A garota que descobriu o amor

''Não vou cair nesse seu papinho de garoto''

Acordo com a voz da minha mãe ecoando pelo quarto dos meus pais, que fica tipo uns cinco metros longe do meu, ligo o celular, era por volta de umas 10:30, e como combinado lá estava uma mensagem de Leen, dei-lhe o endereço da minha casa e desliguei o celular. Fui na cozinha peguei uma maçã e voltei ao meu quarto, liguei a minha guitarra elétrica na tomada e comecei a tocar uma das músicas que compus, logo que começo a tocar jogo a guitarra em cima da minha cama e começo a chorar.
De repente minha mãe entra no meu quarto e fala:
-O que houve meu bem?- Diz ela com tom de voz preocupada- Nada mãe,nada- Negava eu com lágrimas nos olhos- Mas você está chorando. E eu sei que não sou muito presente, mas se quiser pode me falar o que houve- Agora ela falava com voz de quem tem culpa- Não quero falar sobre isso- Tentava eu fugir do assunto- Tudo bem meu bem, se quiser pode vim falar comigo, estarei dentro do meu escritório -Sua voz parecia recuar da boca, como se as palavras quisessem retroceder- Tudo bem, caso eu precise passarei por lá- Falava desviando o olhar do olhar dela.

Esperei até que minha mãe se retirasse do meu quarto e fui atrás de uma lâmina de ferro, (Sim!, Fiz o que você está pensando que eu fiz), foram vários, nas minhas pernas, nos meus braços, na minha barriga, no meu pescoço e fui para o banheiro, deitei-me na banheira de minha suíte, abri a torneira e permaneci sangrando, até que Dayana, a empregada que viaja conosco, entra no meu quarto para fazer limpeza. Quando entra no banheiro para pegar os produtos de limpeza, se depara com tal cena, ela fica olhando para mim sangrando, ela estava muito espantada, perplexa, paralisada. E ainda espantada foi até um dos armários do banheiro e pegou dois panos e um remédio, molhou um dos panos com remédio e passou sobre os cortes, enquanto enxugava o excesso de sangue com o outro pano e então falou:
-Menina, porque fizeste isso? - Falava ela assustada- Não quero mais viver- Dizia chorando- O que aconteceu?- Dizia ela, ainda assustada- O passado, foi isso que aconteceu- Permaneci com voz de choro, enquanto algumas lágrimas ainda escorriam- Qual foi o problema?- Ela falava mais calma- Um garoto que namorei ano passado- Dizia ainda meio chorosa- Quando eu ainda queria ser social- Mais lágrimas desciam o meu rosto- O que aconteceu?- Falava ela calma- Ele me magoou, e partiu meu coração da pior maneira possível, e também têm os meus pais que nunca me dão ao menos um pouco de atenção- Dizia enxugando as lágrimas- O passado já passou, você deve viver o agora- Falava com carinho na voz-  E quanto aos seus pais, eles te amam muito, mas bem que poderiam lhe dar um pouco de atenção de vez em quando- Falava ela incentivando-me a obter uma melhora- Tem rasão, obrigada Day- Por nada minha flor, vá tomar um banho e se limpar, deixe que eu cuido do sangue que ficar aqui no banheiro e também da sua roupa- Falava com total compaixão- Você não existe- Falava com o coração aberto-(eu sempre fui assim, eu não era amarga, o tempo e as pessoas que me tornaram mais fria e arrogante)- Vá tomar banho enquanto arrumo seu quarto- Continha suavidade na voz.

E assim foi, daquele dia em diante, sempre que precisava conversar ia falar com a Dayana e ela me escutava e me aconselhava.
A Dayana é uma estudante de medicina, que está juntando dinheiro para estudar em uma universidade fora do país, como todas as suas passagens são financiadas pelos meus pais, ela nunca precisa se preocupar, mas pra faculdade sim. É um sonho que custa muito caro sonhar.
A semana passou voando, eu e Leen estávamos ficando cada vez mais amigos, o que me apavora porque e se ele me magoasse também?, Mas não importa agora. E finalmente o dia combinado para irmos ao cinema chegou.
É hoje!, E estou muito surpreendida, Leen insistiu para que eu aceitasse o convite de ir em seu carro e eu cedi(milagre).

(Din - Don)-A campainha tocou e quando o mordomo abriu a porta, lá estava Leen vestido casualmente.
Ele usava, um shorts jeans-azul, uma camisa polo verde-água e um par de tênis brancos.
O mordomo mandou que me chamassem, e não muito tempo depois, lá estava eu a descer os degraus da enorme escada da minha nova casa.
Estava deslumbrante num vestido preto tubinho curto e colado, um belo par de botas estilo cano curto preta com meus longos e lisos cabelos pretos soltos. Descia as enormes escadas como se o tempo estivesse correndo bem devagar. E o silêncio foi quebrado quando Leen disse:
-Você está linda!- Sua voz cargada de paixão- Obrigada!, Você também está- Falava como quem queria cortar aquele clima(eu realmente estava magoada)- Vamos- Apontava ele para a porta- Vamos.

Caminhei até o seu belo carro esportivo azul celeste e entrei. Ao chegar no cinema, logo de cara escolhemos o mesmo filme, um filme de terror, e o medo era de que eu me apaixonasse outra vez. Durante o filme ficamos trocando olhares entre si, um com o outro, com o telão da sala de cinema, e com o balde de pipoca, parecia que um clima tava surgindo, mas eu sou uma tesoura, afiada e bastante precisa, não vou me apaixonar de novo. Quando saímos do cinema fomos diretamente para casa e no caminho ele ficou me olhando e me dizendo que eu era única, mas permaneci calada o tempo inteiro, fria que nem um cubo de gelo. Assim que chegamos na minha casa, abri a porta do carro me levantei e falei áspera:
-Não vou cair nesse seu papinho de garoto- Me desculpa- (Boom).
Nesse momento fechei a porta do carro e voltei para dentro de casa, caminhei diretamente em direção ao meu quarto, me joguei na cama e alí me pegava pensando, me sentia um pouco mal pela situação, mas somos apenas amigos e ele precisa entender isso, mesmo que agora eu duvidasse disso. Talvez, se aquele cara não tivesse ferrado com meus sentimentos, eu daria algum mole pro Leen, ele é tão simpático e parece mesmo que tá apaixonado por mim, mas não tenho como alterar o passado, e o meu futuro já tá escrito, não adianta mais nada agora. Desliguei as luzes e adormeci, não posso me magoar outra vez, já basta o que passou.

(Revisado)