De volta à Hogwarts

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O dia primeiro de setembro amanheceu cinzento. Nuvens cobriam o sol e um frio atípico cercava Londres. Ainda assim, a Estação King's Cross estava quente e abarrotada de gente. A fumaça que saia dos trens rodeava os passageiros que corriam, apressados, para não perder o horário. No meio de toda aquela correria, encontravam-se dezenas de família procurando pela Plataforma 9 ³/4. Algumas, muito discretas. Outras, só faltavam acender luzinhas coloridas apontando para a plataforma mágica.

⸺ Esses sangues-ruins ainda vão nos expor para os trouxas ⸺ reclamou, em alto e bom som, Walburga Black.

A bruxa carregava o malão de seu filho mais novo, Régulo Arturo Black, através da Estação de trem rumo à plataforma que daria acesso ao Expresso de Hogwarts.

⸺ Cara Walburga, desse jeito será você que irá nos expor aos trouxas ⸺ disse Fleamont Potter, que aparecera atrás dela de repente ⸺, se continuar falando alto desse jeito.

Walburga olhou para Fleamont, torceu o nariz e puxou Régulo pelo braço sem dizer palavra. Antes de sair, entretanto, lançou um olhar de reprovação para Sirius. Seu filho, entretanto, nem percebeu. Estava muito mais preocupado em segurar o riso que teimava em sair de seus lábios. Sempre gostara do Sr. Potter, mas agora que ele praticamente ridicularizara sua mãe, Sirius havia se tornado seu fã.

⸺ Tratem de ficar sérios. ⸺ A Sr.ª Potter repreendeu tanto Sirius quanto Tiago. ⸺ Walburga ainda tem certa razão. Se continuarmos andando por aí com essa quantidade malões e corujas, logo os trouxas vão desconfiar de que há algo errado.

Euphemia Potter, então, empurrou os dois garotos rumo a parede mágica entre as plataformas 9 e 10. Os dois garotos não se chocaram contra a parede, no entanto. Eles a atravessaram, como sempre ocorria quando alguém passava através daqueles tijolos. Reapareceram do outro lado da parede, em um local totalmente diferente.

Bem, não totalmente. Ainda estava, numa estação de trem, mas só havia um trem parado ali: O Expresso de Hogwarts. Além do mais, apesar do lugar estar incrivelmente cheio, as pessoas eram um pouco peculiares, afinal, elas eram, em sua maioria, bruxos e bruxas. Por isso mesmo, grandes malões, sapos e corujas ocupavam grande parte da plataforma. O que permanecia exatamente igual era o barulho.

Como sempre, os bruxinhos de onze anos estavam tão animados que acabavam gritando ou fazendo alguma confusão. Os alunos mais velhos faziam o maior estrondo quando reencontravam os amigos que não viam há três meses. Os pais, por sua vez, se revezavam entre gritar ordens e declarações de amor. Nada de anormal para um primeiro de setembro.

⸺ Finalmente ⸺ disse Sirius, suspirando ⸺, vou voltar para casa.

⸺ Sua casa é onde sua família está, Sirius. ⸺ Advertiu Lupin, que havia aparecido do nada, carregando apenas um malão. ⸺ Até onde eu sei, sua família vive no Largo Grimmauld, não em Hogwarts.

⸺ Então a casa dela é em Godric's Hollow, Remo ⸺ rebateu Tiago ⸺, porque a minha família é a família dele também.

Sirius e Tiago deram um soquinho, enquanto Remo dava de ombros irritado. Seus amigos nunca ouviam seus conselhos. No fim, sempre se arrependiam.

Os três meninos esperaram fora do trem por Pedro mais um pouco. Quando ele finalmente apareceu, se despediram de suas famílias e embarcaram no Expresso de Hogwarts. Trataram de procurar uma cabine, mas, aparentemente, todas estavam cheias.

⸺ Tudo culpa sua ⸺ Tiago acusou Pedro ⸺, se não tivesse se atrasado tanto, a gente teria entrado no trem bem mais rápido.

⸺ Desculpa se meus pais não têm um carro voador no quintal de casa ⸺ rebateu Pedro, dando um empurrão no amigo.

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