O outro lado

O segundo plano.

Fiquei morrendo de vontade de ouvir o que eles iriam conversa,
aliás sabia que não falariam de dinheiro algum, e sim uma
tentativa de acabar comigo, não tinha como de ir até o quarto,
pois estava rodeado de pessoas, estava começando a ficar aflito,
mas continuei com a mesma cautela de sempre, pois estava em
um lugar rodeado de pessoas onde queriam me dar um fim.
O almoço e a tarde se passaram e eu como sempre preso no
meu mundo dentro de quatro paredes, acostumava dizer que
vivia em um mundo obscuro por traz da luz do mundo, vivia
apenas o que pensava e falava, nunca tinha conhecido um lugar
fora dos muros do castelo de Serafia, tudo o que mais sonhava
era um dia me ver livre de tudo e que o mundo pôde-se viver em
paz e fora de guerras. Mas sabia que era o impossível pois não
sabia ao menos o que era “O mundo” as únicas pessoas que
tinha convivência era a família de José Nobio, seus serviçais e
alguns comerciantes que ali iam. As únicas pessoas que
conversava era Antônia e Eduardo, o quarto dos dois eram na
frente do meu, com tudo, a gente apenas se via quando Úrsula
permitia, o que era quase nunca, mas sempre fui “ ingênuo” de
considerar pessoas como se fosse meu irmão ou irmã de sangue
por apenas falar comigo, mas o que sentia pelos 2 estava longe
de ser ingenuidade minha, e sim uma amizade verdadeira, o que
me chegou a essa conclusão foi ato de mais uma vez ter
conseguido me livrar das garras de Úrsula, até porque Úrsula mandava na mente de José Nobio e Erculano, pois se não fosse
por José Nobio estaria morto agora queimado, tá vendo só!
Como sou trouxa de somente olhar as boas ações das pessoas,
não posso me esquecer que ele atentou sobre a minha vida.
Mas voltando ao ato dos meus únicos 2 amigos que me provou a
verdadeira amizade foi a seguinte.
Estava eu deitado, quando escuto barulhos de pedras na minha
janela, fiquei com medo de se uma armadilha de Úrsula, mas
segui em frente, aliás preferia morrer do que levar a vida que
estava levando a todo esse tempo.
Então abri a janela e olhei para baixo onde vi 2 pessoas com
capas pretas querendo falar comigo, uma delas abre o capuz e vi
o lindo rosto de Antônia, ops! Desconsidera isso, sempre fui uma
pessoa fria sem sentimentos que apenas se importava em fazer
as pessoas não se machucarem, mas com isso quem se
machucava era eu.
Com isso Antônia olha para os lados em busca de algo que
pudesse ajudar os 2 a entrarem em meu quarto, foi quando
peguei uma escada, pois sempre guardava as coisas que achava
em um quartinho que ficava atrás da parede da esquerda do
meu quarto, viver o meu próprio mundo me tornou uma pessoa
racional, foi a onde montei peças de um quebra cabeça e
adivinha qual foi o resultado? Uma foto do meu quarto, e justo
na parede esquerda avia uns pontilhados que parecia um porta,
foi quando rasguei o tapete que cobria a parede e encontrei essa
porta, ninguém sabia disso apenas eu. Então coloquei a escada
na janela e Antônia e Eduardo sobem as presas ao meu quarto e
Antônia ainda ofegante começa a falar:
- Augusto, você corre um grande perigo!!!
- Como assim?
Lembra no café? Dizia Eduardo
- Lembro sim!
- Então, a mamãe chamou Erculano para ir ao quarto, você
lembra?
- Lembro sim!
- A gente viu que você estava aflito, mas preferimos ficar calados,
nisso com muita calma eu e Antônia fomos subindo fingindo ir ao
nosso quarto, quando decidimos ir a porta do quarto de mamãe
ver o que ela queria com Erculano, pois sabíamos que ela não iria
dar dinheiro algum pra ele, com isso a gente escutou eles
falarem que amanhã vão dar um cabo em sua vida!!! Fala
Eduardo as presas.
- Como assim? Fala mais!!!
- Eles disseram que os tais “ Rebeldes” que invadiram aquele
lugar, como é mesmo o nome?
- O Outro lado?
