Incondicionalmente

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- A mamãe te ama muito, meu amor! - A mulher diz para sua pequena filha que estava deitada na cama rosa

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- A mamãe te ama muito, meu amor! - A mulher diz para sua pequena filha que estava deitada na cama rosa.

- Eu sei mamãe, eu sei! Não precisa falar sempre. - A menina diz enquanto se enrolava nas macias cobertas.

- Rose, promete que você vai ser boazinha, que irá obedecer seu papai e cuidar de sua irmãzinha sempre?

- Mamãe, por que está falando essas coisas?

- Me promete, filha! - A mulher diz pegando nas pequenas mãos de sua filha. - Jura que vai ser feliz? Que vai ser muito feliz! Promete?! - Ela termina de falar e olha no fundo dos lindos olhos de sua filha. Os olhos da menina eram tão claros como o mais lindo oceano.

- Está bem. Eu prometo!

- Obrigada meu amor. - A mãe disse para sua filha e em seguida deposita um beijo em sua testa.

- Agora vai dormir que amanhã você tem aula.

- Boa noite, mamãe.

- Boa noite, meu anjo.

A loira apagou a luz do quarto de Rose aliviada, pois sabia que mesmo sua filha tendo apenas 4 anos de idade, cumpria tudo o que prometia. Ela possuía pele branca e cabelos loiros, parecia uma boneca de porcelana. Era carinhosa, bondosa, meiga e seus olhos expressavam tudo isso.

Daisy sentia que era sua despedida com sua filha mais velha, sentia que sua hora estava chegando, pois sentia contrações desde cedo e elas só aumentavam. Ela estava grávida.
Quando descobriu que estava grávida novamente, mesmo os médicos dizendo que ela não conseguiria ter mais filhos, se sentiu a mulher mais feliz de todo o mundo, nada e nem ninguém a impediria de levar sua gravidez à diante.

Outra filha. Outra menina. Outro pedacinho do seu amor. Violet iria nascer, mesmo que isso custasse sua própria vida.

Andou lentamente pelo corredor, observando cada detalhe. Depois de alguns passos, parou em frente à uma porta de madeira escura, quase em frente ao quarto de Rose, abriu-a e viu seu sobrinho deitado, porém acordado. 

A mulher entrou no mesmo e acendeu o abajur do lado da cama e sorriu para o garoto docemente, recebendo um outro como resposta. O sorriso de Christopher fez despertar na mente de Daisy várias lembranças sobre o passado do menino.

Christopher era filho de Freddie, seu cunhado. Há um ano atrás, o homem voltava de viagem com a família e estava cansado, porém a vontade de rever o irmão no Natal e a sobrinha que faria aniversário naquela semana, era maior que qualquer cansaço que sentia. Em um instante de distração. Em um instante em que seus olhos fecharam por causa do cansaço, um caminhão veio com tudo em sua direção, então ele assustadamente desviou o carro rapidamente, fazendo o mesmo sair da estrada.

Quando sua esposa notou o que tinha acabado de acontecer, se agarrou ao filho que estava no banco traseiro, protegendo-o com seu próprio corpo. O carro capotou quatro vezes. Quando o socorro chegou, Freddie e a esposa já não tinham mais vida e Christopher chorava junto ao corpo de sua mãe, sem entender o porque dela não acordar.

Ao receber a notícia do acidente, Daisy não pensou duas vezes sobre cuidar do sobrinho, ela cuidaria dele com sua mãe. Ela o amava tanto quanto amava Rose. Logo sacudiu a cabeça para espantar as lembranças triste de sua mente e sentou-se na beira da cama ao lado do menino, deu um beijo na testa de Christopher e pediu para ele cuidar de Rose e Violet.

- Tia, eu sou demais! Vou sempre cuidar delas, não se preocupe. Os meninos irão ter medo de chegar perto delas. - Disse o garoto com grande entusiasmo em sua voz.

Ela olhou para o sobrinho e riu alto. Como pode ser tão seguro de si com apenas 5 anos, pensou a mulher quase gargalhando.

