Driblando a ansiedade

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Blog da Lua

"Novela da minha vida"

Parte 3

Quanto mais eu me aproximava do local da entrevista, mais nervosa eu ficava, era invadida por todos os pensamentos negativos possíveis. Me achava insuficiente, incapaz, parecia que estava ouvindo a voz do traste me chamando de inútil. Estava suando frio, entrei na banca de revista, comprei uma água e sentei no banco da praça e tentei me acalmar. Nesse instante, uma moça com uma pasta se aproximou e perguntou: -Oi bom dia, sabe me informar onde fica esse estabelecimento?
Olhei o papel, e vi que era o mesmo lugar que eu ia, a Cake Dukes. Respondi.
-Sim, eu também vou pra lá, é ali próximo aquele ponto e o sinal. Falei apontando pra lá. Ela me olhou nos olhos e percebeu que eu não estava bem.
-Vc está se sentindo mal? Ela disse.
-Estou um pouco nervosa. Respondi
Ela se sentou ao meu lado e ficou conversando comigo, que me acalmei mais. Olhei no relógio e faltava pouco pro horário marcado. A chamei pra irmos juntas, e fomos conversando até chegar lá. Incrível como uma pessoa estranha, que eu nunca vi na vida, me fazer sentir um pouco mais segura. A confeitaria era linda, cheia de detalhes, com um enorme pátio externo, salão e várias vitrines com os mais variados pães e doces, parecia o paraíso. Demos nossos nomes e uma moça nós encaminhou até uma porta.
-Siga esse corredor até o final, é a segunda porta a direita. E assim seguimos. Lá era o escritório, e ao lado uma pequena sala, na qual havia mais 3 moças. Nós sentamos próximas e ficamos conversando baixinho.
-Bom dia! Sejam bem vindas a Cake Dukes, sou o Roberto, gerente dessa confeitaria e vou entrevistar cada uma e apresentar como funciona nossa escala de trabalho. E assim seguiu a entrevista, recebi uma ficha, preenchi, entreguei e me pediram pra aguardar. Minha recém conhecida colega, fez um sinal com olhos, entrou na sala um rapaz, alto, cabelos presos dentro de uma touca, vestia um dólmã, olhos castanhos claros, sorriso largo e bonito. Logo se apresentou:
-Bom dia lindezas! Sou o Sali, confeiteiro, preciso de uma ajudante na produção. Vi a ficha de vcs, quem é Gabriela?
Gelei, fiquei estática e estava prestes a ter um novo ataque de pânico, minha voz não saía. Minha colega do lado me cutucou, me tirando do transe hipnótico que me encontrava.
-Ahn, a Gabriela esta aqui, eu falei levantando as mãos.
-Então Gabriela, vc pode vir fazer un teste amanhã? Estou precisando com urgência de uma pessoa, e me interessei pelo seu perfil.
Ele disse sorrindo.
-Posso sim, qual horário? Respondi
-Inicialmente, das 13:00 as 18:00. Depois o Sr. Roberto acerta com o valor e horário definitivo.
Ele respondeu sem tirar os olhos de mim.
Eu não estava acreditando que consegui uma vaga de trabalho. Fiquei lá na frente esperando a moça que me acalmou, pelo menos pra agradecer a ela. Não demorou muito, ela saiu, com um sorriso, eu sabia que ela havia sido selecionada. Nos sentamos no mesmo banco e conversamos mais um pouco.  Contribuiu para clarear meu dia aquela menina, cheia de luz e alegre, me contagiou. Fui pegar o Ben feliz da vida! Contei a novidade pra Carla, disse que trabalharia na produção, estava toda sorrisos. Ela me olhou e disse:
-Gabi, o Ben me contou que meu irmão te bateu, fiquei em choque, ele me falou que ficou com medo, ele não quer mais ir pra sua casa. Disse ela me olhando sério.
Fiquei nervosa a princípio, pois veio a tona o traste me batendo. Meu filho estava amedrontado, e aquela situação não podia mais ficar assim.
-Carla, nem sei o que dizer, afinal é seu irmão, e toda vez que tento tomar uma providência, ele sempre contorna. Respondi amuada.
-Liguei pra ele, pedi pra vir aqui hj. Talvez ele demore um pouco pra chegar na sua casa.
Ela disse, se despedindo e me entregando o Benjamim. Rumei pra casa com meu filho. Hj acontece um apocalipse, pois conheço minha cunhada, nem sei o que ela fará com ele, e , sinceramente, espero que ela dê uma Coça nele.

Continua.....

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