Harry Amaldiçoado Potter

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Já haviam se passado um ou dois meses desde a publicação do Profeta Diário, Harry não sabia ao certo por estar preocupado demais com o inferno que a vida dele tinha se tornado. A aulas estavam cada vez mais difíceis, seus colegas de casa estavam sempre cochichando sobre ele, não que já não fizessem isso, mas dessa vez eles não paravam quase nunca, Snape parecia ter atingido o ápice de raiva por sua pessoa, a Sonserina não largava do seu pé, nem mesmo os alunos das escolas estrangeiras o deixavam em paz, a pressão nos jornais para que seus pais e os de Draco dessem uma posição sobre o que foi visto... Se fosse só isso, Harry estaria imensamente grato, mas não era.

No mesmo dia que seu pai mandara um berrador furioso para si deixando bem claro o quanto ele estava decepcionado de ver o próprio filho se agarrando com o filho do "homem mais odioso vivo depois de Severo Snape" e que estava proibido de voltar para casa no Natal por ser seu castigo pela matéria, Harry ouviu a voz da própria mãe, que sempre aparentou ser a mais tranquila de se lidar, informar que ele estava proibido de jogar quadribol ou qualquer outro jogo que não fosse o Torneio Tribruxo até segunda ordem, ela deixou claro que só não o proibiu de participar porque ela não tinha esse poder, e ainda disse num tom decepcionadíssimo que estava chateada pelas atitudes de Harry.

Claro que foi o Grande Salão virou um pandemônio depois que a carta se rasgou inteira e claro que se calou novamente quando a coruja dos Malfoy deixou uma carta sobre o colo de Draco que repentinamente estava tão pálido quanto Harry.

Os olhos verdes de Harry observavam o outro por trás das lágrimas que corriam pelo rosto sem parar e o garoto sentiu a inveja queimar no peito quando o loiro soltou o ar aliviado e sorriu daquele jeito que o irritava até a última célula.

Maldito mimado.

Depois daquilo, Harry mudou para o público, e mudou muito. O ar alegre e inocente que tinha simplesmente sumiu, ele andava pelas áreas comuns a outros alunos com uma cara séria persistente que não se alterava nem mesmo com os insultos de Draco, mas com Hermione e Ron ele ainda era o mesmo reclamão chorão surtado de sempre. Sem contar que ele estava constantemente irritado, frustrado, triste e confuso com o que sentia afinal, a memória dos beijos e dos sonhos que tinha com o Malfoy estavam bem vívidas na memória dele.

No dia seguinte seria realizada a última prova daquele torneio odioso. Harry estava aliviado e ao mesmo tempo desesperado. A última prova do torneio significava que os outros competidores estariam ainda mais empenhados em ganhar de si, significava que se ele não ganhasse seria ainda mais detonado pelas matérias e significava que as férias estariam chegando. E com elas, Harry finalmente veria sua família, não que isso fosse uma coisa boa e aconchegante como nos primeiros anos, atualmente, o garoto mal podia ouvir a palavra "férias" que já se tremia inteiro de nervoso.

Seus pensamentos foram cortados pela trombada forte com uma parede que o garoto deu, desnorteado pelo susto, Harry olhou ao redor tentando se localizar e foi com muita surpresa que ele notou estar perto da cozinha do castelo. Não lembrava de tomar qualquer caminho nessa direção, mas já que estava ali decidiu dar uma passada lá para dizer um oizinho para Dobby.

Dobby era o motivo de Draco o odiar tanto, não era para menos, Harry ousadamente fez o pai do garoto libertar o melhor elfo que já servira a família a séculos só porque ele não gostou de ver Draco fazendo a criatura maltratar um pobre ratinho. Foi divertido ver a cara de indignação de Lucius quando Dobby saiu pulando de felicidade pelo ministério, desde então o elfo se afeiçoou de vez a Harry.

Com duas batidas suaves na porta, o garoto entrou na cozinha de teto baixo, mas enorme e confortável para abrigar uma quantidade invejável de elfos domésticos, entretanto, eram quase onze da noite e a maioria dos elfos já estavam dormindo tranquilamente em suas camas no fundo do cômodo, menos Dobby que esperava Harry junto a mesma mesinha de sempre cheia de comidas gostosas.

I Kiss a Girl and I Hate ItOnde histórias criam vida. Descubra agora