Plastic Lilly | JeongCheol

Made of Plastic'

   
  Eu vejo da varanda sombreada, o lindo jardim repleto de lindas flores as quais você possui tanto carinho.

Eu vejo mais do que qualquer ser vivo e aprecio mais do que qualquer um os seus sorrisos ao regá-las todas as manhãs, ao cultivá-las como suas filhas e protegê-las como sua família.

Todas as manhãs você lhes da Bom dia, mas, quando acorda atrasado e sabe que não tem tempo para conversar com elas, liga o rádio em sua estação favorita, onde as músicas são minuciosamente escolhidas para o prazer de seu canteiro de margaridas, seu emaranhado de botões-de-ouro e suas roseiras bem iluminadas.

Por outro lado, eu sempre lhe cumprimento, mas sou ignorado. Não tenho cheiro, não tenho vida, não tenho cuidado nem emoções, sirvo apenas para decoração e para enganar os beija-flores.

Me dói como o inferno ouvir você contar, histórias de romance e aventura, com dragões, princesas e bravos cavalheiros que acordam suas damas com um beijo de amor verdadeiro, mas ter total consciência que elas não são dirigidas a mim, e nunca serão.

Acompanhei seus devaneios, seus momentos de tristeza, suas decepções e suas conquistas, seus momentos de glória e principalmente aqueles que ajudaram a tornar você quem é, Choi SeungCheol, o homem que escolheu as flores ao invés das mulheres. Existe, porém, uma lacuna a ser preenchida, eu também sou uma flor, uma lírio branco posto em um vaso de vidro, um lírio que nunca recebeu amor ou carinho de seu dono, o lírio esquecido na soleira da varanda.

Eu, Yoon JeongHan, sou seu único lírio em um vaso de vidro, sem terra, sem água, sem precisar de sol ou fotossíntese para viver, sou feito de plástico, inútil como ser vivo, mas ainda sim, consigo sentir dentro de mim, que sou apaixonado e condenado a admirar você, admirar você cuidando de outras flores mais vivas e perfumadas que eu.

Eu, Yoon JeongHan, sou a flor que te ama muito mais que suas roseiras afloradas, suas margaridas gentis e seus narcisos saltitantes, no entanto não recebo nada em troca, porque sou seu único e sem Importância, lírio de plástico.