Capítulo 2:Queima por Amor

0 0 0
                                    

   Ao sinal de Endevor o homem da direita atacou pelo mesmo flanco com uma massa em mãos, mas Ludwing desviou para trás dele e o golpeou com as costas da mão o nocauteando, o homem da esquerda investiu com um machado, ele desferiu um golpe horizontal na região do pescoço, Ludwing pulou desviando por cima e então no ar acertou um chute na parte de cima da cabeça do homem o enterrando no chão, o homem do meio nem teve reação, Ludwing segurou sua cabeça e a jogou contra o joelho.
   Todos o olhavam perplexo, aquela era a força do tão famoso Ludwing? Ele teve a capacidade de nocautear três caçadores do nível ouro em pouco tempo sem nem sequer suar.
-Era só isso? - sorriu convencido
-Ainda não, a verdadeira festa começa agora! - soou firme uma voz feminina atrás dele, Ludwing percebeu no olhar dos outros certo e medo e reverência.
-E quem é... - ele não conseguiu terminar a frase, a moça já tinha investido contra ele com um soco aberto de direita, o rapaz levantou o braço para defender mas sua força não foi o suficiente o forçando a pular para o lado, os olhos calmos de Ludwing agora demonstravam apreensão.
-É tudo que o famoso Ludwing pode oferecer? - a mulher correu em direção a ele e então investiu com a palma da mão aberta e o acertou com força do peito arremessando Ludwing na parede que estava no mínimo cento e cinquenta passos de distância, o rapaz bateu as costas na parede, a mesma rachou, Ludwing caiu no chão, levou a mão na nuca e sentiu sangue verter "impossível" pensou ele.
-Como? - Ludwing estava perplexo
-Como o que? - devolveu a mulher
-Como me fez sangrar?
-Apenas te bati com força, não aguenta apanhar? - Ludwing inclinou a cabeça, seus longos cabelos vermelhos provocaram sobra em seu rosto.
-Então vamos lutar sério! - o rapaz tornou a olhar para ela, agora havia um sorriso travesso em seu rosto, seus olhos brilharam em vermelho por um instante, a moça fechou a cara, estava séria, seu entusiasmo se perdeu, Ludwing se levantou do chão e começou a andar em direção a ela.
-Esses ar...essa pressão esmagadora...o que houve? - ela estava claramente nervosa
-Não houve nada demais, apenas mudei meu karma um pouco! - ele continuava com o sorriso travesso
-Karma? - em um mísero piscar de olhos Ludwing já estava em cima dela e com um peteleco a mulher foi jogada dez passos para trás -Como? Eu não vi nada e que força é essa?
-Procurando alguém? - a moça estava com medo de olhar para trás, levou sua mão na cintura e pegou sua adaga e forçou a virar, ela rodopiou na intenção de enfiar a adaga no pescoço de Ludwing, porém a Besta estava com a lâmina quase decepando sua cabeça, foi obrigada a se agachar e rolar para trás -Cade aquela mulher durona que queria me enfrentar?
-O que houve com você? - a mulher levantou a adaga em forma de defesa, os olhos de Ludwing brilharam em vermelho novamente.
-Me diga uma coisa? - ele sorriu de maneira perversa
-O que?
-Qual o nome da pessoa que me fez usar trinta e cinco por cento do meu poder?
-O que?
-Me diga o nome! - gritou ele
-Dellanore. - disse ela baixinho
-Você pode morrer agora. - Ludwing avançou segurando a espada na mão direita a erguendo para o lado oposto e desferindo o ataque, Dellanore fechou os olhos e esperou e esperou a lâmina fazer seu serviço.
   Ela sentiu uma onda de vento chocar-se contra seu rosto, esperou mais um pouco e nada, não sentiu lâmina alguma feri-la , abriu os olhos devagar e viu o fio da espada vermelha, parada, a meio centímetro dos olhos dela. Ludwing recuou colocando a Besta sobre o ombro, Dellanore olhava pasma, ele limitousse apenas a sorrir, colocou a longa lâmina nas costas e passou por Dellanore, ele agarrou a parte de trás da camisa da moça puxando com força a rasgando, ela levantou os braços para proteger sua nudez, Ludwing fitou as costas dela sério.
-Quem é você? - perguntou ele sério, com um tom quase exaltado
-Já disse, meu nome é Dellanore! - falou zangada
-De onde veio? Por que tem essas cicatrizes nas costas? - Ludwing estava claramente com raiva
-Eu não sei merda, tive Praga de Goldernar quando criança o que provocou perda de memória.
-Praga de Goldernar é uma doença humana! - ele gritava
-E eu sou o que? - os dois se encaravam com raiva, a tensão no ar era forte
-Venha comigo, quero te mostrar algo.
-De você acha que vou sair assim está enganado
-Alguem cubra os bustos dessa mulher! - disse Ludwing sem desviar o olhar -Agora!
   Um homem próximo a cobriu com sua jaqueta, o rapaz segurou Dellanore pela mão e foi para fora, alugou uma carruagem para ir até em casa, ao chegar ele abriu a porta, não esperava Maltus abrir já que lhe dera folga, chamou a moça para entrar, fez meio de mau humor, Ludwing pediu que sentasse, ele então tirou a Besta da bainha e a cravou no chão então tirou sua camisa de algodão azrealense deixando o peito nu.
-Para começar gostaria de fazer outra pergunta. - disse sério
-Qual?
-Onde... - foi interrompido por alguém que batia furiosamente na porta, ele abriu -Galtric?
-O que você fez com Thélia? - gritou Galtric
-Por que acha que eu faria algo com ela?
-Ela desapareceu depois de ter saído com você e isso já faz semanas!
-Não sei de nada sobre ela.
-Você a magoou não foi?
-Entendo o que está havendo, todo esse ódio queimando em seu olhar é para camuflar não é? Estava apaixonado e ela não olhava para você fora dos laços de amizade.
-Seu monstro bastardo...você a matou!
-Já disse que não sei dela.
-Vou acabar com sua raça maldito!
-Esta mexendo com algo fora da sua compreensão. - Galtric tirou do cinto um machado pequeno de um único gume que se encaixava perfeitamente em uma mão e então desferiu um golpe contra o peito nu de Ludwing, porém ao encostar o machado se quebrou não deixando um único arranhão.
-Como? - Galtric olhou no fundo dos olhos de Ludwing e petreficou, os olhos antes azuis tornaram-se em um vermelho intenso e vil, marcas negras assemelhando com chamas começaram a subir da ponta de seus dedos e logo tomaram seu corpo deixando o bronzeado um tom cinzento, duas labaredas roxas em formato de pequenos chifres surgiram de ambos os lados de sua testa, os "chifres" tremulavam pairando em frente ao seu rosto.
-O que você é? - Galtric perguntou com muito medo agora.
-Eu sou o fim de tudo o que conhece! - disse Ludwing com uma voz muito mais grave.

O Filho ProfanoOnde histórias criam vida. Descubra agora