Boku no Boro

Capítulo 1: Uma promessa a ser cumprida

- Pais das Árvores....

- Longe da Vila Da Madeira....

- Local exato desconhecido....

- Madrugada....

O calor, as chamas, a construção caída, as vigas de ferro detonadas e o cheiro de fumaça, os líquidos jogados pelo chão. Alguns remédios, alguns drogas, outros, o mais fresco sangue. Era impossível distinguir os corpos caídos, de inocentes ou de culpados, com os escombros da enorme construção ardente. O cheiro de morte infindável, fazia contraste, com apenas dois pequenos seres, um sendo levado, aos choros, pela mão do maior, duas crianças, inocentes, andando com apenas um objetivo em meio às cinzas.

-Ei, ei, ei, calma, para de chorar, a gente vai sair daqui lembra??? Eu sei que a gente vai. Eu prometo pra você, falta pouco... _ Dizia o maior

O menor apertava a mão mais forte a cada momento, talvez pelo medo, talvez, pela dor dos ferimentos que estavam em seu corpo, marcas de símbolos e cortes que estavam em todo seu corpo, principalmente em seu torso, ele mancava, por dor, por cansaço.

Nem mesmo eles sabiam a quanto tempo andavam na grande construção, mas, após muita caminhada, eles saíram de lá, estavam do lado de fora, mas claro, devido ao fogo que queimava tudo, o menino menor então, enxugou o rosto, levantou a cabeça e mostrou seus olhos castanhos ao maior.

-Eu não disse que iríamos conseguir??? Vamos sair daqui, precisamos de abrigo, e dar um jeito nessas feridas, talvez a gente ainda consiga voltar pra casa quem sabe?? _ Dizia o maior com uma voz bonita.

- Data próxima....

- Pais das Árvores....

- Vila da Madeira.....

- Casa principal dos Ningyō....

- Tarde da noite....

Vários adultos estavam sentados em uma roda, numa grande sala tradicional japonesa, eles tomavam chá e estavam discutindo e criando um alvoroço. E sem que percebessem uma menina os observava por uma fresta na parede, ela estava muito curiosa. Então, um homem, usando uma espécie de chapéu de papel grande e adornado, sentado a roda, que até então estava de olhos fechados e dedos entrelaçados levanta uma de suas mãos. Aos poucos a outras pessoas percebem e aos poucos as palavras diminuem até o completo silêncio.

-Pois bem, voltando ao ponto, acho que chegamos a conclusão certo??? O mais velho será o herdeiro do clã e iremos mandá lo a uma academia ninja no exterior para estudar política e diplomacia. _ Disse o homem. Todos ali acenaram com a cabeça em resposta positiva.- E quanto a menina mais nova? Minha sugestão é que ela seja protetora do herdeiro. _ Continuou. Outro homem levantou a mão

- Com todo respeito ancião, mas, creio que a menina, por mais que seja sua filha, pode não ser a melhor escolha, sinceramente creio que esta menina sequer será capaz de se tornar uma ninja ou participar de ações políticas e ainda mais reuniões como essa mesmo quando estiver mais velha. _ Disse o outro homem. - Obviamente isso não tem nada haver com a força da garota, são apenas crianças, mas senhor, não consigo ver nenhuma fonte de força na menina, como posso dizer?? Ela parece muito amorosa, não parece ser capaz de entrar em um campo de batalha, ela terá piedade do inimigos e certamente não será forte. _ Os outros membros da conferência concordaram com a cabeça.

O ancião ficou em silencia, pensando por um tempo. - Bom, se é veredito geral, então minha proposta seria deixar a menina escolher seu próprio caminho, entre tanto, será excluída das reuniões e decisões do cla. _ Os outros acenaram

A menina olhava tudo aquilo horrorizada, o ancião era seu pai, e ele estava concordando com tudo aquilo, e ninguém ali contestava, nem as mulheres, nem ninguém, ela seria praticamente excluída das decisões do clã por ser considerada fraca. Ela não aceitaria aquilo, jamais, ela era nova, mas tinha discernimento o suficiente para entender oq estava acontecendo ali. Ela cerrava seus pequenos punhos, e dizia a si mesma, não importasse o'que ele estava dizendo, ela iria provar sua força por conta própria, por esforço, ela ia conquistar seu lugar na política do clã através de sua perseverança.