- Isso mesmo, então esses não eram rebeldes e sim uma tais de
guardiões da vida passada, e falavam que nossa família estava
em um tris de ser condenada, e nisso o Erculano falou a mamãe
que tínhamos outro perigo.... Você! Eles estão desconfiados que
você descobriu um plano deles, e com isso ele disse que
precisaria dar um fim em você. Então a mamãe disse que irá
supor uma viagem amanhã para a América, mas que na verdade
irá matar você, que nessa viagem iriam sumir com você no avião,
iriam te matar e jogar o seu corpo fora do avião, e disseram que
iria se explicar para a polícia falando que você foi dado como
desaparecido, porque avia entrado em um avião errado e que
procuravam mas o avião que você estava fora atingido por
mísseis em pleno voo, e pediria para o papai pagar um suborno
para a empresa aérea constada que o voo 007 foi abatido. E com isso iria fazer uma cerimonia aqui na catedral de Serafia em sua
homenagem. E decretaria luto oficial em todo o reino em prol do
seu falecido, assim ficaria evidente para a polícia que foram o
mesmo grupo de revoltosos que atentara a sua vida na vez
passada.
- Meu Deus!!! E agora, preciso arrumar um jeito de fugir!
- pode contar com nosco Augusto, nossa família se tornou um
monstro. Dizia Antônia, Foi quando ela me abraça e o que antes
sentia medo se tornou um sentimento que nunca avia sentido
antes fazendo meu coração bater mais forte.
- Bem vinda ao meu mundo querida Antônia!
- Seu mundo como assim?
- longa história, melhor bolamos um plano
- Pera Algusto, antes me fale o que é esse outro lado? Exclamou
Eduardo aflito
- É o que estou querendo descobrir a dias, por esse fato sua mãe
quer me matar.
- nossa mãe se tornou uma bruxa. Dizia Eduardo com uma
imensa cara de decepção!
- Mas vamos parar de falar disso e temos que descobrir uma
forma de salvar o Augusto. Dizia Antônia, seus olhos que
pareciam de anjos, quando me olhava até me arrepiava. Com
essa fala dela senti novamente aquela coisa estranha.
- Ok
- Eu tenho um Plano. Gritou Eduardo
- Fale baixo meu amigo, se não vão nos escutar
- É o seguinte, eu e Antônia nunca saímos de casa, quase
ninguém nos conhece, o único que atravessa os portões é Erculano, vamos nos passar por guardas em uma carroça onde
você estará coberto por um pano, então vamos passar os
portões dizendo que somos soltados e que iremos levar armas
para o norte, pois as armas dos soldados de lá aviam acabado.
Assim levaremos Augusto para a casa dos nossos amigos
sertanejos que os conheci ao pouco tempo que fui a escola,
falaremos tudo, então eu e Antônia vamos voltar para o castelo
de ficaremos de olho em tudo, assim você vá a catedral vestido
de profeta, onde eu e Antônia lhe entregaremos um bilhete
contando tudo que descobrimos, e no bilhete estará escrito
nossa próxima Data de encontro, se você quiser falar com a
gente antes do dia, peça ao sobrinho do padre ir até o castelo e
amarrar na trave do portão um pano branco se quiser falar um
dia antes, se quiser falar mais rápido ainda amarre um pano
vermelho, e com isso Antônia irá se vestir de freira e irá ao
convento conversa com você enquanto eu dou cobertura a
Antônia aqui no palácio. Só de falar no nome Antônia já me
animava.
- Ok, sou quase totalmente certo de que vai funcionar.
- Quase certo? O que está te incomodando?
- o fato do menino amarrar um pano no portão, com o tempo os
guardas vão desconfiar. Então Antônia diz:
- façamos assim então: o sobrinho do padre não é carteiro
Eduardo?
- É sim Antônia.
- Então, ele todos os dias eles vêm ao palácio e entregar as
cartas, com isso na hora de entrar ele deixa o bilhete que Algusto
irá escrever em uma pedra do lado direito da estátua do meu pai
que fica no Jardim, que é um lugar que vou todos os dias.
- Perfeitamente, dizia eu todo alegre a Antônia.
  Mas Augusto vá arrumar suas coisas pois vamos te levar agora!
- o que!? Agora
- Sim né, meu pai agendou o voo para amanhã de manhã.
-Então tá.
-Quando estivermos pronto iremos jogar uma pedra em sua
janela, então você joga as escadas e desce, beleza?
- Sim
- Mas olhe, leve só o necessário.
- Antônia, estou inseguro de uma coisa. Dizia Eduardo muito
aflito.
- Diga
- Você não acha perigoso contarmos aos sertanejos sobre tudo?
- Realmente, não tinha pensado nisso.
- Por que não dizemos que ele é um profeta e levamos ele para a
vila onde mora o sobrinho do padre?
- Isso, assim as idas dele ao convento e a igreja não ficaram
suspeitas.
- Então tá, agora arrume tudo e vamos.
- Até daqui a pouco Augusto! Dizia Antônia com um sorriso no
rosto.