O Inconveniente

137 16 3
                                    

Fiquei a pensar porque de ter conversado com uma pessoa que não conheço por mais de uma hora.

__ Você quer que eu te acompanhe até em casa?

__ Não precisa Daniel. Eu ando melhor sozinha.

__ As ruas estão perigosas...

__ Daniel, são três e quarenta ainda...não precisa se incomodar a tanto. E se você não lembra, meus pais são das forças armadas e meus irmãos são fuzileiros, isso quer dizer muita coisa, entre elas que eu não sou nenhuma garota frágil.

__ Mas deixe-me acompanha-la.

__ Tudo bem. me prometa uma coisa.

__ O que?

__ Que vai ficar calado. Eu não gosto de conversas...

__ Tudo bem.

Esse foi o meu erro, do centro de recuperação e apoio a usuários de drogas até a minha casa são exatos quarenta minutos se formos a pé, e o pior de tudo é que fomos a pé, e Daniel não se calou um minuto, ele contou várias coisas sobre ele, ou me perguntava algumas coisas que eu respondia com um sim ou não. Daniel insistiu tanto em pedir meu número de telefone, que eu acabei cedendo. Será que esse menino realmente gosta de mim? Ou quer apenas infernizar-me?

__ Porque está tão calada Lee?

__ Não é nada mãe! Estou apenas pensando no lançamento do meu livro. Vocês estarão lá não é?

__ Eu não poderei estar presente querida.__ Pai falou após mastigar um pedaço de bife.

__ Eu vou estar muito atarefada também, mas tentarei aparecer. Não é certo que eu apareça, mas tentarei ir...

__Tudo bem...Já estou acostumada. Com licença, vou para meu quarto terminar o último capítulo do livro.

__ Lee, termine seu jantar, sei que esta chateada.

__ Eu não estou chateada mamãe, estou bem.

__ Não vai a faculdade hoje?__ Papai perguntou.

__ Não tem aula hoje.

Segui para o quarto, e fiquei a pensar sobre a minha vida, minha história, então decidi que iria morar sozinha, o dinheiro que eu ganho com o contrato da editora fará com que eu viva bem...preciso sair da barra da saia dos meus pais.

__ Pai, mãe...eu vou sair de casa, vou procurar um apartamento só pra mim.

__ Mas Lee, aqui você tem tudo.

__ Mas esse tudo é mesmo que nada, vocês me criaram com a ideologia de que eu tinha que me virar sozinha, e é isso que estou fazendo,  me virando sozinha...

__ Tudo bem...quer ajuda com a procura?

__ Não precisa pai...eu me viro.

Fui dormir as duas da madrugada, consegui concluir o livro e decidi que naquela manhã de sábado, eu sairia e compraria um novo lugar para morar.

****

Quando acordei, meus pais já haviam saído para o quartel, e haviam deixado um bilhete me desejando boa sorte.

__ Oi Malcon, bom dia...

__ Oi! Bom dia. Como você está?

__ Estou bem, e você?__ Essa era uma pergunta meio que superficial.

__ Estou bem. Porque me ligou?

__ Só queria saber se você vai no lançamento do meu livro lá no Shopping, no domingo que vem?

__ Vou fazer o possível para ir maninha. Já falou com o Jacob?

__ Não! Podes ligar para ele, meu dia esta muito corrido irmão.

__ Ligarei para ele, eu prometo.

Findada a ligação com Malcon, parti para uma casa dum bairro próximo a esse onde há uma casa pequena onde está sendo alugada por um preço onde posso pagar. Slip Holand é conhecida por suas casas boas e baratas.

__ Sou Alinne Styles.

__ Catherine Best, a proprietária. Venha, vou te mostrar o imóvel.

A casa era bem o que eu queria, pequena, simples e silenciosa. Três quartos, banheiro, cozinha, sala de estar, uma área de serviço bem espaçosa e um pequeno jardim aconchegante.

O quarto menor seria usado como biblioteca e escritório,  o principal para mim e o outro para visitas. Acertei tudo com a proprietária e já deixei quatro meses de aluguel adiantado. Ia saindo da minha nova casa quando me bati em alguém...

__ Lee..?

__ Daniel? O que faz aqui?

__ Eu moro aqui. Naquela ali, pintada de verde, e você? Que eu saiba, tu moras no bairro vizinho.

__ Estou de mudança, vou morar...aqui. Bom. Tenho que ir Daniel, há algumas coisas que preciso resolver...

__ Eu posso te ajudar...

__ Não Daniel. Você não pode me ajudar, agradeço a sua boa vontade, mas eu não quero sua ajuda, eu não gosto de fazer nada com outras pessoas me ajudando. Eu não me sinto bem trabalhado com pessoas ao meu redor. Qual parte de anti social você não entendeu?__ Ele parecia assustado.

__ Des...Desculpa! Eu fui inconveniente com você...

__ É...Você foi. Tchau.

__ Tchau.

Sua feição era de quem estava decepcionado, triste...ele sabia expressar suas emoções muito bem. Já eu, triste, zangada, alegre, com dor, feliz, magoada, é a mesma expressão sempre...a de quem está sempre no tédio.

#Continua...

$$$ INFORMATIVO $$$

Amadinhos do meu Brasil, estou feliz por esse livro, porque este é um livro com um pouco de mim. Além de receber meu nome, a protagonista do livro trás algumas características minhas, como ser anti social, curtir rock e gostar dos cantores Elvis Presley e Bob Seger.

Essa história é baseada numa paixão que tive a um ano e dois meses por um garoto mais novo. Diferente do livro, o garoto nem sabia que eu gostava dele, não vou revelar o nome do menino porque eu não sinto mais nada por ele.

A maioria da história é ficção, ninguém da minha família é das forças armadas ou fuzileiro, eu sempre tive vontade de ser do exército, mas meu tamanho me impede: 1.48m de altura, kkkk.

Bom, esse informativo é para falar que o nome da cidade Slip Holand foi criada por mim, e o livro ESTRELA CADENTE também é uma obra criada por mim, o livro que a protagonista Lee cita: CORAÇÃO PÚRPURA, realmente existe e é o meu livro preferido da autora Catherine Ryan Hyde.

Espero que gostem de Uma Chance, e se divirtam com Lee e Dahn. Amo vocês.

Uma Nova Chance Onde histórias criam vida. Descubra agora