Heda está morta. Morta por um de seus aliados mais próximo. Clarke Griffin, líder dos Skaikru consumida pela dor da perda, sobe na torre de Polis, sem pensar no que planeja fazer. Quando um raio leva sua escolha, transportando-a misteriosamente de v...
É um erro, um tolo. Ela sobe na torre. Não é culpa de ninguém. É um erro.
Clarke poderia culpar toda uma série de eventos. Ela poderia culpar seu horror pela morte de Wells, suas lágrimas pela morte de Finn; ela poderia culpar a si mesma pela morte de todos em Mount Weather. Mas a verdade é que todo mundo tem um ponto de ruptura. E para esse ponto de ruptura, sempre há alguém para culpar.
E a pessoa que ela culpa é Lexa.
É fácil culpar Lexa, seu amor agora sem sentido por Lexa é um fogo em seu coração, queimando sua pele e seus ossos, cozinhando-a de dentro para fora. Não é nada como o calor infantil que ela sentia por Wells seu irmão em tudo exceto no nome, e seus sentimentos ocultos. Não é nada como o fluxo hormonal de beijar Finn, um garoto que ela nunca teve a chance de conhecer completamente e agora acha que não teria gostado. E nada como Niylah, que foi um conforto durante uma breve pausa, mas nunca teria sido nada além de breve para ela.
Lexa era dela. Era como ela. Lexa foi quem fez o mundo parar. "Demore o tempo que for preciso" é o que ela diria a Clarke. Lexa diria a ela para esperar sua dor.
Mas então, "o amor é fraqueza" ela também diria a Clarke. E Lexa é a pessoa que sacrificou tudo o que tinha, tudo o que era, por amor. Abby enviou seu marido, o pai de Clarke, para a morte. Bellamy a traiu sem pensar duas vezes e ajudou a morte de centenas. Finn matou inocentes por ela, sem nunca perguntar se era isso que ela queria. "Eu fiz isso por você" é o hino que assombra os últimos anos da vida de Clarke.
Mas o que Lexa fez por ela? Lexa salvou seu povo. A salvou. Lexa queria fazer do mundo um lugar melhor.
Clarke não pensa mais que merece isso.
Então ela fica no topo da torre. Alguns andares abaixo, Lexa acabou de morrer. Clarke curvou-se para Lexa, Lexa curvou-se para Clarke. Clarke cuspiu nela uma vez. Por que ela fez aquilo? Sua raiva na época parecia abrangente. Seria assim se ela não amasse tanto Lexa?
Clarke fecha os olhos. É uma queda longa a centímetros de seus pés. O vento é feroz. A chuva está começando enquanto ela fica lá, respingando e escorrendo pelo rosto como as lágrimas que ela parece ter acabado de chorar. Tudo o que ela precisa fazer é pular, e a gravidade cuidará do resto.
Ela se inclina. Ela se afasta.
Ela não fará isso, não agora, não para a memória de Lexa. Não para o sonho de Lexa. Clarke estende as mãos manchadas de sangue preto para o céu, deixando a chuva começar a lavá-las. Ela sobreviverá. Ela não vai morrer hoje.
- Ai gonplei nou ste odon (minha luta não acabou), que nos encontremos de novo...
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O raio tira a escolha de suas mãos. Ela acorda antes que possa gritar.
