WRONG GIRL [✾] SAMMY WILK

WRONG GIRL [✾] 24

SAMMY WILK

— ONDE ELE TÁ? — pulei do sofá quando ouvi a voz do Benny e a porta batendo. Acho que o chão tremeu.

Nem precisei ficar confuso sobre o porquê dele estar tão bravo comigo, Meredith me mandou uma mensagem dizendo que ia contar e que era melhor eu me preparar.

Eu até tentei, mas imaginar o Benny socando minha cara, não é nada reconfortante.

Cambaleei com a mão no rosto, exatamente no lugar onde ele tinha me acertado, bem na bochecha. Ao tirar meus dedos vejo sangue neles e quase desmaio.

— Benny! — escuto a voz da minha mãe, repreendendo o mesmo.

— Foi tudo culpa sua, não foi? — meu irmão me segura pelo colarinho. Seus olhos faíscam de raiva. — responde, porra!

Ele teria me batido outra vez, se Baker não tivesse segurado seu pulso e empurrado ele para longe de mim.

— Do que ele tá falando, Samuel? — Emily perguntou, visivelmente preocupada.

— Já que você não diz, eu falo. — Benny disse depois de perceber que eu não iria abrir a boca. — Ele induziu a Meredith a ficar com ele!

Todos os olhares na sala se voltaram para mim, chocados. Eu beijei sozinho, porra? Foi isso que ela disse pra ele?

— Você fez isso, Samuel? — engulo um seco ao ver o olhar de decepção da minha mãe.

— Fiz. — foi o bastante para Benny conseguir se soltar do Baker e me jogar contra a parede, acabei batendo a cabeça na mesma, indo de encontro ao chão.

Aí porra! Se eu soubesse que ia apanhar tanto assim, tinha ficado na minha. Agora é definitivo nunca mais coloco uma gota de álcool na boca.

— Já chega, Benny! Samuel, vamos conversar. — minha mãe me ajuda a sair do chão e sai me puxando até meu quarto.

A mais velha manda eu me sentar na cama, enquanto ela vai buscar seu kit para limpar meus machucados.

— Merda. — murmurei quando o álcool tocou minha pele.

— Bem feito, irresponsável. — ele pressionou mais o algodão no meu rosto. — Por que você fez isso, querido?

— Muita cachaça, muita cachaça. — Gemi. — da segunda vez, foi porque...não sei. Estupidez, basicamente.

— Ainda bem que você sabe. — Ela suspirou e colocou os curativos nos machucados. — Sério, Samuel, você sabe que faz merda, sabe que tá errado, sei que você se sente mal e mesmo assim continua fazendo.O que foi, querido? Seu pai e eu não damos atenção suficiente, você se sente excluído da família? Porque se for o caso, me perdoe, querido....

— Não, mãe. Não é nada que vocês fizeram, na verdade vocês são ótimos pais, uma ótima família. Eu só achei que levei a frase, a vida só se vive uma vez, ao pé da letra, seu filho está em constante atração para coisas erradas, pessoas erradas e garota errada. — minha mãe acabou deixando uma risada escapar. — Não tem nenhuma desculpa, ou motivo por eu ser assim mas prometo que vou mudar.

— Acho ótimo querido. — Ele se ergue e beija minha testa. — Bom, vai ser melhor você ficar na casa da sua avó esses dias. Benny não vai perdoar você tão cedo.

— No lugar dele eu também não faria isso.

— Juízo, Samuel. Juízo. — foi tudo que disse antes de sair do meu quarto.

Eu não estava brincando quando disse que seguiria o caminho do senhor,ou melhor, o caminho certo. Não posso passar o resto da vida brincando só por brincar, pessoas se machucaram nesse meu estilo de vida, pessoas que amo.

Finalmente chegou a hora de amadurecer. Na verdade, essa hora já passou a muito tempo, eu só não queria aceitar isso, porque viver loucamente era mais interessante.