- Obrigado, meu amor, mas não precisa cuidar tanto assim. Eu te amo, filho. - Disse olhando nos olhos do menino. O garoto de repente ficou sério, arqueou as sobrancelhas mas nada disse.
- O que foi, Chris?

O garoto sentou na cama dizendo:

- Tia, não vou dizer que te amo também...

- E por que? - A mulher perguntou se aproximando do menino e segurou suas mãos. - Posso saber?

- Porque disse isso à minha mãe e... - O garoto faz uma pausa. - E nunca mais a vi.

A loira sentiu um grande nó na garganta com o que acabara de ouvir do sobrinho. Olhou fundo nos pequenos olhos claros e logo começou a falar.

- Christopher, eu sei que você me ama, mesmo que não me diga. E você não irá mais poder me ver...

- Por que tia? - O menino perguntou com lágrimas nos olhos. - Não quer mais me ver?

- Não é isso, meu amor. - Ela disse abraçando o sobrinho. - É claro que queria te ver novamente, mas quando amamos alguém incondicionalmente, Christopher, não nos importamos em trocar de lugar com essa pessoa. Assim como a sua mãe fez com você, filho. Um dia você irá entender.

- Tá, tia. - Dito isso ele se deitou e virou de lado. Daisy o cobriu, deu outro beijo em sua testa, levantou da cama e ao apagar o abajur ouviu um "Eu te amo"  baixo. Ela sorriu e virou indo em direção à porta e antes de sair, falou:

- Nuncas mais esconda seus sentimentos, Christopher, porque um dia pode ser tarde demais para se dizer que ama alguém.

Ele respondeu sem se mover:

- Está bem, tia! Agora me deixe dormir, tenho aula amanhã e você não me deixa descansar. – Ele fez uma pausa. - Boa noite, tia.

- Boa noite, Chris.

A mulher deixou o quarto e continuou seu caminho pelo corredor, em seguida parando em outra porta. Abriu a porta e acendeu a luz, entrando no local. Olhou as coisas do bebê enquanto fazia carinho na barriga e pensava o quão amada seria Violet. Passou a mão sobre o berço, abriu o armário de madeira branco e observou as pequenas roupas e deixou uma lágrima cair de seus olhos. 

Depois de alguns segundos, apagou a luz e saiu do quarto e continuou seu caminho pelo corredor. Parando quando avistou a última porta. Sentiu uma contração forte, parou um pouco, respirando fundo e segurou a maçaneta, dizendo a si mesma:

- É agora. Não posso mais adiar...

Entrou em seu quarto olhando atentamente o cômodo. Ouviu o barulho do chuveiro,"está no banho", pensou Daisy sobre o marido. Sentou na cama do casal e pousou a mão sobre a enorme barriga, esperando até que ele terminasse, coisa não demorou a acontecer. 

Logo Franklin saiu do banheiro com uma toalha envolta de seu quadril, destacando o seu corpo definido devido ao tênis, esporte que pratica diariamente. O homem senta ao lado da esposa, olhando-a carinhosamente.

Mesmo sendo sério com todos a sua volta, com ela sempre foi diferente. Com ela ele sempre foi carinhoso. O marido não tinha muito tempo para ela ou para as crianças, mas ela tentava compreendê-lo, afinal, ele trabalhava e se esforçava tanto para oferecer o melhor para sua família.

- Está tudo bem, querida? - Ele pergunta com uma certa preocupação.

- Não! - Foi direta, porque não podia mais adiar essa conversa. A hora de Violet nascer estava chegando.

- Não?! Como não? Vamos ao hospital! - Disse agora completamente preocupado. - Vou me trocar...

- Calma querido! - Ela disse segurando a mão do mesmo, lhe lançando um olhar carinhoso. - Se acalme. Frankie! - Daisy exclama chamando a atenção do marido, que já estava trocando de roupa. - Sente aqui, querido. - Disse apontando para seu lado na cama. - Precisamos conversar.

Mesmo preocupado, ao perceber o olhar calmo e ansioso da esposa, puxou uma cadeira que havia no quarto e sentou-se de frente para ela.

-Comece!

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⏰ Última atualização: Sep 20, 2019 ⏰

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