parte dois

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PARTE DOIS

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PARTE DOIS

O processo de descontaminação acaba ocorrendo de maneira lenta. Não adianta apenas se livrar da parte infectada e deixar a base a mercê de uma nova praga. O ciclo retorna e, apesar de você supostamente ter cortado o mal aonde estava machucado, não foi eliminado pela raiz, dando chance para voltar cada vez mais agressivo.

O mesmo processo vale para um relacionamento, ainda mais quando se trata de um relacionamento abusivo.

Demorou um bom tempo para finalmente perceber o quão tóxico esse envolvimento era. Um amor disfarçado de toxidade é a mesma coisa que jogar agrotóxicos no solo para "proteger suas plantas de pragas": protege naquele período, mas ele se contamina e quando percebe pode ser tarde demais. Talvez a vida tivesse sentido pena ou revolta pela minha miopia temporária quando se tratava de você. Assimilar os pontos e concluir que vivi um namoro extremamente abusivo é algo difícil para ser digerido facilmente.

Seus atos de possessão, seus surtos raivosos disfarçados de ciúmes, suas atitudes machistas, sua manipulação e controle sobre meus atos foram atitudes que antes não achei ser algo para se preocupar.

"Eu apenas faço essas coisas porquê te amo demais"

Era a sua típica justificativa por cada briga que tínhamos. Às vezes, nem eu mesma entendo como pude suportar por tanto tempo esse comportamento abusivo... Na verdade, eu até sei o motivo, apenas sinto remorso em dizer.

Assim como um agricultor cultiva suas plantas, você cultivou em mim um estado de dependência absurda, onde a hipótese de viver sem você era algo totalmente fora de cogitação. Adicionou com seus agrotóxicos disfarçados de amor gatilhos de abusos nos quais lido até hoje. Eu cheguei ao um ponto onde só de imaginar me relacionar com outra pessoa já me causava calafrios e tremores de nervoso.

O que você fez em mim foi a maior covardia que uma pessoa pode fazer com a outra. Fazê-la dependente e totalmente descrente de si mesma em poder sequer viver pra si. Você injetou em minhas veias a pior contaminação de todas: os traumas severos de uma vítima de namoro abusivo.

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