quase toda) deve saber o que é uma pessoa tras, mas para quem não sabe, irei explicar: Transexuais, são pessoas que não se identificam, com o sexo biológico que os foi imposto ao nascer. Por exemplo, eu nasci sendo um menino, mas me identifico como uma menina, entendem?

Muitos acham, que para uma pessoa "ser trans" ela deve odiar o próprio corpo, e passar pela tão conhecida "disforia", e não. Isso tudo começa bem antes da cirurgia de redensiginação e da disforia, começa quando começamos a nos descobrir, saber o que somos, o que queremos, e o que gostamos.

Na infância, eu nunca troquei carrinhos por bonecas, ou futebol por vôlei, não, meu processo de descobrimento veio na adolescência, período onde nossos hormônios estão a flor da pele, sentimentos a mil, e vários questionamentos, uma mente em processo de desenvolvimento, que está saindo da fase criança, e entrando na adulta.

Alguns se desesperam, outros agem de forma normal, eu, fiquei entre ambos. Talvez essa minha "descoberta" tenha vindo por conta da minha sexualidade. Todos os adolescente na minha época, pensavam em ficar com alguém, e beber, isso se resumia em tudo que quase todos pensavam.

Eu se quer tinha tempo para pensar nisso, queria manter isso longe o quando fosse necessário, mesmo recebendo vários pedidos de algumas garotas, antes da transição Park Jimin era pernas um menino ruivo, baixinho, que amava futebol, nada que "levantar de suspeita" ou que fosse dito como "anormal".

Mas, um rapaz em especial, fez com que isso mudasse.

Meu primeiro beijo foi dado quando eu estava no primeiro ano do ensino médio, e sim, havia sido com um garoto, Lee Kyun, após isso eu havia ficado com algumas garotas, mas, o com Lee havia sido diferente, e com isso, acabei chegando na conclusão de que era bissexual.

Com o tempo, eu e esse menino fomos nós aproximando, até que o sentimento de amizade acabou se aflorando, e por fim começamos a namorar, mas difere da forma que deveria ser, ele não me travava como um rapaz, e sim como uma garota. No começo eu achei estranho, mas com o tempo, me acostumei de uma forma difere com tal tratamento. Com isso passei a agir como uma mulher, quando eu e ele estávamos juntos, desde meu comportamento até as vestimentas.

Se meus pais sabiam disso? Nunca irão saber, pelo menos não em vida, já que nunca os conheci. Já os dele, sabiam que o filho namorava uma menina mais nova. Ele nunca se disse gay, ou coisas assim para qualquer um na escola, e sempre que se tratava de mim, se referia como ela, talvez para que nós dois não sofrêssemos consequências, por estamos apenas amando.

Por algum motivo, -que apenas meses mais tarde eu fui entender- quando se referiam a mim no masculino, eu me sentia incomodada, passei a ver que meu gosto havia mudado, assim como meu comportamento, talvez fosse por conta do meu amadurecimento, ou por eu ter me descoberto.

Após nosso término, eu fui entender o que havia "acontecido" comigo, uma boa pesquisada, conversas confidenciais com minha amiga, e lá estava eu, em prantos, tentando achar uma forma de explicar para meus tios o que estava acontecendo com a sobrinha deles, criança que ambos cuidaram e educaram com amor. Pensei diversas vezes se realmente era isso, se realmente eu havia me tornado isso, no final das minhas conclusões, aquilo havia sido um sim.

E não pensem, que ser tratando, agir, ou parecer uma pessoa do gênero feminino/masculino, lhe torna uma pessoa do gênero oposto, nada nos define em certo gênero, ao não ser nós mesmos.

Talvez nós sejamos pessoas confusas, em um mundo confuso, tentando entender o que acontece com nós mesmo...