You look like a movie, you sound like a song [Tradução PT-BR]

Capítulo 3

Glossário

- Conto dos irmãos Nolbu e Heungbu: http://bit.ly/2lYJrJG
- Jimdak: http://bit.ly/2lYKyZS

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Capítulo 3

Kyungsoo gosta de lugares quietos, mas odeia bibliotecas. Elas são extremamente quietas. Ele sempre fica sonolento assim que coloca os pés no local. Deve ser pelo fato de que bibliotecas são quase sempre bem ventiladas e todo mundo está em silêncio e focado, cuidando da própria vida. É o lugar perfeito para dormir. Ele sabe que também tem algo a ver com o cheiro de livros velhos, o cheiro distinto do papel amarelado pelo tempo. Adler High já tem começado a trazer novas edições. Os livros antigos ficam em caixas, guardados numa espécie de sótão, mas o cheiro doce e familiar de livros velhos ainda está no ar, e nenhum dos bibliotecários parece se incomodar com isso.

Quando Kyungsoo era mais novo, ele se lembrava de sua mãe lendo histórias do folclore coreano para que ele dormisse. Seu conto favorito era a que tinha dois irmãos, Nolbu e Heungbu. Sempre se imaginou sendo o irmão bom e Seungsoo sendo o levado. Como resultado, ele gostava de procurar pássaros quando criança, esperando achar um com uma asa quebrada para que pudesse cuidar e o deixar saudável, para então ter seu cofrinho cheio de ouro. Sua mãe sabia que ele amava aquela história, então sempre a contava na hora de dormir. Era uma das poucas memórias vívidas que Kyungsoo tinha de sua mãe. Talvez, por conta disso, ele sempre associasse o cheiro de livros com conforto e com a hora de dormir.

Agora, de qualquer modo, não há tempo para dormir. Cair no sono é a última coisa que tem em mente enquanto anda pelas estantes, através da sessão geral e da área principal na biblioteca. Ali, bem no final, entre um globo terrestre e um mapa múndi, estão algumas mesas de leitura que ninguém usa porque a luz fraca não foi trocada pelo zelador durante o verão. É lá que eles se sentam. Kyungsoo podia não gostar de bibliotecas, mas ele ia até lá para tirar uns cochilos.

Ele se senta na mesa, sentindo a fadiga chegar de repente, a adrenalina do que havia acontecido no almoço ainda correndo em suas veias. Jongin coloca sua mochila na cadeira ao lado e se senta em sua frente, cruzando os braços e os colocando em cima da mesa. Kyungsoo segue o movimento com os olhos e enrubesce, o calor tão característico crescendo em seu pescoço. Ele estava segurando a mão dele apenas minutos atrás.

Eles andaram de mãos dadas pelo corredor numa distância de três salas de aula até Kyungsoo notar que algumas pessoas que estavam mexendo em seus armários os encaravam. Kyungsoo soltou o aperto primeiro e Jongin o fez logo em seguida.

"Então..." o moreno começa.

"Então..." Kyungsoo repete. Isso coloca um sorriso nos lábios de Jongin que o faz rir também. "Aconteceu, né?"

"Sim." O mais novo se inclina para a frente, mas Kyungsoo não se afasta dessa vez. "Sobre aquela carta," ele faz uma pausa enquanto morde os lábios, o olhar de incerteza voltando ao seu rosto. A luz é fraca, mas Kyungsoo consegue notar que os olhos de Jongin ainda brilham como no refeitório, mesmo que a luz do sol não estivesse presente. O garoto de olhos grandes olha para a frente. "Eu sei que ela não é recente."

"Ah."

"Quer dizer, eu posso ver que a sua letra é um pouco diferente agora," Jongin explica. Kyungsoo realmente não achou que ele tinha reparado. "Eu ajudei a Sra. Dervil com algumas coisas ano passado e eu vi sua redação no caderno. Bom, eu não li nada, se é isso que está pensando, mas era eu quem colocava as notas do diário pra ela, então, é... eu vi a sua e folheei um pouco. Falando nisso, você tem uma letra bonita, então... é."