Capítulo 3

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Já fazia três dias da festa, mas a movimentação na praia só aumentava. Os eventos de surfe infantil e aula experimentais tinham começado, então todo dia Elisa via famílias e mais famílias, além de pessoas estrangeiras.

- Eu acho o máximo! - Leticia deu gritinhos enquanto Elisa serviu para ela seu almoço nada saudável. - Você não acha?

- É que a praia fica muito suja. - Elisa comentou baixinho, olhando para seu chefe no caixa. - Até que não reclamo das pessoas, mas sim da falta de educação mesmo.

- Ao trabalho! - Gabriel, seu chefe, gritou de onde estava.

Elisa levantou os ombros e sorriu para sua amiga. Continuou seu trabalho, servindo mesas e mais mesas até o fim da tarde.

Quando faltava meia hora para trocar com Talita, Elisa viu pelo vidro do restaurante um grupo conhecido. Reconheceu Marcela, que dessa vez tinha o cabelo platinado e bem mais curto que da última vez que a vira.

Antes que ela e mais três garotas entrassem, correu para a parte da cozinha, assustando Leo, o cozinheiro.

- Eita! - Ele se desviou dela um pouco desajeitado. - Quem você viu para correr assim?

- É... - Elisa não conseguia explicar.

- É! - Leo agitou as mãos na frente dela. - Terra para Elisa! Você não tem clientes?

Assim que ele proferiu essas palavras, o sino que ficava na porta fez barulho, anunciando a chegada de novas pessoas. Elisa olhou pela cortina, só para confirmar que era o grupo de Kalel, mas dessa vez sem o integrante que Elisa esperava ver.

Elisa, sentindo-se um pouco envergonhada, tomou coragem e extinguiu o espaço que a separava do grupo.

- Boa tarde! - Colocou seu melhor sorriso e pegou a caderneta em que anotava os pedidos. - Em que posso servi-las hoje?

Marcela parou um momento e depois todas que estavam sentadas se entreolharam.

- A gente queria almoçar. - Marcela falou hesitando.

- Tudo bem. - Elisa segurava o lápis com força. - O especial do dia é espaguete de molho branco ou vermelho e o acompanhamento vocês escolhem.

Depois de anotar os pedidos, Elisa os levou para Leo, que sorriu como dizendo "viu, nem doeu". Foi ao banheiro e tentou arrumar o cabelo, soltando-o e tentando controlar o volume com os dedos.

Viu no seu pescoço a mancha que não queria desaparecer. Estava começando a se preocupar, mas tentou ignorá-la enquanto passava um pouco do seu corretivo que tinha em sua bolsa, fazendo-a desaparecer.

O ar estava muito abafado, então ao servir as meninas ia em direção ao ar condicionado para poder refrescar um pouco.

- Elisa? - Marcela a chamou, levantando-se de onde estava.

- Sim? - Disse. - Eu esqueci de alguma coisa?

- Não. - Ela sorriu, puxando os cabelos platinados com a mão. - Não sabia que você trabalhava aqui. Só quero que saiba que não viemos de propósito.

- Tudo bem... - A voz de Elisa mostrava a confusão e a curiosidade de saber onde aquela conversa ia levar.
- O que acha de sair com a gente um dia desses? - Viu que as garotas da mesa estavam caladas e escutando a conversa.

- Ah, quero sim. - Elisa sorriu. - Aqui meu número.

Elisa escreveu rapidamente os números de seu celular no papel que tinha no bolso e depois voltou para a mesa de Letícia, que estava quase acabando de almoçar.

A mediadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora