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Ocean

—Mãe por favor, a Jisoo vai me matar se eu não for! Então não vai fazer diferença, na verdade, tem mais chances de eu sobreviver indo!

—Lalisa, como você quer que eu deixe você ir 'pra uma ilha depois de ontem?!

—Oras é simples, é só dizer sim.

Dito isso, a senhora Kim começou a correr atrás da filha com o pano de prato.

—O que 'tá acontecendo aqui?

—Pai!

Lisa gritou e correu para trás do pai.

—Mamãe 'tá querendo evitar que eu morra tentando me matar com o pano de prato!

O Senhor Manoban riu do drama da filha.

—Sua filha quer ir 'pra um acampamento na ilha depois de quase ter pulado dentro do mar ontem!

—Vai ter bastante gente lá não vai?

Perguntou para a filha, com o rosto dela entre suas mãos e Lisa balançou a cabeça assentindo.

—Então tudo bem.

—Khalan Manoban.

—Se ela estiver rodeada de pessoas não vai ouvir a voz querida, não se preocupe.

Falou para a esposa.

—Meus amigos também vão estar lá. Eles não vão deixar nada de ruim acontecer comigo.

Um suspiro foi ouvido.

—Tudo bem, mas nem ouse entrar na água.

Lalisa deu um gritinho satisfeito e correu para abraçar a mãe.

—Obrigada mãe.

—'Tá menina, agora vai 'pra escola ou você vai se atrasar.

—Ok. Tchau mãe, tchau pai.

Após falar, a menina saiu da casa em direção ao local onde tinha os seus estudos.

—Você mima demais essa menina Khalan.

—Ela precisa viver uma vida normal, como os outros adolescentes querida. Ela não perde esse direito somente por ter alucinações.

NaeWoo apenas suspirou. Ela sabia que o marido tinha razão, mas não deixava de sentir preocupação. Enquanto isso, Lalisa já havia encontrado com Mingyu no caminho para a escola.

—Minha mãe deixou eu ir na festa. Quer dizer, meu pai deixou eu ir na festa.

—Não se preocupe, eu vou proteger você.

A Semana passou mais rápido do que o normal. Já era o dia da festa que ocorreria na ilha. NaeWoo estava apreensiva. E sua filha muito animada.

—Filha por favor, tome cuidado, você tomou seu remédio?

—Sim mãe, não se preocupe. Min Min disse que vai me proteger.

Falou com um sorriso.

—Você sabe que ele gosta de você, não é Lalisa?

—shh, eu sei mãe.

—E você vai ficar iludindo ele?

—Mãe, ele nunca se declarou, então não estou iludindo ele. E ele sabe que eu sou lésbica.

—Deve ser por isso que ele nunca se declarou, tadinho.

—Mãe, chega desse assunto. 'tô indo pra casa da Chaeyoung, vamos todos juntos de lá.

—Lalisa, cuidado.

—'Tá mãe.

Lalisa saiu de sua casa com sua mochila na sua costa e não fazia ideia do que a esperava naquela ilha.

—Sinto a presença do meu amor mais perto. Eu disse que ele viria se eu continuasse cantando.

Na profundeza do oceano Jennie explicava à sua mãe.

—Você tem certeza que não está enganada filha? No início da semana você disse que ele estava a poucos metros de distância, mas não pôde encontra-lo.

—Eu tenho certeza mãe, ele está nos oceanos daqui. Eu só ainda não o encontrei. Ele está muito perto, mãe eu preciso ir.

—Jennie, espera!

—Mãe por favor, eu posso senti-lo. Ele está perto.

—Tudo bem, mas filha, não fique tão chateada se não conseguir o encontrar.

—Dessa vez eu vou encontra-lo, eu tenho certeza.

E então a linda sereia, se pôs a nadar em direção a sua amada.

Que ela ainda não sabia ser uma mulher, e muito menos uma humana. Era terminantemente proibido o contato com estes. Por isso se assustou ao ver tantos barcos por ali. Por que havia barcos onde sentia a presença do seu amor? Teria sido ele raptado pelos humanos?

Se fosse esse o caso, Jennie não o deixaria lá. Mesmo que fosse punida.

Então escondida atrás de uma pedra perto da ilha onde viu os humanos descerem. Ela tentou ver o que acontecia e se assustou com o som tão alto que vinha de lá. Via todas aquelas pessoas dançando e tentava descobrir como funcionava as pernas.

Todos se divertiam. Olhando para os rostos deles, não pareciam pessoas más. Na verdade, em suas faces era notável o mesmo sentimento de quando rodopiava nas águas indo de um lado para o outro. Ninguém entendia o porquê que Jennie gostava tanto de fazer isso.

Alguns diziam que era um reflexo de algo que seu amor amava fazer. E realmente, Lalisa amava dançar.

Tanto que era a que mais chamava atenção na festa, pois realmente era muito boa nisso. Em determinado momento todos fizeram um círculo em volta dela, gritando seu nome sem parar enquanto ela remexia seu corpo magro no ritmo da música em uma coreografia improvisada.

A seria ficou um tanto decepcionada, pois ela queria saber o que estava acontecendo. Mas todas aquelas pessoas a impediam de ver. Jennie observou todos até a festa acabar e viu todos se deitarem. Estava triste. Sentia a presença do seu amor, mas não podia vê-lo.

Com os olhos marejados começou a cantar. Talvez seu amor a encontrasse se à ouvisse. E a Tailandesa ouviu. Não só ouviu como sentiu a melancolia no canto da sereia.

E sem poder se controlar novamente, se levantou com os olhos marejados e começou a se aproximar da pedra onde a sereia estava escondida. Isso fez a sereia se assustar e se esconder dentro da água. Já que não havia mais o canto Lisa acordou de seu transe.

Ela se ajoelhou e começou a chorar.

Não demorou muito e Mingyu que cumprindo com o que havia dito, protegendo a falsa loira a abraçou.

—O que aconteceu?

—Eu ouvi de novo, mas não era como as outras vezes. Seu canto estava triste, isso me deixou triste também.

Ela falou ainda chorando.

—Vem, vamos deitar.

Mingyu puxou a amiga na qual era secretamente (não tão secretamente assim) apaixonado, e a colocou ao seu lado para dormir.

Nos pensamentos de Jennie só o que se passava era: Como aquela humana era capaz de ouvi-la?

Ainda naquela noite ela ia descobrir.

Ocean

(Capítulo revisado)

Ocean 바다Onde histórias criam vida. Descubra agora